MINUTO DE ECONOMIA
Prévia do PIB confirma recuperação puxada pelo retorno de atividades presenciais…
O IBC-Br, indicador antecedente do PIB divulgado pelo Banco Central, subiu 1,14% em junho contra maio. O resultado foi superior as expectativas do mercado, de 0,5%.
O resultado do IBC-Br indica que haverá um crescimento de 0,27% do PIB no segundo trimestre de 2021 em relação primeiro. Com isso, a GO Associados mantem a projeção do PIB para 2021 em 5,5% para 2021.
Apesar do resultado ruim do varejo em junho (queda mensal de 1,7%), houve um crescimento relativamente disseminado da economia no 2º trimestre, puxado pela flexibilização das atividades. Apenas a indústria, que enfrenta problemas com falta de matéria prima, não cresceu.
Para o segundo semestre, a expectativa é de continuidade da reabertura da economia, com impactos principalmente no setor de serviços. Segmentos como o turismo e os serviços prestados às famílias devem contribuir para um resultado positivo.
Porém, há relevantes pontos de atenção que podem atrapalhar o desempenho da economia nos próximos meses:
O agravamento da crise hídrica pode frear o crescimento agropecuário e industrial;
O avanço da variante Delta pode gerar novas restrições, como tem ocorrido em países desenvolvidos;
A escalada da instabilidade política e do risco fiscal em um ano pré-eleitoral inibem o investimento;
Possível desaceleração do crescimento mundial, sobretudo da China, prejudicaria as exportações brasileiras.
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana…
No cenário doméstico:
Um dos principais assuntos da próxima semana deve continuar a ser a Reforma do Imposto de Renda, que pode ser votada na próxima terça (17). O relatório vem mudando constantemente nas últimas semanas, tornando difícil qualquer análise. Entretanto, é um tema de difícil aprovação.
A PEC dos precatórios proposta pelo governo nesta semana deve continuar a ter forte repercussão. De acordo com análise da Instituição Fiscal Independente, a PEC dos precatórios representa alta no risco fiscal, o que aumentará o custo médio da dívida pública e obrigará um maior aumento de juros por parte do Banco Central.
Ainda no Congresso, o segundo turno da Reforma Política deve ser votado no início da próxima semana. Entre as principais mudanças está o retorno das coligações para eleições proporcionais.
Em relação à CPI da Covid, o principal destaque será a acareação entre o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e do deputado Luís Miranda na quarta (18). Lorenzoni chegou a dizer que Miranda apresentou uma invoice falsa relacionada à vacina indiana.
Outro risco importante a ser monitorado é o da crise hídrica. Ainda é baixa a probabilidade de racionamento ou apagão neste ano. Entretanto, será preciso uma boa estação chuvosa no Centro-Sul entre outubro e abril para que estes problemas não voltem com mais força em 2022.
No cenário internacional:
O principal evento será a divulgação dos dados de varejo e indústria de julho para a China, na noite de domingo (15). Na terça (17) será a vez dos EUA divulgarem estes dados de atividade, também para o mês de julho.
Na quarta será divulgada a ata da última reunião do FOMC, enquanto na terça o presidente do FED, J. Powell, discursa. O tom do discurso e das atas deve continuar a de ser o mesmo dos últimos meses, afastando a possibilidade de aumento da taxa de juros nas próximas reuniões.
Por fim, na quarta, serão divulgados os dados de inflação para o mês de julho na Zona do Euro e Reino Unido.
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