MINUTO DE ECONOMIA
Inflação do 1º semestre é maior do que a meta para o ano todo…
O IPCA de maio registrou alta de 0,53%, abaixo da expectativa do mercado (0,59%).
No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA variou 8,35%, acima do teto da meta para 2021 (5,25%).
A inflação acumulada apenas no primeiro semestre foi de 3,77%, acima do centro da meta (3,75%).
O grupo habitação foi responsável pela maior alta (1,10%). O preço da energia elétrica subiu 1,95%, desacelerando em relação ao mês anterior (5,95%).
Apesar do agravamento da crise hídrica e das consequentes elevações das bandeiras tarifárias, o maior impacto em termos percentuais para o IPCA se deu em maio (0,90 p.p.), quando o valor adicional mais que dobrou, passando da bandeira amarela (R$ 1,34/KWh) para vermelha 1 (R$ 4,17/KWh).
Em junho e julho, com o acionamento da bandeira vermelha 2 e o posterior reajuste de seu valor (de R$ 6,24/KWh para R$ 9,49/KWh), os impactos diretos no IPCA são mais atenuados, pois se trata de variações proporcionalmente menores.
Além da conta de luz, o setor de vestuário também contribuiu para o aumento do IPCA, com a maior variação (1,21%). A Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem, indicou uma recuperação do setor em maio, com crescimento de 16,8%, ainda assim o segmento acumula 3,9% de queda em 12 meses.
A pressão sobre os preços é resultado de uma combinação de fatores:
Câmbio: o dólar chegou a ser cotado abaixo dos R$5, mas voltou a ser cotado acima dos R$5,20 em razão das incertezas políticas e econômicas.
Valorização do preço das commodities no mercado internacional, que podem voltar a encarecer os alimentos e outros segmentos apurados pela economia.
Crise hídrica que pode encarecer ainda mais a conta de luz.
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana…
No cenário doméstico:
O principal destaque da próxima semana deve continuar a ser o aumento da percepção de risco político com os desdobramentos da CPI da Covid, que fez o dólar sair de R$ 5 para R$ 5,29.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) foi instalada com a presidência de Rose de Freitas (MDB-ES), o primeiro passo da comissão será analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. O projeto precisa ser votado até o dia 17 de julho para que o Congresso possa entrar em recesso. Este recesso interessa particularmente a base governista, dado que interromperia a CPI da Covid por duas semanas.
É possível que na próxima semana seja votado o PL 6.726/2016 regulamenta os tipos de pagamentos que podem ficar de fora do teto do funcionalismo público. O relator do projeto, Rubens Bueno (Cidadania-PR) estima que a medida gere uma economia de mais de R$ 3 bilhões ao ano.
Em relação a indicadores econômicos, o destaque fica com a Pesquisa Mensal de Serviços, que será divulgada na próxima terça (13). A prévia do PIB, divulgada pelo Banco Central, será divulgada na quarta (14).
No cenário internacional:
No cenário internacional, importante continuar a acompanhar a trajetória do preço do petróleo após o impasse na última reunião da OPEP+. Nos últimos dias houve volatilidade nos preços dada a incerteza e a possibilidade de algum país aumentar unilateralmente sua produção, o que diminuiria a pressão inflacionária para os próximos meses.
A China divulgará o PIB do 2º trimestre na noite de quarta, junto com os dados de atividade daquele país para junho.
Dados da economia dos EUA para junho serão divulgados na próxima semana: (i) a inflação ao consumidor, CPI, na terça; (ii) a produção industrial na quinta; e (iii) vendas no varejo na sexta.
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