MINUTO DE ECONOMIA
Conflito Rússia-Ucrânia pode prejudicar o agronegócio brasileiro…
Um possível conflito Rússia x Ucrânia tem chamado atenção do mundo, pois envolve os interesses de grandes potencias econômicas e militares. No caso do Brasil, embora não exista nenhum interesse geopolítico direto, a tensão na região poderá ter impactos para a economia brasileira, em particular para o agronegócio.
Tal interesse pode explicar a viagem do presidente Jair Bolsonaro para Moscou. A Rússia e a Bielorússia são parceiros comerciais importantes, uma vez que são a origem de uma parcela significativa dos fertilizantes utilizados pelo agronegócio brasileiro.
O principal nutriente de fertilizante aplicado no Brasil é o potássio, com 38%, seguido por cálcio, com 33%, e nitrogênio, com 29%. A maior cultura agrícola brasileira é a soja, que demanda mais de 40% dos fertilizantes aplicados.
Cerca de metade das importações de cloreto de potássio vem da Rússia (30%) e da Bielorrússia (20%). Há igualmente forte dependência em relação ao nitrato de amônia. Uma interrupção do fornecimento de tais insumos por esses países poderá prejudicar ainda mais um dos principais vetores de crescimento da economia brasileira. Os maiores concorrentes da Rússia na produção de potássio são o Canadá, Israel, Bielorrússia e Alemanha.
O valor pago em 2021 por companhias seguradoras representa crescimento nominal de 115%1 sobre os R$ 2,5 bilhões indenizados em 2020, devido aos extremos climáticos ocorridos no último ano.
O desafio é garantir os interesses brasileiros sem afetar as relações com os dois principais parceiros comercias do país, China e EUA.
Além dos insumos agrícolas, outro problema que o conflito pode trazer é uma disparada do preço do petróleo.
Quadro 1: O que o Brasil importa e exporta para a Rússia:
Quadro 2: Principais itens das importações da Rússia:
Quadro 3: Principais itens exportados para a Rússia:
Mesmo com jabutis, privatização da Eletrobrás ainda é o melhor caminho para empresa adquirir capacidade de investir…
O Tribunal de Contas da União aprovou a primeira fase do processo de privatização da Eletrobrás. A privatização havia sido autorizada pela MP 1.031/21 que foi convertida em Projeto de conversão de Lei 7/2021 e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em julho de 2021.
A privatização está em processo de modelagem econômico-financeira. Etapa que havia sido questionada no TCU sob a alegação de que o valor para outorga R$23,2 bilhões, seria menos da metade do valor correto.
Além do valor de outorga, a lei que aprovou o inicio da privatização ainda possui outra ressalvas, como a obrigatoriedade de compra de energia de termoelétricas a gás natural e pequenas centrais hidroelétricas.
Dada a capacidade limitada de investir do Estado, que administra a empresa atualmente, a privatização abre possibilidade do investimento privado. O valor de outurga discutido poderá ser corrigido pelo mercado.
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