MINUTO DE ECONOMIA
Votação apertada da PEC dos Precatório em 1º turno indica dificuldade do governo para aprovar o drible no teto de gastos…
A PEC dos Precatórios foi aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados por 312 votos a 144. A aprovação foi apertada com apenas quatro votos acima do mínimo necessário (308).
A votação de segundo turno deve ocorrer hoje ou na próxima terça. Apesar desta primeira aprovação, o placar apertado liga alguns sinais de alerta:
O placar apertado indica que, mesmo com a força tarefa, a adesão à proposta foi menor que a esperada;
A aprovação dependeu de votos de partidos de oposição, como PDT e PSB. Deve haver forte pressão sobre os parlamentares destes partidos para que mudem de posição. O candidato à presidência Ciro Gomes, terceiro lugar na maioria das pesquisas eleitorais, anunciou a suspensão de sua candidatura, enquanto não houver reavaliação da posição desta parcela da bancada;
Se a aprovação na Câmara está sendo difícil, no Senado a resistência deve ser maior dada a dificuldade de articulação do governo nesta Casa.
Segundo cálculos do Ministério da Economia, a PEC abre cerca de R$ 91,6 bi de espaço no teto de gastos: R$ 47 bi da mudança retroativa no cálculo do teto de gastos e R$ 44,6 bi pela limitação de pagamento de precatórios. Este valor deve ser usado para o pagamento do Auxílio Brasil.
A PEC teve efeito negativo sobre as expectativas fazendo com que o Banco Central tivesse que aumentar a taxa de juros em 1,5 p.p., prometendo outro ajuste de igual magnitude na reunião de dezembro. A expectativa original era de dois aumentos de 1 p.p..
Escassez de matéria prima e crise hídrica derrubam produção Industrial pelo terceiro mês consecutivo…
A produção industrial caiu em agosto 0,4%, resultado pior do que a expectativa do mercado, (-0,3%) e melhor do que a projeção da GO Associados, de queda de 1,1%. Em relação a setembro de 2020 a queda foi de 3,9%, abaixo da expectativa do mercado e da GO Associados, de queda de 4,1%.
A indústria após uma forte recuperação para a reposição de estoques sofreu em 2021 com a falta de matérias-primas. Desde o início do ano a indústria apresentou queda em sete dos nove meses.
Esta queda tem se concentrado no setor de produção de bens de consumo duráveis, que caiu 26,5% em relação ao patamar de dezembro de 2020. A automobilística é a principal indústria que vem apresentando dificuldades com a falta de semicondutores e, mais recentemente, de magnésio.
Apesar do desempenho negativo de quase todas as grandes categorias, o acumulado de 12 meses ainda é positivo em 6,4% e no ano de 7,5%.
Desempenho da indústria acumulado em 12 meses até setembro de 2021
Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – IBGE.
A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, para 2021 há alguns pontos de atenção, como o agravamento da crise hídrica, com impactos no custo da energia, o último reajuste nas contas de luz entrou em vigor justamente em setembro. Além da falta de insumos e a volatilidade do câmbio.
A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas.
O problema da falta de insumos não é uma exclusividade do Brasil, tratando-se de problema mundial. Adicionalmente, os estoques reduziram-se estruturalmente com a adoção do sistema just-in-time.
A conjunção desses fatores com a pausa simultânea dos mercados internacionais imposta pela pandemia de Covid-19 gerou a tempestade perfeita para uma disrupção das cadeias globais de produção.
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