MINUTO DE ECONOMIA
BOLSONARO NA ONU FOI DENTRO DO ESPERADO
Discurso de Bolsonaro na ONU não fugiu do esperado e não mexeu com o mercado.
A exemplo de outras manifestações do Brasil na ONU, vários dos temas giraram em torno de debates domésticos. O presidente fez um balanço de seu governo chamando atenção para as privatizações e recuperação da economia.
Deu ênfase ao avanço do programa de parceria público privadas, a revitalização do setor ferroviário, o investimento em saneamento básico, entre outros temas.
No plano internacional, a questão ambiental ganhou destaque, mantendo a linha que já havia defendido na Cúpula do Clima em abril. Mencionou a regulamentação internacional do mercado de crédito de carbono, que deve ser um dos assuntos da COP-26, bem como a redução do desmatamento em agosto.
Chamou atenção corretamente para o potencial do Brasil na economia verde, citando o desenvolvimento de energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, tratamento de resíduos e turismo.
Apesar do tom moderado, defendeu ideias caras à mobilização bolsonarista como a defesa do “tratamento precoce” e a oposição a “passaportes vacinais”.
Diante de um quadro adverso para o governo Bolsonaro na economia e na política, o discurso continuou em um tom mais conciliador prevalece até agora desde a Carta à Nação de 9 de setembro.
EVERGRANDE É MENOS UM PROBLEMA EM SI DO QUE A REALIZAÇÃO DE QUE NÃO HAVERÁ O DIA DA VITÓRIA
Durante vários meses o mercado esperou a chegada do Dia da Vitória. A exemplo daquilo que ocorreu logo após a rendição dos nazistas, multidões saíram às ruas para celebrar o fim da II Guerra. Logo após a I Guerra e a letalidade da Gripe Espanhola, os anos vinte trouxeram grande prosperidade, especialmente nos EUA.
Talvez tais lembranças estivessem no imaginário dos mercados ao aguardar a volta exuberante da economia mundial após a vitória contra o vírus. No entanto, a realidade dos mercados (e dos sistemas sanitários) têm se revelado bem mais complexa.
As bolsas de todo mundo tiveram fortes quedas nesta segunda com o temor de calote de uma gigante incorporadora chinesa, a Evergrande. O Grupo Evergrande deve cerca de US$ 300 bi e investidores temem que este evento possa desestabilizar o sistema financeiro chinês.
A crise da Evergrande reflete um clima mais geral de apreensão. Diversos fatores contribuem para isto:
O temor com a variante delta e com novas medidas sanitárias restritivas;
A perspectiva de diminuição de estímulos por parte do FED. É esperada a sinalização de um cronograma na reunião que ocorre amanhã;
A desaceleração da economia chinesa. Os dados de atividade estão vindo abaixo do esperado;
Desorganização das cadeias produtivas globais, que está prejudicando o desempenho da indústria e aumento no valor de insumos.
A Evergrande teve forte crescimento no início deste século baseado em investimentos a juros baixos e forte grau de alavancagem. Entretanto, a adoção no início da política chamada de “Três Linhas Vermelhas” atingiu em cheio gigantes endividados do setor imobiliário. Lideranças chinesas entoavam o discurso de que “casas são construídas para viver, não para especular”.
De um modo geral, as “Três Linhas Vermelhas” determinam: máximo de 70% de passivos em relação aos ativos; dívida líquida limitada a 100% do patrimônio líquido; liquidez superior às obrigações de curto prazo.
Além do temor em relação ao sistema financeiro, a crise abre os olhos sobre uma possível bolha imobiliária chinesa.
EVENTOS CLIMÁTICOS FAZEM COM QUE SAFRA DE CAFÉ PROJETADA PELA CONAB SEJA 25,7% MENOR DO QUE A DO ANO ANTERIOR…
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou no 3º Levantamento da Safra de café uma produção total de café de 46,9 milhões de sacas, uma diminuição de 25,7% em relação a safra anterior, além de uma redução de área e produtividade de 4,4% e 22,38%, respectivamente.
Essa redução na produção se dá, principalmente, pelo forte período de estiagem e pelas geadas. Além disso, as lavouras de café sofrem um efeito chamado bienalidade e, neste ano a bienalidade é negativa, ou seja, a produção apresenta uma queda.
Apesar da queda da safra de café total, o café conilon apresentou um recorde na sua produção de 16,1 milhões de sacas, um aumento de 12,8%. O café conilon é mais resistente ao frio quando comparado com a planta do café arábica.
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