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MINUTO DE ECONOMIA


Riscos políticos e fiscais e um cenário externo menos favorável pressionam o dólar, apesar de aumento nos juros…

  • Prever para onde vai o dólar é uma das tarefas mais difíceis para os economistas. Apesar do desenvolvimento de décadas de teoria econômica, modelos altamente sofisticados, na média, têm dificuldade em superar a mais simples das previsões: de que a taxa de câmbio hoje será igual à de ontem.

  • Em que pese essa imprevisibilidade, a teoria ajuda a identificar as causas e a projetar cenários baseados em fundamentos econômicos para a taxa de câmbio.

  • Um dos principais fundamentos é a diferença entre as taxas de juros praticadas nos diferentes países. No caso do Brasil, se a taxa Selic se eleva enquanto os Fed funds dos EUA permanecem estáveis, espera-se uma valorização do real frente ao dólar.

  • Mas a teoria e a prática no Brasil são coisas que costumam não concordar. Desde o final de junho, o dólar saiu do patamar dos R$/US$5,00, se estabilizou em torno dos 5,20 e ontem atingiu 5,38. Isso aconteceu a despeito das consecutivas altas da Selic, que passou de 3,50% a 5,25% no período, enquanto a taxa de juros dos EUA se manteve fixa em 0%.

  • Esse movimento recente do dólar, contrariando os fundamentos econômicos, se deve sobretudo aos riscos políticos e fiscais que se fortaleceram no Brasil.

  • Por um lado, há uma crise constante entre os poderes da República. Por outro, as indefinições sobre o pagamento dos precatórios e as sinalizações de maiores despesas no ano que vem elevaram o risco de rompimento – formal ou informal – do teto de gastos.

  • O resultado foi uma alta do dólar, apesar da melhora dos fundamentos econômicos para o real.

  • Ontem, um novo elemento externo fez o dólar se fortalecer frente às outras moedas, inclusive o real. A divulgação da ata da última reunião de política monetária do FOMC indicou uma redução da compra de ativos financeiros já neste ano, antes do esperado pelo mercado.

  • Os membros do Comitê norte-americano avaliaram que o nível de emprego já havia realizado considerável progresso, e que deveria alcançar um patamar compatível com a redução dos estímulos monetários até o final do ano.

  • Hoje, houve mais uma confirmação nesse sentido. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego na última semana se reduziram de 377 mil para 348 mil, abaixo das expectativas de 364 mil.

  • Diante de uma normalização da política monetária nos EUA mais próxima, os fundamentos econômicos para o real ficam menos favoráveis. Como resultado, o real continua perdendo valor. O valor do dólar saltou dos R$5,38 do fechamento de ontem para R$ 5,45 na abertura de hoje.

A exemplo de outras culturas, safra de cana também deve contrair em função de eventos climáticos…

  • Eventos climáticos continuam afetando a safra. Tal fato deve dificultar o desafio de reduzir a taxa de inflação para níveis compatíveis ao regime de metas.

  • A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje o 2º Levantamento da Safra 2021/22 de Cana-de-açúcar, com informações coletadas de julho a agosto de 2021. De acordo com o Boletim, a estimativa é que sejam colhidas 592.031,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um decréscimo comparado à safra 2020/21 em função das grandes estiagens e baixas temperaturas ao longo do ciclo.

  • A respeito da área colhida, estima-se em torno de 8.243,1 milhões de hectares, uma redução de 4,3% comparada com a safra 2020/21. Essa diminuição se dá pela concorrência com as demais culturas anuais, principalmente soja e milho, que são cultivos mais vantajosos. A estimativa projetada pela Conab é de um aumento de 38.529 milhões de hectares de áreas de soja e 19.823,9 milhões de hectares de áreas de milho, ou seja, um crescimento de 4,3 e 7%, respectivamente, com relação à safra 2020/21.

  • [É importante mencionar que não só a lavoura de cana-de-açúcar sofreu com as oscilações climáticas, mas também o algodão, com uma projeção de produção de 2.340,6, apresentando uma queda de 22% comparado a safra anterior e o milho com uma redução de 15,5% em relação à safra 2019/20, com uma produção de 86.650,1 milhões de toneladas.



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