MINUTO DE ECONOMIA
Quando o varejo volta ao normal? Nossos dados apontam para o Natal 2021!
Dado o ainda elevado número de casos e mortes diárias pela Covid-19 e o atraso na vacinação, as condições de normalidade econômica no Brasil ainda estão abaixo da média mundial.
Este fato é ilustrado no Quadro 3, que mostra o índice de normalidade do varejo obtido pelo Google Mobility. O indicador mede o fluxo de movimentação de pessoas em estabelecimentos comerciais ao redor do mundo, tendo como referência o período pré-pandemia.
Atualmente, a movimentação de pessoas no comércio brasileiro está cerca de 18% abaixo do padrão pré-Covid-19. Na média mundial, já há um retorno a patamares próximos da normalidade.
Para vislumbrar quando o varejo brasileiro retornará à normalidade, um exercício útil é observar o que ocorreu nos EUA. Em meados de fevereiro, este país se encontrava em patamares de normalidade próximos aos brasileiros e, assim como o Brasil, tinha um elevado número de casos e mortes diárias por Covid-19.
A partir de então, as trajetórias dos dois países divergiram. Nos EUA, a vacinação acelerou e a pandemia foi controlada, enquanto no Brasil passamos a observar um recrudescimento do contágio pela Covid-19, dada a estagnação no número de vacinas aplicadas
Como resultado, cerca de quatro meses após esse avanço da vacinação nos EUA, a movimentação no comércio americano encontra-se apenas 3% abaixo da normalidade.
Utilizando o exemplo dos EUA, podemos estimar, ainda que de forma aproximada, quando o Brasil retornará à normalidade. Especificamente, combinamos o fator de decaimento exponencial da taxa de normalidade do varejo observada nos EUA à taxa média de retorno à normalidade ocorrida no Brasil ao longo dos últimos dois meses.
Seguindo este procedimento, espera-se que o varejo brasileiro volte ao seu padrão de normalidade em dezembro deste ano.
Vendas do varejo crescem 1,4% em maio…
O volume de vendas do varejo subiu 1,4% em maio comparado a abril. A expectativa do mercado era de alta de 2,4%. Ainda assim, maio foi o segundo mês consecutivo de crescimento do setor.
Este desempenho está associado à retomada do pagamento do Auxílio Emergencial (AE) no início de abril. O governo anunciou ontem a prorrogação do benefício até outubro.
Historicamente, as vendas são fortemente correlacionadas com o crescimento da massa de salários. Após o choque inicial da Covid 19 e a introdução do AE no ano passado, houve um nítido descolamento entre as duas séries.
Com o fim do AE programado para outubro, será ainda mais importante o desempenho do mercado de trabalho para a continuidade da recuperação do varejo.
Dentre os grupos pesquisados, alguns setores despontam: material de construção (23,7%), outros artigos de uso pessoal (19,2%) e móveis e eletrodomésticos (18,9%) acumulam uma alta significativa.
Por outro lado, segmentos que tiveram dificuldade em 2020, continuam com um desempenho ruim em 2021, como é o caso de livros, jornais, revistas e papelaria (-31,1%).
Em comparação com maio de 2020, em que houve o maior impacto econômico da pandemia, alguns setores cresceram mais de 100%, como tecidos e vestuários (165,2%).
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