MINUTO DE ECONOMIA
Varejo tem nova queda e termina 3º trimestre com variação negativa…
Após queda de 4,3% em agosto o varejo apresentou nova queda, de 1,3%, em setembro, resultado veio abaixo das expectativas do mercado (queda de 0,6%). O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresentou queda semelhante, de 1,1%.
Com o resultado, o varejo fica abaixo do patamar pré-pandemia pela primeira vez desde março, em que ocorreu a segunda onda de fechamentos da economia.
Apesar da queda, as vendas no varejo acumulam alta de 3,8% no ano. O comércio varejista ampliado apresenta alta de 3,9% nos 9 primeiros meses de 2021.
Os resultados ruins em agosto e setembro ligam o sinal de alerta para as principais datas do comércio no ano: a Black Friday, que ocorre no próximo dia 26, e o Natal no próximo mês.
Além disso, a inflação acima de dois dígitos e a elevação de juros, que deve fechar o ano a 9,25%, são outros fatores que podem prejudicar o desempenho do setor.
Há dois motivos principais para este resultado:
A inflação alta, principalmente de combustíveis, está afetando este segmento. É a terceira queda consecutiva na venda de combustíveis e lubrificantes;
A diminuição de medidas de restrição de mobilidade faz com que ocorra uma troca entre comércio e serviço. Por exemplo, as compras em hipermercados e supermercados caíram pelo 3º mês consecutivo, as pessoas passaram a comer mais em restaurantes.
Dos 10 subsetores que forma o Varejo Ampliado, sete voltaram a ficar abaixo do patamar pré-pandemia. Destaque negativo para combustíveis e lubrificantes (-10,6%), que sofre com o forte aumento dos preços; livros, jornais revistas e papelaria (-37,3%) e; equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (-18,7%).
Variação percentual em relação ao pré-pandemia (Fev/20)
Expectativas para safra 2021/22 mostram aumento na produção de grãos, o que pode ter impacto positivo na inflação…
O anúncio do 2º Levantamento de Grãos para a safra 2021/22 feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicou um valor de 289,8 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 14,7% com relação à safra 2020/21.
Destaque para a recuperação do cultivo de milho, que sofreu com as geadas e crise hídrica neste ano. As estimativas mostram uma produção de 116,7 milhões de toneladas, enquanto a safra de 2020/21 apresentou um volume de 87 milhões de toneladas, crescimento de 34,1%.
A projeção para a soja também é positiva, com um aumento na área plantada, produtividade e produção. A Conab avaliou um volume de produção a mais de 4,6 milhões, totalizando 142 milhões de toneladas.
O aumento na produção do próximo ano pode diminuir os preços destas commodities. De acordo com o Cepea, no dia 24/04 deste ano, a saca de soja chegou a custar R$183,02, maior valor desde 2006. Já o milho, dia 18/05 registrou R$103,23, maior recorde também.
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