MINUTO DE ECONOMIA
Pouco divulgada, a agenda de padronização das métricas ESG foi um resultado importante da COP 26…
É natural que a padronização de relatórios estatísticos gere menos atenção da mídia do eu o anúncio de acordo de intenções entre os EUA e China e de metas de redução na emissão de metano. Mas a auditoria das metas de sustentabilidade tem efeito prático bem maior do que a maioria dos anúncios feitos em Glasgow.
A Fundação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) anunciou durante a COP26 a formação do International Sustainability Standards Board (ISSB) que terá como objetivo consolidar métricas e parâmetros para medir o desempenho ESG das empresas.
A implementação de políticas ESG demanda credibilidade e métricas transparentes de avaliação para saber quem realmente está cumprindo as políticas ESG.
Tais métricas inibem o greenwashing uma prática onde a empresa anuncia políticas sustentáveis, mas que na prática são apenas de fachada.
Atualmente existem diferentes métricas para avaliar políticas ESG, Três das mais conhecidas nos últimos anos foram SASB, IIRC e o GRI. Empresas listadas na bolsa de Nova York, por exemplo, são obrigadas a publicar o SASB. O Quadro mostra as características básicas de cada uma destas metodologias.
Embora tais metodologias sejam criteriosas e tenham sido úteis, o mercado se ressente de maior uniformização dos relatórios e maior integração com as estatísticas financeiras habituais.
Este trabalho de consolidação pode significar um salto na comparabilidade entre empresas de diferentes países como ocorreu no passado em relação às normas contábeis.
O grupo de trabalho Technical Readiness Working Group (TRWG) fará esta consolidação das métricas através de oito produtos, sendo que os dois primeiros foram publicados durante a COP 26.
O Quadro resume as principais entregas encomendadas ao grupo de trabalho criado com o objetivo de desenvolver agenda ambiciosa de integração dos números de ESG às práticas empresariais de reporte aos mercados.
As métricas divulgadas pelo ISSB podem servir de base para avaliar e classificar as empresas, contribuindo ou dificultando acesso a investimentos, de acordo com a classificação ESG.
A maior confiabilidade das estatísticas permite a avaliação de risco mais acurada e consequentemente menor custo na emissão de títulos verdes, bem como o desenvolvimento ainda mais rápido destes mercados.
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