MINUTO DE ECONOMIA
Inflação alta deve fazer Copom elevar a taxa de juros para 5,25%…
A última reunião do Copom, em 16 de junho, deliberou pelo aumento de 0,75 p.p. na taxa de juros, que passou de 3,50% para 4,25%. A ata da reunião indicava que para o próximo encontro, que acontece hoje, o Copom irá novamente subir a taxa de juros em pelos menos 0,75 p.p..
Naquela reunião já foi cogitado um aumento maior, de 1 p.p. O cenário que fomentou o debate sobre uma alta maior dos juros já considerava a inflação acima do teto da meta (5,25%) em 2021.
Para a reunião que acontece hoje, a projeção da GO Associados é a de que o Copom aumente em 1p.p. a taxa de juros, passando de 4,25% para 5,25%.
O mercado de opções do Copom estabelece uma probabilidade de 79% para este aumento, contra um aumento de 1,25 p.p. (11%) e a de um aumento de 0,75 p.p. (8%).
A projeção do Boletim Focus e da GO Associados é a de que a Selic termine o ano em 7%. Até o final do ano ainda restariam mais três reuniões do Copom em setembro, outubro e dezembro.
Este cenário de maior inflação para 2021 está contaminando as expectativas do IPCA para 2022, em 3,81% no último Focus, acima do centro da meta, de 3,50%.
Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic
Alguns pontos de atenção para a evolução da inflação nos próximos meses:
O agravamento da crise hídrica, que tende a pressionar ainda mais a conta de luz e ameaça a produção de bens industriais, caso racionamentos venham a ocorrer.
O risco político e fiscal, que afeta fortemente a taxa de câmbio e pode reverter a valorização recente (de próximo dos R$ 6,00 por dólar para cerca de R$ 5,10).
A evolução da pandemia. Com a retomada das atividades presenciais, a tendência é de aceleração da recuperação econômica e pressão na inflação de serviços, cujos preços são mais rígidos à baixa.
Os preços internacionais das commodities agrícolas, que podem sofrer com eventos climáticos extremos, como as geadas no Brasil e as secas nos EUA.
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