MINUTO DE ECONOMIA
INFLAÇÃO DE DOIS DÍGITOS CONTINUA A DITAR O TOM DA ECONOMIA…
O IPCA 15 de outubro subiu 1,20% em comparação a setembro, bem acima da projeção de mercado (0,98%) e da GO Associados (1,01%).
O resultado, que também foi a maior alta para o mês de setembro desde 1995, faz com que a inflação chegue a 10,34% em 12 meses. No ano o IPCA-15 acumula de 8,3%.
O item combustíveis (2,03%) foi mais uma vez a principal responsável pelo resultado. A gasolina que faz parte do item acumula alta de 40,44% em 12 meses. A Petrobras anunciou mais um reajuste no preço da gasolina (7,04%) e no diesel (9,15%), fato que deve continuar pressionando a inflação nas próximas divulgações.
No item habitação, o IPCA 15, que apurou os preços da segunda quinzena de setembro e da primeira de outubro, captou o reajuste da conta de luz, já que a bandeira vermelha 2 que custava R$9,49 a cada 100kWh consumidos em agosto e que passou a custar R$14,20 em setembro, na chamada bandeira de escassez hídrica.
O resultado do IPCA 15 reforça a percepção de que a inflação deverá fechar 2021 bem acima do teto da meta de 5,25%.
O dado de inflação sai um dia antes da decisão do Copom sobre a taxa básica de juros. O mercado acredita em um ajuste entre 1,25 p.p. e 1,5 p.p..
Entretanto, a GO Associados acredita que um ajuste de 1 p.p. seja mais adequado. Apesar de correta, a decisão de subir os juros deveria ter mais informações para ser bem calibrada.
A alta da taxa de juros encarece o custo do dinheiro, inibindo parte da pressão de demanda na inflação. Mas não resolve o problema de oferta ocasionado pela crise hídrica ou a instabilidade política que pressiona o câmbio que também tem contribuído para a alta dos preços. Mais importante, é preciso ter uma base sólida de informações para determinar o aumento de juros.
Estes problemas devem perdurar até 2022, ano eleitoral, onde corte de gastos e rigidez fiscal encontram maior resistência política. Hoje deverá ser votada a PEC dos precatórios, que abre espaço no orçamento para financiar o auxílio Brasil.
O aumento do pessimismo fiscal piorou significativamente as projeções para 2021/22. Entretanto, ainda é prematuro dizer que o Brasil terá recessão em 2022. É preciso também considerar a força da retomada do setor de serviços em 2022 e impacto do Auxílio Brasil sobre a atividade.
CAGED MOSTRA CRIAÇÃO DE 313.902 EMPREGOS. ABAIXO DAS EXPECTATIVAS, MAS COM CENÁRIO DE FORTE RECUPERAÇÃO…
Os dados do Caged divulgados hoje indicam a criação de 313.902 empregos formais em setembro, abaixo da projeção do mercado (360 mil) e da GO Associados (325 mil).
O saldo de empregos formais acumulados desde o início de 2021 é de 2,5 milhões. A tendência é que o saldo no mercado formal feche o ano próximo a 3 milhões de vagas criadas.
No mês de setembro todos os setores apresentaram saldo líquido positivo na geração de empregos com a maior contribuição vindo do setor de serviços, com 143 mil vagas criadas. Indústria (+76 mil) e comércio (+60 mil) também tiveram resultados positivos.
Criação de empregos por setor
O cenário de forte recuperação no emprego formal aos poucos começa a ser vista também no mercado informal e nos dados da PNAD Contínua.
A taxa de desemprego oficial, que encerrou o 2º trimestre no recorde de 14,7%, deve apresentar nova queda na divulgação de amanhã, para 13,5%.
Comments