MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana…
No cenário doméstico:
O principal destaque da próxima semana será a divulgação do IPCA de dezembro na terça, dia 11. A projeção da GO Associados é de que o IPCA de dezembro seja de 0,72%, assim fechando o ano em 10,05%.
Também na próxima semana serão divulgados os dados do comércio e de serviços para o mês de novembro. Mesmo com a queda da indústria, divulgada nesta semana, a perspectiva é positiva tanto para o comércio (+0,8%) quanto para o setor de serviços (+0,2%).
O veto ao Refis para micro e pequenas empresas, publicado hoje, deve continuar a ser assunto. A expectativa é de forte movimentação política para derrubada deste veto quando o recesso do Congresso Nacional terminar, em 2 de fevereiro.
No cenário internacional:
No cenário internacional os dados da economia dos EUA chamarão atenção. Na quarta, dia 12, ocorre a divulgação do CPI de dezembro. É possível que o índice de inflação ao consumidor dos EUA feche o ano acima de 7%.
Na sexta, 14, o destaque fica com os dados de atividade de dezembro com a divulgação da produção de industrial e do resultado do varejo. O varejo deve chamar atenção, em especial, pela possibilidade do efeito da ômicron sobre as vendas de Natal.
Veto ao Refis é correto, mas governo deveria procurar alternativas para possibilitar benefício a Pequenas e Médias Empresas…
O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o Relp (Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional), projeto aprovado no Congresso que previa o perdão dos juros e multas de micro e pequenas empresas (MPEs) que tiveram queda de receita em 2020.
A principal justificativa da equipe econômica para o veto é a renúncia fiscal sem contrapartida, o que é razoável. Entretanto, é preciso considerar a importância destas empresas e buscar alternativas para a aprovação.
O Brasil possui cerca de 18,9 milhões de microempreendedores e empreendedores individuais e este Refis permitiria a renegociação de R$50 bilhões em dívidas, que poderiam ser parceladas por até 15 anos, com descontos proporcionais à queda do faturamento durante a pandemia.
Empresas que faturam até R$4,8 milhões por ano ou empreendedores que faturam até R$81 mil por ano podem aderir ao simples nacional e seriam beneficiados pela aprovação do Refis.
O veto ao projeto era justificável, apesar do amplo apoio no Congresso Nacional com a aprovação por 382 votos a favor e apenas 10 contra na Câmara e por votação simbólica no Senado.
As MPEs são as grandes responsáveis pela geração de emprego no Brasil, sendo responsável por cerca de 60% das vagas formais geradas. A equipe econômica do governo deveria articular com o Congresso uma solução que permita dar condições para as micro e pequenas empresas reorganizar suas dívidas e voltar a gerar emprego e renda.
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