MINUTO DE ECONOMIA
Temor de rompimento do teto de gasto e alta inflação fazem o Copom aumentar em 1,5 p.p. a taxa básica de juros…
O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 1,5 p.p. a taxa básica de juros. Que passou de 6,25% para 7,75% ao ano. Além disso, anunciou novo aumento de 1,5 p.p. na próxima reunião, a ser realizada em 08/12.
A inflação acumulada em 12 meses em setembro já superou os dois dígitos com o impacto do reajuste da bandeira de escassez hídrica que passou de R$ 9,49 para R$ 14,20 e os sucessivos aumentos dos combustíveis.
As atenções estão voltadas para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 4,4% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50% e próxima do teto de 5%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 4,5%.
Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic
O processo de alta de juros deve continuar em 2022. O comunicado indicou que os aumentos de juros devem avançar ainda mais no território contracionista. É provável que na primeira reunião de 2022 a taxa básica de juros ultrapasse os dois dígitos, chegando a 10,75%.
O ciclo deve se encerrar apenas em março de 2022 com outro aumento, mas de apenas 0,75%. A Selic deve encerrar 2022 a 11,5%, representando seu maior valor julho de 2017.
As reações da última semana que levaram o Copom a aumentar o ritmo do aumento dos juros mostram a importância de previsibilidade da política fiscal.
A PEC dos Precatórios, que teve sua votação adiada para a próxima quarta, sinaliza exatamente o contrário: até o passado é incerto com o ajuste retroativo da regra que corrige o teto de gastos. Alternativas como a da PEC 182 parecem mais eficientes. Iniciativas de contenção de gastos da máquina pública mediante uma reforma administrativa profunda seriam muito importantes embora politicamente difíceis.
IGP-M VOLTA A PATAMAR POSITIVO, MAS DESACELERAÇÃO DO ÍNDICE COMEÇA A FECHAR BOCA DE JACARÉ ENTRE IPCA E IGP-M…
O IGP-M de outubro subiu 0,64%, pressionado pelo preço do diesel (6,61%) e pela queda menor no preço do minério de ferro, 8,47% contra 21,74% em setembro. O resultado veio acima das projeções de mercado (0,33%) e da GO Associados (0,16%)
O IPA subiu 0,53% em outubro, o IPA acumula alta de 26,00% nos últimos 12 meses. O índice de preços ao produtor amplo (IPA) representa 60% do IGP-M, sendo o índice mais sensível a variação de preços das commodities e do câmbio.
A alta menor do IGP-M e a disparada do IPCA fizeram a boca de jacaré que se formou ano passado entre IGP-M e IPCA começar a fechar. O IGP-M de outubro e o IPCA de setembro acumulam alta respectivamente de 21,73% e 10,25 nos últimos 12 meses.
IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%)
O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30%, registrou alta de 1,05%, acumulando 9,5% em 12 meses.
PIB DOS EUA REFORÇA DESACELERAÇÃO NO MUNDO…
Após a China ter indicado desaceleração em sua economia em sua última divulgação, com um crescimento de 4,9% no 3º trimestre (em relação ao 3ºtri/20) foi a vez dos Estados Unidos divulgar um dado abaixo do esperado.
O PIB dos EUA cresceu 2% em taxa anualizada, na comparação com o 2º trimestre. Abaixo da expectativa de mercado, de 2,7%. Este crescimento anualizado corresponde a um crescimento de 0,5% segundo a forma que os números de crescimento são divulgados no Brasil, por exemplo.
A quebra na cadeia global de produção é o principal motivo desta desaceleração: o consumo de bens duráveis caiu 26,2% em taxa anualizada.
A indústria automobilística vem sofrendo com a escassez de semicondutores e há risco de escassez de magnésio nos próximos meses. Além de queda na produção, isso também vem afetando os preços. O CPI de setembro indica uma inflação de 5,4% nos últimos 12 meses.
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