My Items
I'm a title. Click here to edit me.
Desemprego, inflação e as expectativas da semana | MINUTO DE ECONOMIA
Leia em segundos os Minutos da semana… A mediana das expectativas de inflação para 2022 saltou 0,8 p.p. em uma semana, passando de 5,65% para 6,45%. O FOMC aumentou a taxa de juros da economia dos EUA. Os membros projetam que a taxa de juros termine próximo de 2% em 2022 e 3% em 2023. O Copom aumentou a taxa Selic de 10,75% para 11,75%. Para a próxima reunião há um indicativo de outro aumento de 1 p.p., elevando a taxa de juros para 12,75% na reunião de maio. O setor de serviços caiu 0,1% e a prévia do PIB acusou queda de 0,99% no mês de janeiro. O pico da variante Ômicron prejudicou o desempenho da economia no início do ano. Desemprego deve continuar a subir no início de ano… A taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em janeiro foi de 11,2%. O resultado veio em linha com a projeção da GO Associados (11,2%) e foi abaixo da mediana das expectativas do mercado (11,4%). Este processo de alta na taxa de desemprego deve continuar em fevereiro e março, chegando a algo próximo de 11,6% ao fim do 1º trimestre e caindo a partir daí. A população subutilizada caiu 7,2%, chegando a 27,8 milhões de pessoas. O número de empregados sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria subiu 3,6% (33 milhões), enquanto os empregos com carteira assinada aumentaram 2% (34,6 milhões). A taxa de informalidade está em 40,4%. O mercado de trabalho informal tem retomado o ritmo mais rápido que o formal. O excesso de rigidez da legislação trabalhista aliado às incertezas da conjuntura inibe a contratação formal, estimulando a informalidade. Se o mercado de trabalho está retomando o nível pré-pandemia, a renda ainda não está recuperando no mesmo ritmo, graças à aceleração da inflação e o crescimento da informalidade. O rendimento real habitual ficou em R$2.489,00, um pouco maior que o observado em dezembro. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário nacional: O destaque da próxima semana será a divulgação do IPCA-15 de março, que deve refletir o forte impacto dos combustíveis sobre a inflação e será divulgado na próxima sexta-feira, dia 25. A projeção da GO Associados é de 1,2%. A disparada de inflação colocou a decisão do Copom da última quarta-feira em destaque. A ata da reunião será divulgada na terça, dia 22. A repercussão do pacote do governo que deve injetar cerca de R$ 165 bilhões na economia deve continuar a ser um dos principais temas. A liberação de saques do FGTS e adiantamento do 13º do INSS deve ter impacto positivo sobre a atividade. O setor de concessões terá nova semana agitada. Na terça será concedido novamente a iniciativa privada o Parque Nacional do Iguaçu, com expectativa de investimento de R$ 540 milhões. Na quarta, 23, será privatizada o braço de geração da CEEE, empresa de energia elétrica do Rio Grande do Sul. O preço mínimo para a venda da fatia de 66,08% pertencente ao governo do RS será de R$ 1,25 bilhão. Além disso, o investidor deve fazer o pagamento, à União, do bônus de outorga de R$ 1.659.406.180,50 mais o mesmo percentual de ágio obtido no leilão. O presidente do Senado Rodrigo Pacheco pretende aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a PEC 110/19 na próxima semana. A votação vem sendo seguidamente adiada e é difícil prever que o texto seja aprovado ainda este ano. No cenário internacional: O principal ponto de atenção no mundo continua a ser a Guerra entre Rússia e Ucrânia. O petróleo se estabilizou na faixa de US$ 100 a US$ 110, mas o cenário continua imprevisível. As primeiras prévias dos Índices de Compras dos Gerentes (PMI) de março serão divulgadas nas próximas semanas. Especial atenção para observar o impacto do conflito na Ucrânia sobre a atividade nos países da Zona do Euro.
Copom sobe taxa de juros | MINUTO DE ECONOMIA
Copom sobe taxa de juros a 11,75% e indica Selic subindo a 12,75% em maio…
Conforme esperado, o Comitê de Política Monetária anunciou a decisão de subir em 1 p.p. a taxa básica de juros da economia brasileira. O comunicado indicou novo aumento de 1 p.p. na reunião de 3 e 4 de maio, o que faria a Selic chegar a 12,75%, maior valor desde 2017. Tal anúncio pareceu precipitado diante de tantas incertezas na economia mundial. Outros destaques do comunicado: O conflito Rússia e Ucrânia cria incerteza na economia mundial e pressão inflacionária adicional através da elevação no preço de commodities; Inflação subjacente, isto é, sem as oscilações transitórias, continua pressionada; A atividade surpreendeu positivamente, tendo o PIB do 4º tri/21 vindo acima da expectativa de mercado; Em contraste, a inflação medida pelo IPCA surpreendeu negativamente vindo acima do esperado, situando-se em 10,54% no acumulado de doze meses até fevereiro, mais do que o dobro do teto da meta para 2002 (5%); e Incerteza fiscal continua a representar um problema. O cenário observado pelo Copom indica uma maior necessidade de aumento na taxa de juros dado que a inflação não cede e a atividade continua relativamente aquecida. O comunicado reafirmou a intenção de trazer a inflação para as metas em um horizonte mais amplo, de 2022/23. O aumento na taxa de juros internacional, como indicado pelo FOMC hoje para a taxa dos EUA, deve exercer uma força altista sobre o preço do dólar. O Quadro registra algumas variáveis relevantes.
Guerra e a alta dos preços para combustíveis | MINUTO DE ECONOMIA
NOVA CONJUNTURA DE GUERRA ELEVA EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO PARA QUASE O DOBRO DA META DE 2022
Alta no preço dos combustíveis e no gás de cozinha será fator importante na decisão da taxa de juros…
O recente aumento no preço dos combustíveis terá reflexo na inflação de 2022. A mediana das expectativas de inflação para 2022 saltou 0,8 p.p. de uma semana para outra, passando de 5,65% para 6,45%. A meta de inflação de 2022 é de 3,5% com teto de 5% e piso de 2,5%. Na última semana, o preço médio da gasolina foi de R$ 6,70. Porém, em estados como o Rio de Janeiro, o preço máximo chegou a R$ 8,19. Considerando um aumento no preço médio da gasolina de R$1,00, o impacto direto apenas deste item sobre o IPCA será de 0,84 p.p. A gasolina acumula uma alta de 31,62% no IPCA. O aumento do diesel tem um impacto direto menor. Para cada R$1,00 adicional, o efeito é de 0,03 p.p. No caso do botijão de gás, um aumento de R$ 10 causa impacto de 0,12 p.p. no IPCA. Apenas os três itens podem ter um impacto de 0,99 p.p. no IPCA de março, que no acumulado de 12 meses já está em 10,54%, representando mais do que o dobro do teto da meta de inflação. Amanhã o Comitê de Política Monetária anuncia a decisão sobre a taxa de juros A projeção da GO Associados é de uma alta de 1 p.p., com a taxa Selic passando de 10,75% para 11,75%. A decisão é importante para o preço dos combustíveis, pois uma alta na taxa de juros tem reflexos no câmbio, impactando no preço do petróleo em reais, mesmo que o preço do barril fique constante.
Inflação, combustíveis e as expectativas para a próxima semana | MINUTO DE ECONOMIA
Leia em segundos os Minutos da semana… Preço do petróleo disparou, ultrapassando os US$130 dólares no início da semana. Com avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia recuou para US$ 109. Indústria enfrenta as sequelas da pandemia e as mazelas da guerra. A produção industrial caiu 2,4% em janeiro. Reajuste no preço dos combustíveis não elimina defasagem em relação aos preços internacionais. O aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no preço do diesel nas refinarias começa a valer hoje. O gás liquefeito de petróleo (GLP) também será reajustado, com o percentual de 16%. Desempenho do varejo em janeiro foi melhor do que o mercado previa, em janeiro, de 0,8%. A expectativa do mercado era de 0,3% e da GO Associados de 0,1%. Safra 2021/22 será menor do que projetado, mais ainda deve ser recorde. A Conab divulgou o 6º levantamento sobre a safra 2021/22 de grãos, registrando 265,7 milhões de toneladas, 4% superior à de 2020/21 (255,4 milhões de toneladas). Caged de janeiro mostra continuidade do bom momento da geração de empregos. O saldo formal de empregos indicou criação líquida de 155.178 empregos formais no mês de janeiro de 2022. Educação puxa para cima inflação de fevereiro, IPCA de fevereiro foi de 1,01% conforme projetado pela GO Associados… O IPCA de fevereiro foi de 1,01%, mesmo resultado da GO Associados e acima da projeção do mercado 0,95%. O resultado de fevereiro é o maior para o mês desde 2015. No acumulado de 12 meses, a inflação passou de 10,38% em janeiro para 10,54% em fevereiro. O teto da meta é de 5%, o resultado acumulado em 12 meses já é superior ao dobro do teto. O item transportes que apresentou alta de 0,46% em fevereiro devem voltar a ser um vilão dos preços em março, com o reajuste nos combustíveis e no gás de cozinha que passou a valer hoje. IPCA acumulado em 12 meses As projeções de inflação para 2022 seguem distantes do teto da meta e com viés de alta. A GO Associados atualizou novamente sua projeção para 2022, de 5,7% para 6,1% dada a recente pressão nos preços dos combustíveis. Hoje passa a valer o reajuste no preço dos combustíveis em razão da alta nos preços do petróleo. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário nacional:
O principal evento da próxima semana será a decisão do Copom, a ser anunciada na próxima quarta-feira. A expectativa do mercado e da GO Associados é de aumento de 1 p.p., fazendo a taxa básica de juros chegar a 11,75%. Importante observar a reação da autoridade monetária frente a guerra Rússia e Ucrânia e a disparada nos preços de commodities. Em relação ao impacto do conflito, o Legislativo deve aprovar o pacote dos combustíveis, que contém o PL 1472 e o PLC 22/2020. Segundo Paulo Guedes, o pacote reduz em dois terços o impacto do reajuste da Petrobrás sobre o diesel. Em relação a indicadores, destaque para os de atividade. A Pesquisa Mensal de Serviços para janeiro será divulgada na quarta, dia 16, enquanto a prévia do PIB será divulgada na quinta, 17. Também na próxima semana a taxa de desemprego de janeiro será divulgada na sexta. A taxa de desemprego deve apresentar uma leve elevação, de 11,1% para 11,2%. O leilão de destaque na infraestrutura ocorrerá na sexta com a concessão do Lote Triângulo Mineiro em Minas Gerais, que envolve trechos da BR-365, da BR-452 e de estradas estaduais, a previsão de investimento é de R$ 2,5 bilhões. No cenário internacional:
No cenário internacional o destaque é a reunião do FOMC, que também ocorrerá na quarta-feira e deve marcar o início de altas das taxas de juros internacionais. Na quinta os bancos centrais da Inglaterra e do Japão também terão decisão de política monetária. Em relação a guerra da Ucrânia e seus efeitos sobre as commodities, a última semana teve as primeiras sanções contra o petróleo russo e notícias positivas sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia, o que fez com o petróleo baixasse para a casa dos US$ 109.
Combustíveis, desempenho do varejo e a safra 2021/22 | MINUTO DE ECONOMIA
Reajuste no preço dos combustíveis não elimina defasagem em relação aos preços internacionais… A Petrobras anunciou hoje um aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no preço do diesel nas refinarias, a partir de sexta-feira. O gás liquefeito de petróleo (GLP) também será reajustado, com o percentual de 16%. O preço por litro da gasolina vendida na refinaria deve passar de R$ 3,25 para R$ 3,86 nas refinarias. Entretanto, segundo a paridade de preços internacional (PPI), o preço médio de importação da gasolina na semana de 28/02 a 04/03 foi de R$ 3,95. Portanto, mesmo com o reajuste, o preço ainda está abaixo da PPI. O último reajuste foi feito há 57 dias. O impacto no preço médio da gasolina deve ser de R$0,44, um pouco menor do que os R$0,61 de aumento nas refinarias, já que os R$0,61 que aumentou na refinaria pela presença da mistura obrigatória de 27% de etanol anidro. O Diesel, por sua vez, deve sofrer por litro de gasolina comercializada nos postos. Também haverá um aumento no preço médio de R$0,81. O gás de cozinha também terá reajuste de 16%, passando de R$ 3,86 para R$ 4,48. Para este produto, o reajuste havia sido feito há 157dias. DESEMPENHO DO VAREJO EM JANEIRO FOI MELHOR DO QUE O MERCADO PREVIA … O resultado do varejo em janeiro, de 0,8%, veio melhor do que o esperado: a expectativa do mercado era de 0,3% e da GO Associados de 0,1%. O varejo ampliado que considera veículos, motos, partes e peças, e material de construção caiu 0,3% no mesmo período. Assim como a indústria automobilística foi o destaque negativo no resultado da indústria, no varejo o mesmo ocorreu. Este segmento em geral enfrenta dificuldade em razão da falta de insumos e pode sofrer ainda com o aumento do preço dos combustíveis. Das oito categorias que compõem as vendas no varejo, apenas três apresentaram alta em janeiro, com destaque para “outros artigos. de uso pessoal e doméstico” (9,4%) e “Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria” (3,8%). O setor automobilístico deve continuar sofrendo em 2022, em especial o de venda de combustíveis com o novo patamar de preço atingido com a guerra. Desempenho do varejo jan/22 Outro ponto de atenção para o comércio é a reunião do Copom da próxima semana, que deve aumentar a taxa básica de juros em 1 p.p., de 10,75% para 11,75%. Tal aumento, com o objetivo de conter a inflação que continua em dois dígitos, tem impacto recessivo sobre a atividade econômica e pode frear o consumo. Safra 2021/22 será menor do que projetado, mais ainda deve ser recorde… A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 6º levantamento sobre a safra 2021/22 de grãos, registrando 265,7 milhões de toneladas, 4% superior à de 2020/21 (255,4 milhões de toneladas). A estimativa indica crescimento de 4,3% na área a ser plantada em comparação à safra 2020/21. São estimados 72,7 milhões de hectares, aumento de 3 milhões de hectares, influenciados, sobretudo, pelo crescimento das áreas de soja e milho. Apesar de ainda indicar uma safra recorde, o levantamento indica uma redução de 0,9% na projeção. As principais alterações entre o 5º levantamento, lançado em fevereiro, e este foram a soja (-2,2%) e o arroz (-2,1%). A queda é reflexo da forte estiagem verificada, sobretudo, nos estados da Região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul. O clima adverso impactou de maneira expressiva as produtividades da soja, que deve apresentar queda de 11,1% na produção na comparação com a Safra 2020/21. O destaque positivo continua a ser o milho, que deve apresentar crescimento de 29% na produção frente a última safra, em que a cultura foi a principal vítima da seca e das geadas. Destaques do 6º levantamento da Conab Caged de janeiro mostra continuidade do bom momento da geração de empregos… O saldo formal de empregos do Caged indicou criação líquida de 155.178 empregos formais no mês de janeiro de 2022, acima da expectativa da GO Associados (110 mil) e do mercado (145 mil). O mercado de trabalho formal continua a apresentar desempenho positivo mesmo com a economia apresentando resultados pouco expressivos. O mercado de trabalho vem em forte recuperação desde meados de 2020. Geração de empregos formais – jan/22 Destaque-se o setor de serviços que com a temporada de turismo continua a contratar. Foram ganhos líquidos de mais de 100 mil vagas geradas no setor. Em contraste, o setor de comércio registrou perda líquida de cerca de 60 mil vagas formais com o fim do período de festas e demissão de muitos trabalhadores temporários contratados para esta época de fim de ano.
Queda na produção industrial | MINUTO DE ECONOMIA
Indústria enfrenta as sequelas da pandemia e as mazelas da guerra… Produção de veículos derruba produção industrial em janeiro A produção industrial caiu 2,4% em janeiro, resultado pior que a expectativa do mercado, -1,9%. O resultado faz com que a indústria fique 3,5% abaixo do patamar pré-pandemia. A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, alguns fatores adversos reverteram este comportamento a partir de janeiro de 2021: a crise hídrica com impactos no custo da energia (o último reajuste nas contas de luz entrou em vigor justamente em setembro), a falta de insumos (semicondutores) e a volatilidade do câmbio. O grupo com a maior queda foi o de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%). Todas as categorias apresentaram queda, sendo a maior foi a de bens duráveis. O resultado retoma as quedas na indústria. Nos 12 meses de 2021, foram observadas quedas em oito deles. O resultado positivo (+4,5% no PIB) se deve mais a uma base fraca de comparação do que a um bom momento da indústria em 2021. Resultado da indústria por grupo – jan/22(%) Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – IBGE. Alguns fatores justificam o desempenho ruim da indústria como a desaceleração das economias chinesa e mundial do lado da demanda e a escassez e custo das matérias primas do lado da oferta. Apesar de um crescimento no acumulado de 2021, as quedas consecutivas fazem com que indústria ainda esteja 5% abaixo do patamar de dezembro de 2020.
Crescimento do PIB | MINUTO DE ECONOMIA
COVID-19 FOI UM PONTO FORA DA CURVA. EM 2022 BRASIL CONTINUA NA ARMADILHA DO PIBINHO Após queda de 3,9% em 2020, economia cresceu 4,6% em 2021. O PIB de 2021 cresceu 4,6% em 2021 comparado a 2020, resultado projetado pela GO Associados contra 0,5% no último trimestre de 2021. Em valores correntes, o PIB do último ano foi de R$ 8,7 trilhões. Há dois vetores fundamentais para escapar da armadilha do baixo crescimento: infraestrutura e a economia verde. A taxa de investimento foi de 19,2%, contra 17,4% em 2020. O setor de serviços apresentou o maior crescimento: 4,7%. O avanço da vacinação que possibilitou um recuo de casos de Covid-19 e a consequente reabertura da economia contribuíram para o desempenho do setor. A indústria cresceu 4,5%, com destaque para o setor de construção, que registrou 9,7%. O agro, cujo desempenho foi menos afetado durante a pandemia, sofreu com problemas climáticos em 2021. Destacam-se a escassez hídrica e as geadas em culturas importantes como cana-de-açúcar, milho e café. Além disso, teve efeito o embargo chinês à carne bovina. Para 2022, a atenção de um dos setores-chave da economia é a guerra na Ucrânia, que pode ter impacto negativo no preço dos fertilizantes utilizados no Brasil, dos combustíveis e dos alimentos, e forçar uma elevação maior do que a esperada na taxa de juros. Taxa de crescimento anual do PIB *Projeção GO Associados O resultado de 2021 foge da curva observada antes da pandemia de Covid-19 e não deverá se repetir em 2022. A projeção da GO Associados é que o PIB deverá crescer 1%.
Expectativas para a próxima semana | MINUTO DE ECONOMIA
Leia em segundos os Minutos da semana… Toda a atenção mundial voltada para a invasão da Ucrânia pela Rússia. Impactos sobre a economia brasileira: disparada do preço do barril de petróleo e da energia de uma maneira geral. No agronegócio, preocupa o acesso aos fertilizantes importados da Rússia e da Bielorrússia. Prévia da inflação de fevereiro fica acima das expectativas IPCA-15 deste mês subiu 0,99%, ante 0,58% em janeiro, acima das expectativas do mercado de 0,85%. Desemprego recua em 2021 e volta ao patamar de 2018. A taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em dezembro de 2021 foi de 11,1%. “Revisão da vida toda” pode gerar impacto de R$ 46 bilhões. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para garantir que aposentados do INSS tenham direito à Revisão da Vida Toda. O julgamento do tema 1.102, que tem repercussão geral, está em plenário virtual e possui término previsto para o dia 8 de março. Até lá, algum ministro pode pedir vista ou destaque, o que reiniciaria o julgamento no plenário físico. Conceitualmente, a Revisão da Vida Toda possibilita aos aposentados do INSS, entre 1999 e 2019, pleitearem a revisão do cálculo de suas aposentadorias, incluindo contribuições previdenciárias realizadas antes de julho de 1994. Importante frisar que a Revisão da Vida Toda não é benéfica para todos os segurados, sendo de extrema importância a avaliação do cálculo como uma etapa preliminar ao requerimento da revisão De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e nota técnica do Ministério da Economia, o impacto de autorizar a ‘revisão da vida toda’ para os cofres públicos é de R$ 46,4 bilhões ao longo de dez anos. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário nacional: O principal destaque da próxima semana é a divulgação do PIB de 2021 na sexta-feira. A projeção da GO Associados é de um crescimento de 0,2% no 4º trimestre e de 4,6% no ano. A guerra entre Rússia e Ucrânia tem impactos diretos sobre a economia brasileira, principalmente em relação ao preço dos combustíveis e de alimentos, dado que estes países são exportadores de petróleo e fertilizantes. Além disso, há pressão internacional dos EUA e países europeus para a adoção de uma postura mais dura por parte do governo brasileiro contra a Rússia. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar a votação dos textos que tratam sobre a estabilização do preço dos combustíveis (PL 1.472/2021 e PLP 11/2020) para após o Carnaval. A Bolsa de Valores não funcionará nos dias 28 de fevereiro e 1º de março, segunda e terça-feira respectivamente. A movimentação dos ativos financeiros será retomada no dia 2 de março às 13 horas. No cenário internacional: O conflito entre Rússia e Ucrânia deve ser o foco do mercado internacional nos próximos dias. O petróleo chegou a superar a barreira dos US$ 100 ontem, mas recuou para o patamar de US$ 95 com a adoção de um discurso menos duro de Joe Biden. Dados do mercado de trabalho dos EUA também serão destaque, principalmente na sexta-feira com a divulgação do Payroll Não-Agrícola e da Taxa de Desemprego para fevereiro. Por fim, os Indicadores de Compras dos Gerentes (PMIs) de fevereiro devem ser divulgados no início da semana. IGP-M de fevereiro volta a acelerar por causa do aumento no preço de commodities como o minério de ferro… O IGP-M de fevereiro subiu 1,83% abaixo da expectativa do mercado, de 1,86%. Índice fechou 2021 em 17,78%, agora no acumulado de 12 meses está em 16,12% até fevereiro de 2022. A alta do IGP-M em fevereiro de 2022 foi menor do que a de 2021, 2,53% e próxima de janeiro de 2022, 1,82%. O minério de ferro subiu 5,49%, e foi a maior contribuição do IPA (índice de preços ao produtor amplo) que representa 60% do IGP-M e avançou 4,16%. A IPA é o índice mais sensível à variação de preços das commodities e do câmbio. A combinação da alta menor do IGP-M e a disparada do IPCA começou a fechar a boca de jacaré entre os dois índices como mostra o gráfico. O IGP-M de fevereiro e o IPCA de janeiro acumulam alta, respectivamente, de 16,12% e 10,38% nos últimos 12 meses. IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%) O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30% no IGP-M, registrou alta de 0,33%, acumulando 9,32% em 12 meses. A alta dos combustíveis e das commodities em razão do conflito na Ucrânia pode pressionar a inflação nos próximos meses. Outro reflexo do conflito é a pressão sobre o dólar, que chegou a ser negociado abaixo de R$5 antes da invasão russa e voltou para um patamar acima de R$ 5,10 ontem. Para 2022 a projeção é de que o IGP-M volte ao patamar abaixo dos 10%, entretanto uma maior duração de um conflito entre Rússia e Ucrânia pode alterar as projeções com um preço do petróleo se estabilizando em maior patamar e a tensão internacional e interna, causada pelas eleições, levando a desvalorizações cambiais.
Conflito Rússia x Ucrânia e a economia brasileira | MINUTO DE ECONOMIA
Quais são os impactos do conflito Rússia x Ucrânia para a economia brasileira? A invasão russa à Ucrânia tem como consequência direta a lamentável perda de vidas, quando o mundo ainda não se recuperou das quase 6 milhões de mortes provocadas até agora pela pandemia de Covid 19. Para a economia, os efeitos de uma guerra no leste europeu também serão ruins. O impacto imediato é uma disparada do preço do barril de petróleo e da energia de uma maneira geral. Dependendo dos desdobramentos do conflito, pode haver um choque comparável aos dois choques do petróleo dos anos setenta do século passado. A ameaça do conflito nas últimas semanas aproximou o petróleo Brent dos US$ 100 e a confirmação da invasão fez com que a barreira dos US$100 fosse quebrada. A título de comparação, o barril de petróleo WTI nos auges das crises de 1973/74 e 1979/80 chegou a US$ 10 e US$ 39,50 equivalente em dólar de 2022 a US$ 61 e US$ 134,3. Além do barril do petróleo, a maior aversão ao risco deve pressionar o preço do dólar que chegou a ficar abaixo de R$ 5 nos últimos dias. Os investidores internacionais tendem a adquirir ativos com menor risco, como títulos públicos dos EUA. Para a economia brasileira, o efeito sobre a inflação pode ser grande pois uma disparada do preço do Petróleo potencializada pela alta do câmbio deve fazer subir ainda mais o preço dos combustíveis. É provável que isso tenha reflexos sobre decisão do Copom de aumentar a taxa de juros em meados de março. Outro impacto da guerra será sobre o agronegócio brasileiro. O principal nutriente de fertilizante aplicado no Brasil é o potássio, com 38%, seguido por cálcio, com 33%, e nitrogênio, com 29%. A maior cultura agrícola brasileira é a soja, que demanda mais de 40% dos fertilizantes aplicados. Cerca de metade das importações de cloreto de potássio vem da Rússia (30%) e da Bielorrússia (20%). Há igualmente forte dependência em relação ao nitrato de amônia. Uma interrupção do fornecimento de tais insumos por esses países poderá prejudicar ainda mais um dos principais vetores de crescimento da economia brasileira. Os maiores concorrentes da Rússia na produção de potássio são o Canadá, Israel, Bielorrússia e Alemanha. Desemprego recua em 2021 e volta ao patamar de 2018 Apesar de uma renda menor, a recuperação do mercado de trabalho é positiva. A taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em dezembro foi de 11,1%. A queda foi superior às expectativas da GO Associados (11,2%) e do mercado (11,2). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços, que se recuperou como consequência do avanço da vacinação. O nível de pessoas ocupadas é equivalente a dezembro de 2019. A população subutilizada caiu 7,8% chegando a 28,3 milhões de pessoas. O número de empregados sem carteira assinada subiu 6,4% (32,9 milhões) enquanto os empregos com carteira assinada aumentaram 2,9% (34,5 milhões). A taxa de informalidade está em 40,7%. O mercado de trabalho informal tem retomado o ritmo mais rápido que o formal. O excesso de rigidez da legislação trabalhista aliado às incertezas da conjuntura inibe a contratação formal, estimulando a. Se o mercado de trabalho está retomando o nível pré-pandemia, a renda ainda não está recuperando no mesmo ritmo, graças à aceleração da inflação e o crescimento da informalidade: o rendimento real habitual ficou em R$2.447,00.
MINUTO DE ECONOMIA
Conflito Rússia-Ucrânia pode prejudicar o agronegócio brasileiro… Um possível conflito Rússia x Ucrânia tem chamado atenção do mundo, pois envolve os interesses de grandes potencias econômicas e militares. No caso do Brasil, embora não exista nenhum interesse geopolítico direto, a tensão na região poderá ter impactos para a economia brasileira, em particular para o agronegócio. Tal interesse pode explicar a viagem do presidente Jair Bolsonaro para Moscou. A Rússia e a Bielorússia são parceiros comerciais importantes, uma vez que são a origem de uma parcela significativa dos fertilizantes utilizados pelo agronegócio brasileiro. O principal nutriente de fertilizante aplicado no Brasil é o potássio, com 38%, seguido por cálcio, com 33%, e nitrogênio, com 29%. A maior cultura agrícola brasileira é a soja, que demanda mais de 40% dos fertilizantes aplicados. Cerca de metade das importações de cloreto de potássio vem da Rússia (30%) e da Bielorrússia (20%). Há igualmente forte dependência em relação ao nitrato de amônia. Uma interrupção do fornecimento de tais insumos por esses países poderá prejudicar ainda mais um dos principais vetores de crescimento da economia brasileira. Os maiores concorrentes da Rússia na produção de potássio são o Canadá, Israel, Bielorrússia e Alemanha. O valor pago em 2021 por companhias seguradoras representa crescimento nominal de 115%1 sobre os R$ 2,5 bilhões indenizados em 2020, devido aos extremos climáticos ocorridos no último ano. O desafio é garantir os interesses brasileiros sem afetar as relações com os dois principais parceiros comercias do país, China e EUA. Além dos insumos agrícolas, outro problema que o conflito pode trazer é uma disparada do preço do petróleo. Quadro 1: O que o Brasil importa e exporta para a Rússia: Quadro 2: Principais itens das importações da Rússia: Quadro 3: Principais itens exportados para a Rússia: Mesmo com jabutis, privatização da Eletrobrás ainda é o melhor caminho para empresa adquirir capacidade de investir… O Tribunal de Contas da União aprovou a primeira fase do processo de privatização da Eletrobrás. A privatização havia sido autorizada pela MP 1.031/21 que foi convertida em Projeto de conversão de Lei 7/2021 e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em julho de 2021. A privatização está em processo de modelagem econômico-financeira. Etapa que havia sido questionada no TCU sob a alegação de que o valor para outorga R$23,2 bilhões, seria menos da metade do valor correto. Além do valor de outorga, a lei que aprovou o inicio da privatização ainda possui outra ressalvas, como a obrigatoriedade de compra de energia de termoelétricas a gás natural e pequenas centrais hidroelétricas. Dada a capacidade limitada de investir do Estado, que administra a empresa atualmente, a privatização abre possibilidade do investimento privado. O valor de outurga discutido poderá ser corrigido pelo mercado.
MINUTO DE ECONOMIA
Leia em segundos os Minutos da semana… Ata do Copom alertou para o perigo de “PEC kamikaze” que pretende reduzir o preço dos combustíveis. Inflação desacelerou em janeiro, mas acumulado de 12 meses continua em dois dígitos, 10,38% Avanço da vacinação fez setor de serviços e comércio crescerem 10,9% e 1,4%, respectivamente, em 2021. Prévia do PIB está consistente com projeção do mercado de expansão do PIB em 4,5% O IBC-Br, indicador antecedente do PIB divulgado pelo Banco Central subiu 0,33% em dezembro contra novembro. Resultado abaixo da projeção do mercado (0,6%) e da GO Associados (0,4%). O crescimento acumulado em 2021 foi de 4,5%. O ano de 2021 foi de recuperação, considerando o desempenho dos setores, como comércio, indústria e, principalmente, serviços que teve mais dificuldade para retomar as atividades em 2020. Com o resultado de dezembro, a GO Associados revisou a projeção do PIB de 4,7% para 4,6%. A mediana das expectativas da pesquisa Focus para 2021 está em 4,5%. IBC-Br (100=2002) O ritmo de recuperação da economia não cedeu tanto e a expectativa de uma nova onda de casos de Covid com a variante Ômicron afetou menos do que o esperado. Para o final do ano e para o início de 2022, os pontos de atenção para a economia são: A inflação tem avançado e preocupado não só o Brasil, mas o resto do mundo também; O aumento da taxa de juros para controlar a inflação aumenta o custo do crédito, o que inibe novos investimentos e o consumo baseado no crédito; A quebra nas cadeias de suprimentos globais e o aumento no custo de energia está afetando a indústria, que está apresentando uma recuperação em W, com uma nova queda em 2021. Possível desaceleração do crescimento mundial, sobretudo da China, prejudicaria as exportações brasileiras; A instabilidade política e o risco fiscal em um ano pré-eleitoral inibem o investimento; A concorrência é o melhor caminho para uma concessão bem-feita para os aeroportos do Rio de Janeiro… Os problemas causados pela pandemia da Covid-19 que afetaram diretamente o setor de turismo fez com que a concessionária que administra o aeroporto Internacional do Galeão no Rio de Janeiro, anunciasse a devolução da concessão. O anúncio da devolução fez com que o Ministro da Infraestrutura anunciasse um bloco com os dois aeroportos. Embora o setor de turismo, que é um segmento importante para os aeroportos, tenha apresentado recuperação em 2021, ainda está 11,4% abaixo do patamar pré-crise. A 7ª rodada de concessão dos aeroportos teria o aeroporto Santos Dumont sozinho. Entretanto, agora, deverá ocorrer uma 8ª rodada do Santos Dumont junto com o Galeão. É importante priorizar a concorrência, inclusive entre os aeroportos. Para isso, a modelagem da concessão será importante. 7ª rodada de concessão será dividida em quatro blocos. Blocos dos aeroportos leiloados em 2021 O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário nacional: O foco deverá ser a discussão sobre a criação de uma lei que trate do preço dos combustíveis. Na segunda-feira, haverá uma reunião de líderes no Senado para discutir o tema. Por outro lado, a chamada “PEC Kamikaze” apresentada no Senado, não deverá avançar. Na terça-feira o Senado deverá iniciar a discussão dos projetos de lei que criam uma compensação com uso de dividendos da Petrobrás e a proposta que estabelece um ICMS fixo para os combustíveis A possível derrubada do veto ao Reporto só deve ocorrer em meados de março, mas já na próxima semana, a pressão pela derrubada do veto deve ocorrer no Congresso. A prorrogação de incentivo fiscal para compras de máquinas e equipamentos para o setor portuário e segmentos logísticos seria prorrogada até 2023, mas o artigo que prorrogava o Reporto foi vetado no projeto da BR do Mar. No cenário internacional: O principal assunto do exterior continuará sendo os desdobramentos do possível conflito entre Rússia e Ucrânia, com impactos nos preços do petróleo e do gás natural. O Brasil também deverá entrar em evidência com a expectativa da visita do Presidente Jair Bolsonaro à Rússia. Fato que pode causar desconforto e pressão de aliados ocidentais. O principal indicador econômico será a divulgação do PIB da Zona do Euro em 2021, a mediana das expectativas do mercado indica um crescimento de 4,6%. O resultado será divulgado na terça-feira. Na segunda-feira, uma das economias mais importantes da Ásia, o Japão, divulgará seu PIB de 2021, a projeção do mercado é de um crescimento de 5,8%.
MINUTO DE ECONOMIA
Vacinação tem sido essencial para recuperação dos serviços Avanço da vacinação faz setor de serviços crescer 10,9% em 2021 e fechar o ano acima do nível pré-pandemia. Apesar da Ômicron, foi possível manter o nível de serviços e adotar restrições mais brandas do que as de 2020. O setor de serviços cresceu 1,4% em dezembro de 2021, um resultado melhor do que a mediana das expectativas do mercado (0,9%) e da GO Associados (1,1%). O impacto da variante Ômicron em dezembro não foi suficiente para conter a recuperação do setor. Mesmo diante do cancelamento de festas tradicionais de Ano Novo como no Rio de Janeiro e em Salvador. As atividades turísticas cresceram 3,5% em dezembro e 21,1% em 2021. A recuperação do setor que está 6,6% acima do nível pré-pandemia (fev-20). Tal resultado é consequência da vacinação, que contribui para a retomada ao longo do ano de atividades culturais e esportivas, por exemplo. Os cinco grupos apresentaram alta em 2021 com destaque para os serviços prestados às famílias, que cresceu 18,2%. Para 2022, a perspectiva é de continuidade da recuperação. Entretanto, o setor de serviços é o mais dependente do controle da pandemia, bem como da renda que caiu em 2020/21. Alguns eventos importantes para o desempenho do setor ainda não retomaram, como o carnaval de rua do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Salvador e do Recife que foram cancelados pelo segundo ano consecutivo. Só na cidade de São Paulo, o último carnaval de rua e do sambódromo movimentou cerca de R$ 3 bilhões, crescimento de 31% em 2020 na comparação com 2019.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação desacelera em janeiro, mas acumulado de 12 meses continua em dois dígitos… O IPCA de janeiro foi de 0,54%, abaixo da expectativa da GO Associados (0,61%) e em linha com as projeções do mercado (0,55%). Apesar de menor do que o valor observado em dezembro (0,73%), o resultado de janeiro é o maior para o mês desde 2016. No acumulado de 12 meses, a inflação passou de 10,06% em dezembro para 10,38% em janeiro. A meta para 2022 é de 5%. Item transportes, que pressionou a inflação em 2021, caiu 0,11% em janeiro. Por outro lado, artigos de residência subiram 1,82%, com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (2,86%). As projeções de inflação para 2022 seguem distantes do teto da meta e com viés de alta. Questões externas, como uma alta no preço do petróleo em razão do conflito Rússia x Ucrânia podem desvalorizar o Real e impactar ainda mais a inflação. Percepção de fragilidade da situação fiscal continua sendo um fator de possível pressão sobre o preço do dólar. Avanço da vacinação e retomada da atividade faz comércio crescer 1,4% em 2021… O resultado de dezembro, -0,1%, veio melhor do que o esperado: a expectativa do mercado era de -0,5% e da GO Associados de -0,8%. As vendas no varejo caíram 0,1% em dezembro. Lembre-se a mudança do padrão sazonal nos últimos anos: parte das compras de Natal ocorrem já em novembro. Mesmo com o resultado negativo, o ano 2021 apresentou crescimento no varejo de 1,4%, aceleração frente a 2020 que apresentou crescimento de 1,2%. O comércio varejista ampliado, que considera veículos, motos, partes e peças e de material de construção, cresceu 4,5% no ano, frente a uma queda de 1,4% em 2020. Os destaques positivos em dezembro foram: móveis e eletrodomésticos (0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (0,4%). Apesar dos bons resultados em dezembro, o setor de móveis e eletrodomésticos foi o que mais sofreu em 2022. Alguns setores devem continuar sofrendo em 2022, em especial o de venda de combustíveis cujo preço disparou ao longo de 2021.
MINUTO DE ECONOMIA
ATA DO COPOM ALERTA PARA O PERIGO DE PEC KAMIKAZE …
O Banco Central publicou na manhã desta terça-feira a ata da última reunião de política monetária do Copom. Na última reunião a taxa básica de juros aumentou 1,5 p.p., chegando a 10,75%. A questão que permanece é quando o processo de alta nos juros terminará e qual será o nível da taxa de juros ao final deste ciclo. Dado o elevado grau de incerteza, o Copom não indicou os próximos passos para a política monetária, apenas registrando que o novo ajuste será menor que 1,5 p.p.. A GO Associados acredita em um aumento de 1 p.p. na reunião de 16 de março e outro residual, de 0,25 p.p. na reunião de 4 de maio. O Copom destaca que os EUA devem iniciar um aperto monetário, iniciando um ciclo de alta na taxa de juros a partir de março. O cenário externo atual ainda é de taxas de juros muito baixas, mas dada a inflação em países como os EUA, esta tendência deve ser revertida em breve. As novas cepas da Covid 19 alimentam a incerteza sobre a recuperação da atividade econômica e a reorganização das cadeias produtivas globais. Os dados da economia brasileira em 2022 devem melhorar com a ajuda do agronegócio e a retomada do mercado de trabalho. Há uma citação indireta sobre a PEC dos Combustíveis na ata. Segundo o texto, políticas fiscais com objetivos de redução de preços via diminuição de impostos podem ter efeitos altistas na inflação dada a piora na percepção dos agentes acerca da situação fiscal.
Confira também:
MINUTO DE ECONOMIA
Leia em segundos os Minutos da semana… Copom elevou a taxa básica de juros de 9,25% para 10,75%, com previsão de continuidade dos aumentos em 2022. Apesar das oscilações, indústria fecha 2021 crescendo 3,9%. Resultado em dezembro foi positivo. Os dados do Caged mostram retomada do emprego formal. Em 2021, foram criadas 2,7 milhões de vagas. Setor público consolidado fecha 2021 em superávit de R$ 64,7 bi, primeiro desde 2013. Congresso e STF retomam as atividades e o governo apresenta a PEC dos Combustíveis. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal destaque da próxima semana deve ser o resultado do IBC-Br de dezembro e 2021 na sexta, dia 11. a projeção da GO Associados é de 0,3% de alta . O bom desempenho da economia em novembro e dezembro deve melhorar as projeções para 2022. Na quarta-feira, dia 9, será divulgado o resultado do IPCA de janeiro . A projeção da GO Associados é de alta de 0,71% e do mercado de 0,65%. Se confirmado um valor próximo das expectativas, o IPCA acumulado em 12 meses deve cair para menos de 10%, entretanto, ainda bem acima do teto da meta, 5%. Além do IBC-Br na sexta, a divulgação das Vendas no Varejo na quarta e da Pesquisa Mensal de Serviços na quinta devem dar a exata noção do desempenho da economia brasileira ao longo de 2021. Apesar da Variante Ômicron, a expectativa da GO Associados é de que os dois indicadores continuem mostrando recuperação, impulsionados pelas festas de fim de ano e compras de Natal. Na terça-feira o Copom divulgará a ata da reunião que definiu um aumento de 1,5 p.p. na taxa básica de juros . Importante acompanhar a indicação do Comitê sobre os próximos passos da política monetária para fazer a inflação voltar a ficar abaixo do teto da meta e principalmente saber até quando deverá durar o ciclo de altas na Selic. Nesta semana houve solenidades para o retorno as atividades no Congresso e no STF; na próxima semana deverá ter início as atividades parlamentares e judiciárias. O destaque na Câmara e no Senado deve ser a discussão da PEC dos combustíveis apresentada hoje. Além do conteúdo da PEC, pesará o fato de ter sido articulada pelo Ministro Ciro Nogueira (PP) sem o aval do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Na próxima semana as divulgações de destaque para balanços corporativos serão Sanepar, Tim, Bradesco e Usiminas. No cenário internacional: O destaque da próxima semana continuará sendo os desdobramentos de um possível conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O presidente Jair Bolsonaro anunciou que irá manter uma visita à Rússia em meados de fevereiro. Tal visita é vista com maus olhos por países ocidentais que pressionam os russos a não invadir a Ucrânia. A tensão vem elevando os preços do petróleo no mercado internacional, com o barril do Brent cotado a quase US$ 93. Na quinta-feira, os EUA anunciam a taxa de inflação de janeiro. O indicador fechou 2021 em 5,9% no acumulado de 12 meses contra uma meta de inflação de 2%. Os resultados de janeiro e fevereiro devem ajudar o FED a decidir qual será a intensidade e duração adequada do ciclo de altas da taxa de juros a partir de março. Na sexta-feira será conhecido o PIB do Reino Unido em 2021. Será o primeiro resultado anual da economia britânica após a fase de transição da saída da União Europeia, iniciada em 2020.
MINUTO DE ECONOMIA
A inflação fora do teto da meta e perspectiva de aumento dos juros nos EUA devem fazer Copom aumentar em 1,5 p.p. a taxa básica de juros… O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá aumentar 1,5 p.p. a taxa básica de juros amanhã. A primeira reunião de 2022 deverá elevar a taxa à dois dígitos, passando de 9,25% para 10,75%, de acordo com o que foi anunciado na ata da reunião anterior. Mais importante do que a decisão a ser anunciada na quarta, será o indicativo dos próximos passos. A inflação acumulada em 12 meses está acima da casa dos 10% desde setembro e fechou 2021 em 10,06%, quase o dobro da meta de 5,25%. Os destaques continuam sendo os sucessivos aumentos dos combustíveis, a introdução da bandeira de escassez hídrica e aumentos em alguns itens da alimentação. As atenções estão voltadas para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 5,38% para este ano, acima do centro da meta de 3,50% e do teto de 5%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 5%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic O processo de alta de juros deve continuar em 2022, o último comunicado do Copom, em dezembro de 2021, indicou que os aumentos de juros devem avançar ainda mais no território contracionista. A expectativa do Boletim Focus é de que a taxa de juros acabe o ano em 11,75%. Entretanto, o comunicado do Federal Reserve, nos EUA, de que a taxa de juros poderá voltar a subir na próxima reunião do Fomc em março, pode fazer com que o indicativo de que o ciclo de alta da taxa de juros no Brasil acabe em março seja revisto. Desenho de blocos da 7ª rodada de aeroportos é redesenhado e Santos Dumont será leiloado em bloco único… O Ministério da Infraestrutura decidiu redesenhar os blocos de aeroportos a serem concedidos neste semestre e leiloar o Santos Dumont separadamente. O leilão do Santos Dumont é alvo de um intenso debate no Rio de Janeiro. Há um temor de que a modelagem e o edital do certame criem uma competição com o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, o Galeão, operado pela concessionária RioGaleão. 16 aeroportos separados em quatro blocos serão concedidos à iniciativa privada. Além do bloco referente ao aeroporto de Santos Dumont, o bloco encabeçado por Congonhas (SP) atrairá maior atenção da iniciativa privada, além de Congonhas, outros 10 aeroportos fazem parte do bloco. Haverá um bloco formado por aeroportos executivos, formado pelos aeroportos de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ). E por fim o bloco Norte será formado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP). O quadro abaixo resume os dados dos aeroportos do bloco:
MINUTO DE ECONOMIA
Avanço da vacinação e abertura da economia fazem taxa de desemprego ficar abaixo do patamar do pré-pandemia… Apesar de uma renda menor, a recuperação do mercado de trabalho é positiva. A expectativa da GO Associados é de que a taxa de desemprego feche o ano em 11,2%. A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em novembro caiu de 12,1% para 11,6%. A queda foi superior às expectativas da GO Associados (11,8%). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços. O nível de pessoas ocupadas é o maior desde janeiro de 2020. A população subutilizada caiu 2,68%, chegando a 29,1 milhões de pessoas. O número de empregados sem carteira assinada subiu 7,4% enquanto os empregos com carteira assinada aumentaram 4%. A taxa de informalidade está em 40,6%. O mercado de trabalho informal tem retomado o ritmo mais rápido que o formal, como consequência da burocracia e do custo de contratação formal. Taxa de informalidade 2016-2021
Fonte: Pnad continua. Taxa de informalidade = (empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada + trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada + conta própria sem CNPJ + empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário sem carteira de trabalho assinada) / total de pessoas ocupadas. Se o mercado de trabalho está retomando o nível pré-pandemia, a renda ainda não está recuperando no mesmo ritmo, graças à aceleração da inflação e o crescimento da informalidade: o rendimento real habitual ficou em R$2.444,00, uma queda de 4,5% em comparação ao trimestre anterior e 11,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. IGP-M de janeiro volta a acelerar por causa do aumento no preço do petróleo e outras matérias-primas… O IGP-M de janeiro subiu 1,82% abaixo da expectativa do mercado, 2,01% do que a expectativa do mercado. Índice fechou 2021 em 17,78%, agora no acumulado de 12 meses está em 16,91%. A alta do IGP-M em janeiro de 2022 foi menor do que a de 2021, 2,81% e maior do que a de dezembro de 2021, 0,87%. O minério de ferro subiu 18,26%, foi a maior contribuição do IPA (índice de preços ao produtor amplo) que representa 60% do IGP-M e avançou 2,30%. A IPA é o índice mais sensível à variação de preços das commodities e do câmbio. A combinação da alta menor do IGP-M e a disparada do IPCA começou a fechar a boca de jacaré entre os dois índices como mostra o gráfico. O IGP-M de janeiro e o IPCA de dezembro acumulam alta, respectivamente, de 16,91% e 10,06% nos últimos 12 meses. IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%) O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30% no IGP-M, registrou alta de 0,42%, acumulando 9,33% em 12 meses. Para o resto do ano, é preciso ter atenção sobre reajustes em preços administrados, como passagens de transporte público, por exemplo, que devem sofrer reajustes refletindo a disparada dos combustíveis observada ao longo de 2021. Tal fato tem maior relevância para o IPCA no qual a cesta de bens de consumo tem maior peso. Para 2022 a projeção é de que o IGP-M volte ao patamar abaixo dos 10% com a melhora na organização das cadeias produtivas e na ausência de situações climáticas adversas. A projeção da GO Associados para o IGP-M e IPCA em 2022 é de, respectivamente, 5,5% e 5%. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana…
No cenário doméstico:
O principal destaque da próxima semana será a reunião do Copom na próxima quarta, dia 2, a expectativa é de que a taxa básica de juros passe a 10,75%, aumento de 1,5 p.p.. Mais importante serão os indicativos dos próximos passos, principalmente considerando o aumento indicado da taxa de juros nos EUA. O recesso parlamentar termina também na próxima quarta-feira, dia 2. Na Câmara a expectativa é da análise da PEC dos combustíveis, que propõe a redução dos impostos federais sobre combustíveis e da regulamentação do mercado de carbono (PL 528/21). Apesar da baixa chance de aprovação, a expectativa é de que ocorra a análise no Senado da PEC 110/2019, que trata sobre a reforma tributária. O Caged de dezembro e de 2021 será divulgado na segunda-feira, dia 31 de janeiro. O mercado formal deve mostrar saldo negativo em dezembro, mas um resultado positivo e próximo de 2,8 milhões no consolidado do ano. A Produção Industrial de 2021 será divulgada na quarta, dia 2. A indústria, mesmo apresentando seis quedas consecutivas, apresenta crescimento acumulado de 4,7% até novembro. No cenário internacional:
No cenário internacional o destaque continua sendo a tensão entre Rússia e Ucrânia. A tensão elevou o preço do petróleo para próximo dos US$ 90 na última semana. Indicadores importantes sobre o mercado de trabalho dos EUA serão divulgados ao longo da próxima semana principalmente na sexta com o payroll não agrícola e a taxa de desemprego. O Índice de Compras dos Gerentes (PMI) para a economia chinesa será divulgado na segunda, enquanto na quinta será divulgado o dos EUA e Zona do Euro. O mercado chinês ficará fechado ao longo da próxima semana em comemoração ao ano novo chinês.
MINUTO DE ECONOMIA
EUA cresceram quase que um Brasil em 2021… PIB dos EUA acima do esperado deve ser gatilho final para aumento das taxas de juros internacionais. A primeira estimativa do crescimento do PIB dos EUA indica expansão de 5,7% em 2021, representando incremento de US$1,193 trilhões, quase o tamanho do PIB brasileiro em 2020, foi de US$1,445 trilhão. O resultado veio um pouco acima da expectativa do mercado de 5,5% e é o maior crescimento desde 1983. A retomada dos empregos já no início do terceiro trimestre de 2020 e os pacotes trilionários de incentivo à economia ajudaram na recuperação. A recuperação acelerada motivada por pacotes de estímulo e os desequilíbrios observados nas cadeias globais ao longo do último ano causaram também a maior inflação desde 1983; 7%, bem acima da meta de 2%, outro sinal para aumento na taxa de juros. Em comunicado divulgado ontem o Federal Reserve manteve a taxa básica de juros em 0% a 0,25%, mas indicou que na próxima reunião, em março, deverá a aumentar a taxa. O discurso de J. Powell foi inequívoco no sentido de aumento da taxa de juros pelo FED, fazendo crer em um acréscimo de 1,25 pontos percentuais, atingindo um intervalo entre 1,25% a 1,5% no final do ano. O aumento nas taxas de juros internacionais tem efeitos negativos especialmente sobre países emergentes, como o Brasil, que terão de aumentar ainda mais suas taxas de juros para manter a diferença entre a taxa de juros internacional e nacional, impedindo uma fuga de capitais. A primeira reunião do Copom em 2022 acontece na próxima semana. A expectativa da GO Associados é que a taxa básica de juros passe de 9,25% para 10,75%. A expectativa do mercado é a de que a taxa básica de juros no Brasil acabe o ano em 11,75% contra nossa projeção na GO Associados de 12%.
MINUTO DE ECONOMIA
Desaceleração do IPCA-15 é positiva, mas insuficiente para atingir a meta de 2022 IPCA-15 de janeiro desacelera a 0,58%, ante 0,78% em dezembro, das expectativas do mercado de 0,45%. O IPCA 15 de janeiro subiu 0,58% abaixo da projeção de mercado (0,78%). O resultado do IPCA-15 e do IGP-M (que será divulgado sexta-feira), serão os indicadores mais atuais de inflação antes da próxima reunião do Copom na quarta-feira da próxima semana. A expectativa e a indicação na ata do Copom são de um reajuste de 1,5 p.p. passando de 9,25% para 10,75% a.a. A meta de inflação para 2022, caiu de 3,75% para 3,50%, com intervalo de tolerância entre 2% e 5%. Para alcançar este resultado é preciso que a inflação caia pela metade do apurado atualmente. Apesar da expectativa de menor pressão da energia elétrica, os combustíveis, que podem ser impactados pela volatilidade do câmbio em um ano eleitoral, e os alimentos, que podem ter a produção afetada por problemas climáticos, são pontos de atenção. Além é claro de um agravamento da tensão Rússia/Ucrânia. O número mostra uma desaceleração na inflação. O IPCA-15 de novembro foi de 0,78%. Esta desaceleração deve continuar na divulgação do IPCA de dezembro. O grupo transportes, foi o único que não apresentou alta em janeiro (-0,41%), em dezembro de 2021, o grupo transportes subiu 2,41% e foi o principal vilão da inflação em 2021, com alta de 21,35%. A gasolina foi a principal responsável pela queda no grupo transportes, (-1,78%). O grupo alimentação e bebidas teve a maior alta, (0,97%). Com a alimentação no domicílio sendo o principal destaque, 0,46%. A cebola, 17,09% e café moído 6,50% foram itens com maior impacto no grupo. A energia, que também pressionou a inflação em 2021, agora apresentou uma pequena variação de 0,03%. Mesmo diante do aumento das chuvas, os custos da produção das termoelétricas durante o período mais crítico da crise hídrica ainda estão impactando na conta de luz. E contribuindo para que não ocorra queda nos preços.
MINUTO DE ECONOMIA
Setor de serviços registra crescimento em novembro, mas dado ainda não reflete a Ômicron Serviços de comunicação e serviços prestados às famílias ajudam setor de serviços a crescer 2,4% em novembro . O volume de serviços cresceu 2,4% em novembro comparado a outubro, bem acima das expectativas do mercado e da GO Associados (+0,2%). O resultado positivo interrompeu uma sequência de quedas entre setembro e outubro. O resultado do setor de serviços de novembro ainda não reflete os impactos da variante ômicron na economia e, principalmente, no setor mais afetado por medidas de distanciamento social. Até meados de dezembro, quando algumas cidades anunciaram o cancelamento das festas de ano novo, a expectativa era de pleno funcionamento de setor. O resultado acima do esperado veio principalmente pelos segmentos de informação e comunicação (5,4%) e de serviços prestados às famílias (2,8%). O único grupo que caiu em novembro foi de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,3%), sendo a quarta queda consecutiva. Volume de serviços por setor (%) A recuperação do setor que está 4,5% acima do nível pré-pandemia (fev-20) pode sofrer um revés a depender do nível de novas restrições para conter o avanço da variante ômicron. O estado de São Paulo anunciou que irá limitar o público em eventos esportivos a 70% da capacidade dos estádios. Além disso, eventos importantes para o setor de serviços, como o carnaval de rua do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Salvador e do Recife foram cancelados pelo segundo ano consecutivo. Só na cidade de São Paulo, o último carnaval de rua e do sambódromo movimentou cerca de R$ 3 bilhões, crescimento de 31% em 2020 na comparação com 2019. O avanço da ômicron afeta principalmente o único subsetor de serviços que ainda está abaixo do nível pré-pandemia, o de serviços prestados às famílias que, após apresentar queda superior a 61% em abril de 2020, chega em novembro de 21 ainda 11,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. Variação percentual em relação ao pré-pandemia (fev/20)
MINUTO DE ECONOMIA
INFLAÇÃO VERDE: COMO CONCILIAR O TEMPO DA NATUREZA COM O TEMPO DA ECONOMIA? O desafio do processo de descarbonização da economia reside na arte de conciliar o tempo da economia com o tempo da Natureza. A transição para a economia verde pode trazer custos e estimular atividades com impactos elevados sobre o meio ambiente. O índice oficial de inflação de 2021 anunciado ontem foi de 10,06% e, os principais responsáveis pelo aumento dos preços foram os combustíveis. A maior alta considerando os itens do IPCA foi do etanol de 62,23%. Os combustíveis subiram 49,02% nos 12 meses de 2021. A propósito a Petrobras anunciou um novo aumento. O preço da gasolina passou de R$3,09 para R$ 3,24 nas refinarias enquanto o do diesel passou de R$ 3,34 para R$ 3,61. Outro item que contribuiu para uma inflação de dois dígitos foi a energia elétrica, que ficou 21,21% mais cara. A alta da energia é consequência de eventos climáticos extremos. A seca levou o país a adotar uma bandeira de escassez hídrica. Além dos eventos climáticos, está em curso a discussão sobre uma transição energética de uma matriz dependente de combustíveis fósseis para uma matriz de carbono zero. Este movimento de transição coloca desafios que precisam ser enfrentados, mas que podem gerar custos de transição. Dentre as dificuldades previstas está a chamada inflação verde. Isso pode ocorrer porque, nas transições energéticas anteriores, como o uso do fogo, do carvão e da gasolina houve uma queda significativa nos custos, o que acelerou e contribuiu para a transição. No caso da transição energética atual, mesmo que gradual, haverá forte mudança de preços relativos, o que pode gerar um aumento dos custos em um primeiro momento. Este processo será ainda mais desafiador em economias com inércia inflacionária, como a brasileira. ´ Uma vantagem do país nesse sentido é possuir uma matriz energética relativamente limpa, com 28% de hidroelétrica e 53,8% de petróleo, carvão e gás. A matriz energética chinesa, por exemplo, é composta por 84,2% de carvão, petróleo e gás; no mundo a dependência de carvão, petróleo e gás é de 84,2%. A transição deverá fazer aumentar a produção e exploração de minerais e outros insumos. Alguns segmentos com externalidades negativas continuam sendo fundamentais, como a mineração. Outro temor envolve a transição em si: como conciliar os investimentos em formas limpas sem deixar de investir na extração de materiais fósseis. Por exemplo, caso os investimentos na extração de petróleo minguem, a tendência é que o preço dispare mesmo em uma economia que ainda é dependente deste insumo. Por outro lado, permanecer com uma matriz energética altamente poluente também terá altos custos. Segundo o Swiss Re Institute, sem nenhum tipo de mitigação das mudanças climáticas até 2050 terá um impacto de 3,2ºC na temperatura e de 18% no PIB, se forem cumpridas as metas do acordo de Paris, o impacto sobre será de 2ºC e 4% no PIB.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação fecha 2021 quase no dobro do teto da meta… O IPCA de 2021 foi de 10,06%, em linha com expectativa da GO Associados (10,05%) e acima da mediana das expectativas do último boletim Focus (9,99%). O teto da meta para 2021 era de 5,25%. Como a inflação superou a meta, o presidente do Banco Central deve redigir uma carta aberta para explicar o que será feito para fazer a inflação convergir para a meta. Será a sexta vez que um presidente do Banco Central fará uma carta justificando o não cumprimento da meta desde 1999. Das outras cinco vezes em que a inflação ficou fora da margem de tolerância, apenas em 2017 a inflação ficou abaixo do piso da meta. Regime de metas de inflação Vs. Realizado no ano Os principais responsáveis pelo aumento dos preços foram os combustíveis. A maior alta considerando os itens do IPCA foi do etanol de 62,23%. Os combustíveis subiram 49,02% nos 12 meses de 2021. Outro item que contribuiu para uma inflação de dois dígitos foi a energia elétrica, que ficou 21,21% mais cara. A crise hídrica e a alta do dólar contribuíram para a alta dos preços em 2021 principalmente no aumento da energia elétrica e da gasolina. Em 2022, o volume de chuvas bem acima do esperado pode contribuir para uma pressão menor da energia elétrica. Entretanto, um ano eleitoral com expectativa de grande polarização pode pressionar ainda mais o câmbio. A propósito a Petrobras anunciou um novo aumento. O preço da gasolina passou de R$3,09 para R$3,24 nas refinarias. No início dos anos 2000, uma crise hídrica e uma vitória da oposição nas eleições resultaram em três anos de inflação acima da meta. Para 2022, o vencedor da eleição é o líder nas pesquisas eleitorais. A promessa de uma eleição polarizada indica dificuldades para controlar a inflação, entretanto, hoje o Banco Central possui autonomia legal para executar o que for necessário para alcançar a meta. No mês de dezembro, o índice foi de 0,73%, um valor menor do que o apurado no mês anterior e quase a metade do que foi observado em dezembro do ano anterior. Para o orçamento de 2022, outro indicador importante é o INPC, que encerrou 2021 em 10,16%, próximo do que havia sido projetado no Orçamento aprovado no Congresso Nacional, 10,18%. A inflação final do ano será importante agora também para a correção do teto de gastos. Na comparação com a regra antiga, que corrigiria o teto pela inflação em 12 meses até junho (8,35%), o limite de gastos agora será corrigido pelo valor total do IPCA, de 10,06%. Segundo as contas do Diretor da IFI Daniel Couri, as mudanças retroativa no cálculo do teto (que passou a considerar o IPCA em 12 meses de dezembro e não de junho) e os limites dos Precatórios, ambas previstas na PEC dos precatórios, liberaram um total de R$ 112,6 bilhões no Orçamento.
MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal destaque da próxima semana será a divulgação do IPCA de dezembro na terça, dia 11. A projeção da GO Associados é de que o IPCA de dezembro seja de 0,72%, assim fechando o ano em 10,05%. Também na próxima semana serão divulgados os dados do comércio e de serviços para o mês de novembro. Mesmo com a queda da indústria, divulgada nesta semana, a perspectiva é positiva tanto para o comércio (+0,8%) quanto para o setor de serviços (+0,2%). O veto ao Refis para micro e pequenas empresas, publicado hoje, deve continuar a ser assunto. A expectativa é de forte movimentação política para derrubada deste veto quando o recesso do Congresso Nacional terminar, em 2 de fevereiro. No cenário internacional: No cenário internacional os dados da economia dos EUA chamarão atenção. Na quarta, dia 12, ocorre a divulgação do CPI de dezembro. É possível que o índice de inflação ao consumidor dos EUA feche o ano acima de 7%. Na sexta, 14, o destaque fica com os dados de atividade de dezembro com a divulgação da produção de industrial e do resultado do varejo. O varejo deve chamar atenção, em especial, pela possibilidade do efeito da ômicron sobre as vendas de Natal. Veto ao Refis é correto, mas governo deveria procurar alternativas para possibilitar benefício a Pequenas e Médias Empresas… O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o Relp (Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional), projeto aprovado no Congresso que previa o perdão dos juros e multas de micro e pequenas empresas (MPEs) que tiveram queda de receita em 2020. A principal justificativa da equipe econômica para o veto é a renúncia fiscal sem contrapartida, o que é razoável. Entretanto, é preciso considerar a importância destas empresas e buscar alternativas para a aprovação. O Brasil possui cerca de 18,9 milhões de microempreendedores e empreendedores individuais e este Refis permitiria a renegociação de R$50 bilhões em dívidas, que poderiam ser parceladas por até 15 anos, com descontos proporcionais à queda do faturamento durante a pandemia. Empresas que faturam até R$4,8 milhões por ano ou empreendedores que faturam até R$81 mil por ano podem aderir ao simples nacional e seriam beneficiados pela aprovação do Refis. O veto ao projeto era justificável, apesar do amplo apoio no Congresso Nacional com a aprovação por 382 votos a favor e apenas 10 contra na Câmara e por votação simbólica no Senado. As MPEs são as grandes responsáveis pela geração de emprego no Brasil, sendo responsável por cerca de 60% das vagas formais geradas. A equipe econômica do governo deveria articular com o Congresso uma solução que permita dar condições para as micro e pequenas empresas reorganizar suas dívidas e voltar a gerar emprego e renda.
MINUTO DE ECONOMIA
QUEDA DA INDÚSTRIA ILUSTRA A INTERRUPÇÃO DA SONHADA RECUPERAÇÃO EM V A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, alguns fatores adversos reverteram este comportamento a partir de janeiro de 2021: a crise hídrica com impactos no custo da energia (o último reajuste nas contas de luz entrou em vigor justamente em setembro), a falta de insumos (semicondutores) e a volatilidade do câmbio. A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas. A produção industrial caiu 0,2% em novembro, resultado pior do que a expectativa do mercado, (0,2%) e do que a projeção da GO Associados (1,1%). Bens de capital fazem com que indústria caia 0,2% em novembro, a sexta queda consecutiva. No resultado de novembro o destaque negativo foi a produção de bens de capital que caiu 3% em relação a outubro. Desempenho da indústria em relação a novembro/20 (%) Alguns fatores justificam o desempenho ruim da indústria em 2020 como a desaceleração das economias chinesa e mundial do lado da demanda e a escassez e custo das matérias primas do lado da oferta. A indústria, após uma forte recuperação para a reposição de estoques, sofreu em 2021 com a falta de matérias-primas. Os destaques negativos no acumulado de 2021 foram: veículos automotores (-11,6%), produtos de borracha e de material plástico (-12,3%), produtos de metal (-13,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,8%), couro, artigos para viagem e calçados (-17,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-12,7%). Esta queda tem se concentrado no setor de produção de bens de consumo duráveis, que caiu 21% em relação a novembro do último ano. A automobilística é o principal ramo que vem apresentando dificuldades com a falta de semicondutores e, mais recentemente, de magnésio. Apesar do desempenho negativo de quase todas as grandes categorias, o acumulado do ano e de 12 meses ainda é positivo em 4,7%.
MUNITO DE ECONOMIA
Fim repentino do regime especial para a indústria química traz mais problemas do que benefícios… O Presidente Jair Bolsonaro editou a medida provisória MP 1.095 no dia 31 de dezembro. A MP revogou o artigo 3ª da lei 14.183/21 e extinguiu o Regime Especial da Indústria Química (Reiq) imediatamente. Em meados do ano passado o governo editou a MP 1.034/21, que inicialmente também extinguia imediatamente o Reiq. Porém, após alteração no Senado foi introduzida uma previsão da gradual extinção do Reiq até 2025, conforme previsto na lei 14.183/21 e indicado no quadro: A transição gradual proposta pelo Senado só vigorou na primeira etapa, já que a edição da MP 1.095/21, publicada em 31 de dezembro, revogou o artigo 3º da lei 14.183/21, que previa a transição gradual. Com a nova MP, a alíquota de PIS e Cofins passou para 1,65% e 7,60% respectivamente, já em janeiro de 2022 . Uma súbita e expressiva majoração de carga para o setor. A mudança abrupta em uma lei que havia sido aprovada no Congresso tem impactos negativos para a economia: causa insegurança jurídica: transmite uma mensagem de incerteza de que uma política gradual pode ser interrompida a qualquer momento. Não há nada pior do ponto de vista de decisão de investimento posto que já havia um cronograma de eliminação gradual dos benefícios até 2025; reforça o mau hábito de não avaliação das políticas públicas no Brasil: a indústria química é um dos ramos com maiores efeitos de encadeamento (alto índice Rasmussen-Hirschmann); tal fator deveria ser considerado em uma análise criteriosa de custo-benefício. a alocação alternativa, isenção de leasing de aeronave e compra de carro novo para taxistas e Pessoas com deficiência não parece ter os mesmos benefícios econômicos. O governo calculou um aumento de arrecadação de R$1,4 bilhões com o fim do Reiq. A título de comparação, o fundo eleitoral para 2022, de R$5,7 bilhões, é mais de quatro vezes o suposto ganho com o Reiq.
MINUTO DE ECONOMIA
2022 será melhor que a encomenda… O pessimismo com a economia brasileira em 2022 é exagerado. A expansão do PIB deve retornar ao ritmo do pré-pandemia. O ano de 2022 deverá marcar a volta da economia brasileira a um ritmo de crescimento similar ao observado nos anos anteriores à pandemia. A projeção da GO Associados é de crescimento 1,1%, maior do que a mediana das expectativas do mercado medido pela última Pesquisa Focus, de 0,4%. Alguns fatores podem estimular minimamente a economia em 2022. Lembre-se que o produto da economia tem os seguintes componentes: C=consumo das famílias em bens e serviços; I=investimento; G=gastos do governo; X=exportações menos M=Importações. Cada um deles poderá receber um estímulo positivo em 2022: Consumo pode aumentar um pouco em virtude do Auxílio Brasil;
Investimento privado tem aumentado na infraestrutura;
Gasto governamental tende a crescer em função das eleições; e
As Exportações devem crescer mais em virtude da safra recorde e da reabertura do mercado chinês. Acrescente-se a isso o dinamismo da economia digital que tem atraído capital e conquistado novos mercados a despeito das incertezas e problemas da conjuntura. Mencione-se também um fator novo da autonomia do Banco Central aprovada neste ano e que atenua o receio de mudança radical na política econômica no caso de uma vitória da oposição ou de uma guinada da própria situação. Apesar da forte incerteza que domina o cenário econômico em razão do surgimento de novas cepas e das ondas de contágio da pandemia, a economia já está mais bem adaptada a possíveis solavancos e outros lockdowns. Além disso, a atualização das vacinas para as novas cepas também pode atenuar a intensidade da nova onda. Para inflação a projeção é que a redução no ritmo de crescimento da economia, se comparado a 2021, deve trazer tanto o IPCA quanto o IGP-M para um nível mais baixo, de 5,0% e 5,5% respectivamente, entretanto, o IPCA deve continuar próximo ao teto da meta. As cadeias produtivas, que foram prejudicadas pela pandemia continuam desorganizadas, porém, a tendência é de melhora. O preço do dólar apresentará muita volatilidade, assim como o mercado de renda variável como um todo. Entretanto, deve fechar 2022 em um patamar próximo do atual (R$ 5,58), em parte pelo efeito do aumento da taxa Selic que deve fechar 2022 em 12% a.a. A conjuntura externa também é importante, na Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz substituiu Ângela Merkel no comando do país após 16 anos. Além disso, haverá eleições presidenciais na França. Nos EUA, as eleições de meio de mandato devem renovar parte do Congresso, e podem significar dificuldades para os dois últimos anos da gestão Joe Biden se o partido democrata perder a maioria apertada no Senado ou na Câmara.
MINUTO DE ECONOMIA
Está em curso o maior programa de saneamento ambiental do Planeta… 2021 parece marcar o momento de decolagem do investimento em saneamento, rompendo com uma negligência histórica do país com esta infraestrutura social tão relevante para a saúde e o maio ambiente. O Grupo Águas do Brasil venceu o leilão de concessão dos serviços de saneamento do chamado bloco 3 da Companhia estadual de água e esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) com lance de R$ 2,2 bilhões, equivalente a um ágio de 90% em relação ao valor de outorga mínima de R$ 1,16 bilhão. Tais números sugerem a continuidade do apetite de investimento por parte do setor privado a despeito das incertezas da conjuntura macroeconômica. Os investimentos previstos para os 35 anos de concessão são estimados em R$ 4,7 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto nas áreas concedidas, que incluem bairros da zona oeste do Rio mais 20 cidades hoje atendidas pela estatal Cedae. Quadro 1 – Resultados dos leilões recentes no setor de saneamento Conforme mostra o Quadro 1, somando todos os investimentos contratados desde 2019, até o final de 2021 o setor deverá receber cerca de R$ 42 bilhões em investimentos nos próximos 35 anos. O Quadro 2 compara o saneamento com outros segmentos da infraestrutura. Chama a atenção o fato deste setor ter mais investimentos contratados do que os demais, superando inclusive o setor de telecomunicações que teve como destaque o leilão do 5G. O Quadro 3 mostra o perfil temporal dos investimentos contratados. R$ 35,8 bilhões dos investimentos contratados (85% do total) ocorrerão nos primeiros cinco anos e já em 2022 estão previstos R$ 3,4 bilhões (8%). O edital estabelece pontos relevantes para a infraestrutura social: a tarifa social, que hoje alcança 13 mil pessoas, deverá passar a 136 mil pessoas; investimento para o Rio Guandu de R$ 1,1 bilhão nos cinco primeiros anos, com o objetivo de reduzir a poluição na bacia; e investimentos de R$ 354 milhões em comunidades não urbanizadas na AP5 (parte da Zona Oeste da capital fluminense), com obrigatoriedade da continuidade da prestação do serviço. Quadro 2 – Investimentos contratados em leilões realizados em 2019-21(R$ bilhões) Quadro 3 – Perfil temporal dos investimentos contratados nos leilões de 2019-21 (R$ bilhões)
MINUTO DE ECONOMIA
BOCA JACARÉ ENTRE IGP-M E IPCA DEVE FECHAR EM 2022… Volta das exportações de carne e demanda doméstica fazem IGP-M de dezembro subir mais do que a expectativa do mercado. Índice fechou 2021 em 17,78%. O IGP-M de dezembro subiu 0,87%, pressionado pelo preço dos bovinos (11,69%) com a retomada das exportações para a China. O resultado veio acima das projeções de mercado (0,65%) e da GO Associados (0,66%). O IPA subiu 0,95% em dezembro, acumulando alta de 20,57% no ano. O índice de preços ao produtor amplo (IPA) representa 60% do IGP-M, sendo o índice mais sensível à variação de preços das commodities e do câmbio. O resultado de 2021 teve contribuição principalmente do preço de alguns produtos agrícolas, como o café, 152,35%, e a cana-de-açúcar, 57,13%. A combinação da alta menor do IGP-M e a disparada do IPCA começou a fechar a boca de jacaré entre os dois índices como mostra o gráfico. O IGP-M de dezembro e o IPCA de novembro acumulam alta, respectivamente, de 17,78% e 10,74 nos últimos 12 meses. IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%) O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30% no IGP-M, registrou alta de 0,84%, acumulando 9,32% em 12 meses. Para 2022, é preciso ter atenção sobre reajustes em preços administrados, como passagens de transporte público, por exemplo, que devem sofrer reajustes refletindo a disparada dos combustíveis observada ao longo de 2021. Tal fato tem maior relevância para o IPCA no qual a cesta de bens de consumo tem maior peso. Uma alternativa legislativa para evitar a disparada nos preços do transporte público urbano é o Projeto de Lei 4489/2021 que faz o Governo Federal bancar a gratuidade de idosos nos municípios. Esta medida poderia atenuar os aumentos previstos para o próximo ano. Para 2022 a projeção é de que o IGP-M volte ao patamar abaixo dos 10% com a melhora na organização das cadeias produtivas e na ausência de situações climáticas adversas. A projeção da GO Associados para o IGP-M e IPCA em 2022 é de, respectivamente, 5,5% e 5%.
MINUTO DE ECONOMIA
Avanço da vacinação e abertura da economia fazem taxa de desemprego cair para próximo do patamar do pré-pandemia… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em outubro caiu de 12,6% para 12,1%. A queda foi superior às expectativas do mercado (12,3%) e da GO Associados (12,2%). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços. O nível de pessoas ocupadas é o maior desde abril de 2020. A população subutilizada caiu 6,5%, chegando a 29,9 milhões de pessoas. O número de empregados sem carteira assinada subiu 9,5% enquanto os empregos com carteira assinada aumentaram 4,1%. A taxa de informalidade está em 40,7%. Se o mercado de trabalho está retomando o nível pré-pandemia, a renda ainda não está recuperando no mesmo ritmo, graças à aceleração da inflação e o crescimento da informalidade: o rendimento real habitual ficou em R$2.449,00, uma queda de 4,6% em comparação ao trimestre anterior e 11,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
MINUTO DE ECONOMIA
Recorde de emprego formal pelo Caged maior geração de vagas desde 2010… Registrado ganho líquido de 324.112 empregos formais em novembro, resultando em cerca de 3 milhões de vagas no mercado de trabalho formal em 2021. Foram criados 324 mil empregos formais em novembro. O saldo de empregos formais acumulados desde o início de 2021 é de 2,99 milhões. O Ministério do Trabalho adiantou para hoje a divulgação dos dados do Caged, que seriam divulgados na próxima terça-feira (28/12). Em dezembro o histórico mostra que o saldo deva ser negativo, refletindo a demissão de trabalhadores temporários no final do ano. Entretanto, não deve comprometer um saldo anual razoável para 2022. No mês de novembro a maior contribuição para o saldo positivo veio do setor de serviços (180,96 mil). E o único saldo negativo foi o da agropecuária (-16,8 mil). Criação de empregos por setor Apesar da revisão em 2020, que resultou em uma perda de vagas em no ano, a forte recuperação do mercado de trabalho em 2021 é inequívoca e observada também na PNAD Contínua. A taxa de desemprego que chegou a 14,9% no 1º trimestre de 2021, fechou o 3º trimestre em 12,6% e deve continuar a cair até o primeiro trimestre de 2022. Prévia da inflação fecha 2021 em 10,42%, mas resultado de dezembro reforça desaceleração inflacionária… O IPCA 15 de dezembro subiu 0,78% em linha com a projeção de mercado (0,80%) um pouco abaixo da projeção da GO Associados (0,91%). O número mostra uma desaceleração na inflação. O IPCA-15 de novembro foi de 1,17%. Esta desaceleração deve continuar na divulgação do IPCA de dezembro. O resultado representa a maior alta acumulada em 12 meses para dezembro desde 2015. O grupo combustíveis (3,40%) foi mais uma vez a principal responsável pelo resultado de dezembro. A gasolina subiu 3,28%. O setor de transportes foi o principal vilão da inflação em 2021, com alta de 21,35%. Dentre os 15 itens com a maior alta, o etanol liderou em 2021, com a gasolina em 4º lugar e o gás de botijão em 10º. Dentre os produtos que mais caíram em 2021, o destaque é para o arroz, produto cujo preço registrou alta de 72,5% em 2020. No item habitação a energia elétrica foi o item que mais subiu (0,89%). Para conter a elevação dos preços, o Copom subiu os juros a 9,25% a.a. na última reunião de 2021 e deverá reajustar para 10,75% na primeira reunião do ano em 02/03 de fevereiro. A alta da taxa de juros encarece o custo do dinheiro, inibindo parte da demanda na inflação. Mas não resolve o problema de oferta ocasionado pela crise hídrica e desorganização das cadeias produtivas ou a incerteza quanto à situação fiscal que continua pressionando o preço do dólar. Estes problemas devem perdurar em 2022, ano eleitoral, quando corte de gastos e rigidez fiscal encontram maior resistência política.
MINUTO DE ECONIMA
Mesmo em ano eleitoral, as concessões no país devem gerar mais de R$ 100 bilhões em investimento… Uma área pouco falada nestes últimos dois anos é a de concessões de projetos de infraestrutura. Segundo levantamento da GO Associados, somando as concessões de ativos federais e as que tiveram participação direta do PPI ou BNDES, os investimentos somam cerca de R$ 168 bilhões, com uma outorga de R$ 136,9 bilhões. Este montante leva em conta o leilão do bloco 3 da Cedae, a ser realizado na próxima terça-feira e que tem projeção de investimentos de R$ 4,7 bilhões. Montante de investimento entre 2019 e 2021 é de R$ 168 bilhões As perspectivas para 2022 são de que esta área de concessões não desacelere mesmo considerando o ano eleitoral. Levantamento usando informações do PPI, BNDES e os programas de parcerias estaduais indica forte possibilidade de ocorrerem pelo menos mais 22 leilões ao longo do próximo ano, gerando R$ 117,5 bilhões de novos investimentos em infraestrutura. Alguns leilões se destacam pelo alto volume de investimentos previstos como as Rodovias Integradas do Paraná em que a malha estadual deve ser dividida em seis lotes com previsão de investimento total de mais de R$ 44 bilhões. A Ferrogrão teve processo de concessão paralisado por uma ação que questiona a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará. O julgamento no plenário do STF está marcado para 15 de junho do próximo ano. A projeção de investimento deste projeto é de R$ 25,2 bilhões. Leilões em 2022 devem ter Rodovias e Ferrovias como destaque Além dos projetos de concessão, alterações legislativas ao longo de 2019-21 devem ter forte efeito sobre os investimentos previstos. Chama atenção principalmente o novo marco das ferrovias, em vigor via Medida Provisória e que foi à sanção após aprovação na última semana. Segundo o Ministério da Infraestrutura, foram recebidos até o momento 36 requerimentos de autorização ferroviária, totalizando 7,8 novos km de ferrovias e investimentos na ordem de R$ 115 bilhões. Alguns desses projetos estão mais avançados, no início de dezembro foram assinados os termos permitindo a construção e operação de nove trechos que totalizam mais de R$ 50 bilhões em investimento e mais de 3,5 mil km de malha ferroviária nova.
MINUTO DE ECONOMIA
Enquanto 19 milhões de brasileiros passam fome, o orçamento dedica R$ 4,7 bilhões para o fundo eleitoral… O orçamento de 2022 deverá ser votado até o último dia do ano legislativo de 2021 para começar a valer a partir de primeiro de janeiro de 2022. A previsão era que a peça orçamentária seria votada ontem. Entretanto, o governo tentou emplacar reajustes que somam R$2,5 bilhões para reestruturação de carreira para as polícias enviando uma sugestão de alteração horas antes da votação, causando desconforto entre os parlamentares. Segundo cálculo da Instituição Fiscal Independente (IFI), um reajuste de 1% para todos os servidores federais tem um impacto de R$3 bilhões no orçamento. Não é o momento de privilegiar esta ou aquela categoria. Há outras prioridades como a inclusão no novo programa Auxílio Brasil de todas as famílias do cadastro único. Também foram mantidas as emendas do relator em R$16,5 bilhões e o fundo eleitoral passou para R$ 4,7 bilhões. Para ilustrar a má alocação dos recursos no orçamento, um pequeno exemplo. Apenas com o dinheiro do fundo eleitoral, seria possível realizar uma das seguintes atividades prioritárias: Realizar o Censo do IBGE, que custa pouco mais da metade do fundo eleitoral, R$ 2,3 bilhões; Construir 67 hospitais regionais; Construir 313 escolas de ensino profissionalizante.
MINUTO DE ECONOMIA
Cenário externo menos favorável e taxa de juros em dois dígitos devem reduzir o ritmo de crescimento da economia segundo Relatório Trimestral de Inflação…
O Banco Central revisou para baixo as projeções de crescimento da economia em 2021. A revisão foi de 4,7% para 4,4% enquanto para 2022, a projeção de crescimento caiu para menos da metade de 2,1% para 1%. O Relatório Trimestral de Inflação indica uma piora no cenário econômico mundial com aumento da inflação nas principais economias, além da variante Ômicron e do problema no mercado imobiliário chinês. No cenário doméstico a redução do ritmo de recuperação da economia brasileira perdeu fôlego. A expectativa de um desempenho melhor da agropecuária, caso a crise hídrica não persista em 2022, com a resolução dos problemas que resultaram no embargo da carne brasileira no mercado chinês e com a retomada da atividade econômica no setor de serviços, caso a pandemia seja controlada. O aumento da taxa de juros, que deve chegar a 10,25% em fevereiro de 2022, também é um ponto de atenção para a recuperação da economia, na medida em que encarece o crédito e diminui o ritmo de recuperação. A projeção do Banco Central para a inflação para 2021 continuou a crescer e está em linha com o número da GO Associados, de 10,2%. Para 2022 a projeção do RTI passou de 3,7% para 4,7% próxima do teto da meta de 5%.
MINUTO DE ECONOMIA
Indústria fraca afeta os serviços de transporte e interrompe recuperação do setor em setembro…
O volume de serviços caiu 1,2% em outubro, a queda foi maior do que a projeção da GO Associados (-0,2%) e do mercado (+0,1%). Esta foi a segunda queda consecutiva após cinco meses de alta. Apesar destes resultados negativos, o setor de serviços continua 2,1% acima do nível pré-pandemia. O segmento de serviços prestados às famílias foi o único que cresceu. Entretanto, este é o setor com a recuperação mais atrasada, ainda estando cerca de 12% abaixo do nível pré-pandemia. A divulgação dos dados da PMS forma o cenário do primeiro mês do quarto trimestre das principais pesquisas setoriais divulgadas pelo IBGE e as perspectivas não são animadoras: todas as pesquisas do IBGE indicam retração no mês de outubro seja na indústria (-0,6%), varejo e varejo ampliado (-0,1% e -0,9% respectivamente) e serviços (-1,2%) A projeção da GO Associados para a prévia do PIB, a ser divulgada na terça, é de uma queda de 0,26%. A economia brasileira está em recessão técnica com duas quedas seguidas do PIB trimestral do 2º e 3º trimestre de 2021, de -0,4% e -0,1% e os dados de outubro indicam que o momento ruim deve continuar no 4º trimestre. A GO Associados planeja uma pequena recuperação em novembro e dezembro que faria o PIB crescer 0,2%, fechando o ano com crescimento de 4,8%. Copom avalia que controlar a inflação será um desafio mundial…
O Banco Central publicou na manhã desta terça-feira a ata da última reunião de política monetária do Copom A ata confirmou a perspectiva de alta de 1,5 p.p. fazendo o juros fechar 2021 em 9,25%, a.a., a primeira reunião de 2022 deverá resultar em mais aumento de 1,5 p.p.. Tal reajuste faria a taxa de juros voltar aos dois dígitos pela primeira vez desde julho de 2017. A questão que permanece é quando o processo de alta nos juros terminará e qual será o nível da taxa de juros ao fim deste ciclo. A GO Associados acredita que a Selic continuará a aumentar até março de 2022, quando chegaria a 11,5%. O Copom avaliou que os dados da economia em 2022 devem melhorar com a ajuda do agronegócio e a retomada do mercado de tralho, entretanto, há um ponto de atenção nas maiores economias do mundo que apresentam um ritmo acelerado de inflação. O cenário externo atual ainda é de taxas de juros muito baixas, mas dada a inflação em países como EUA, esta tendência deve ser revertida em breve.
MUITO DE ECONOMIA
Apesar de abaixo da expectativa, inflação em 12 meses é a maior em 18 anos… O IPCA de novembro foi de 0,95%, abaixo da expectativa da GO Associados (1,07%) e do mercado (1,08%). O índice oficial de inflação no acumulado em 12 meses permaneceu acima de dois dígitos e acelerou no mês, de 10,67% para 10,74%, superior ao dobro do teto da meta de inflação para 2021, 5,25%. O resultado acumulado em 12 meses é o maior desde novembro de 2003 (11,02%) superando assim o pico de janeiro de 2016 (10,71%). O item transportes teve a maior variação (3,35%) no mês de outubro, tendo a gasolina subido 7,38%. O dólar segue próximo de R$5,60, pressionando os preços dos combustíveis. No acumulado de 12 meses a gasolina acumula alta de 50,78%. O destaque positivo é o item alimentos (-0,04%), alguns itens que dispararam nos meses anteriores e agora tiveram queda. Exemplos neste sentido são as carnes (-1,38%) e o arroz (-3,58%). Alguns subitens ainda seguem em alta: frango em pedaços (2,24%) e o café moído (6,87%) O resultado da inflação corrobora a decisão do Copom em aumentar a taxa Selic, em 1,5 p.p. na última quarta-feira. Refletindo a preocupação do Banco Central com o avanço acelerado dos preços. A GO Associados projeta que a inflação deve terminar 2021 em 10,20%. E para 2022 deve cair pela metade, fechando o ano em 5%, um valor comparativamente menor, mas no teto da meta. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O primeiro grande leilão do saneamento em dezembro ocorrerá na próxima segunda com os Blocos B e C de Alagoas. São previstos R$ 2,9 bilhões em investimentos e forte concorrência nesta disputa. Os dois blocos englobam 61 municípios. Os principais eventos da próxima semana serão as divulgações dos dados atividades restantes para o mês de outubro. Na terça, 14, será divulgada a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) enquanto na quarta, 15, a prévia do PIB. Os dados de indústria e comércio até o momento confirmam que o momento ruim da economia brasileira continua em outubro. A segunda parte da PEC dos Precatórios deve ser analisada na Câmara dos Deputados. Nesta semana foi promulgado o trecho da mudança de fórmula do teto de gastos, o que abriu cerca de R$ 64,9 bilhões em espaço fiscal. Entretanto, o restante da PEC, que limita o pagamento dos precatórios e as alterações do Senado que vincula o espaço fiscal aberto a gastos sociais ainda será analisada pela Câmara. A ata da última reunião do Copom será divulgada na terça. É esperado que a ata dê mais detalhes sobre os próximos passos da política monetária. O STF deve retomar julgamento envolvendo o chamado “orçamento secreto”. Após inicialmente ter determinado a suspensão dos pagamentos, a ministra Rosa Weber autorizou a retomada na última semana. No cenário internacional: O principal destaque da próxima semana será a reunião do FOMC, na quarta. É esperado o anúncio de uma aceleração no ritmo de redução de compra de títulos pelo FED. Na quinta também serão realizadas reuniões do Banco Central Europeu e do Bank of England. Além das reuniões de política monetária também serão divulgados os dados de atividade de outubro na China na terça à noite e na manhã de quarta para os EUA.
MINUTO DE ECONOMIA
Taxa básica de juros encerrará 2021 em 9,25% com previsão de continuação dos aumentos no início de 2022… O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou aumento em 1,5 p.p. na taxa básica de juros ontem, no que foi a última reunião do ano. Mais importante do que o anúncio em si foi o trecho do comunicado em que confirmava nova alta de 1,5 p.p. para a primeira reunião de 2022, a acontecer no dia 2 de fevereiro. A inflação acumulada em 12 meses está acima da casa dos 10% desde setembro e deve fechar o ano a 10,2%, quase o dobro da meta de 5,25%. Para 2022 o Boletim Focus indica IPCA de 5,02% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50% e do teto de 5%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic O ciclo deve se encerrar apenas em março de 2022. Entretanto, outro aumento deve ocorrer ainda no próximo ano dada a volatilidade eleitoral fazendo com que a Selic deve encerre 2022 a 12%, representando seu maior valor desde abril de 2017. Também chamou atenção no comunicado o aumento do pessimismo em relação ao momento da economia brasileira. Dois pontos de atenção são destacados: Os dados de atividade mostram uma evolução abaixo do esperado, o país está em recessão técnica e os dados de outubro divulgados até o momento confirmam este momento ruim; O cenário externo está mais desafiador. Há um aumento na incerteza frente a novas cepas, como a Ômicron e anúncios, principalmente nos EUA, de uma maior velocidade na retirada de estímulos monetários motivado pela aceleração da inflação. Levantamento da Conab projeta recuperação para próxima safra… O 3º e último levantamento de grãos realizado neste ano pela Conab da Safra 2021/22, analisado de 21 a 27 de novembro, estima uma produção de 291,1 milhões de toneladas, um aumento de 38,3 milhões de toneladas com relação à safra anterior. Destaque para a soja com um crescimento de 4% e para as safras de milho, com um ganho de 34,6%, principalmente, para a recuperação da segunda safra. De acordo com a Conab, com a estimativa de um crescimento na produção de grãos, os preços dessas culturas tendem a suavizar nos próximos anos em função do choque de oferta dos alimentos frente a demanda.
MINUTO DE ECONOMIA
Investimento em infraestrutura é fundamental para a economia retomar o crescimento, e o papel da iniciativa privada é fundamental… O livro Azul da Infraestrutura, lançado hoje, indica que o investimento realizado em infraestrutura em 2020 representou 1,67% do PIB, bem abaixo dos investimentos necessários, de 4,31%. O setor com o maior hiato é o de transporte e logística. Os investimentos realizados em 2020 representaram 0,31% do PIB, enquanto o investimento necessário seria equivalente a 2,26%. Ao longo da última década, os investimentos em infraestrutura caíram, como consequência da delicada situação fiscal e as crises de 2015/16 e da pandemia da Covid-19 nos últimos dois anos. Investimento público e privado em infraestrutura (valores de 2020 – R$ bilhões) Apesar da incerteza e da crise, os investimentos privados em infraestrutura de 2020 superaram os de 2019. Por outro lado, a queda do investimento público mais do que compensou esta alta. Em relação ao gap por setor o destaque negativo é o setor de Transporte e Logística. É necessário aumentar em mais de sete vezes o investimento para chegar ao necessário. Apesar do cenário ainda deficitário, é preciso destacar os pontos positivos no setor: O novo marco ferroviário tem intenção de investimento em mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados para o setor nos 24 primeiros projetos; os investimentos propostos podem aumentar em mais de 25% a malha brasileira atual, que tem 30 mil quilômetros. Os leilões federais ou modelados pelo PPI/BNDES desde 2019 somam mais de R$ 156 bilhões em investimentos. O setor de saneamento deve se tornar o principal alvo destes investimentos. São R$ 34,2 bilhões nos leilões desde 2019 e mais de R$ 8 bilhões apenas nos leilões do setor que ocorrem neste mês.
MINUTO DE ECONOMIA
Recessão técnica e menor expectativa de expansão para 2022… A GO Associados revisou de 4,9% para 4,8% a projeção de crescimento do PIB em 2021 com base nos novos resultados. A confirmação do resultado ruim do 3º trimestre e a redução no resultado do 2º reduzem o carrego estatístico para 2021 que deve ser algo próximo de 0%. Com um carregamento estatístico menor a GO Associados revisou sua projeção de crescimento para 2022, de 1,7% para 1,1%. Com o resultado, a economia volta a ficar ligeiramente abaixo do patamar pré-pandemia. Mas cerca de 3% abaixo do maior valor da série iniciada em 1995, que ocorreu no primeiro trimestre de 2014. A queda do PIB no 3º trimestre de 2021 de -0,1% em relação ao 2º trimestre de 2021 veio pior do que a projeção da GO Associados, 0,0% e do mercado, alta 0,1%. O resultado foi puxado pelo desempenho do agronegócio, que apresentou forte queda (-8%) pelo 2º trimestre consecutivo (2,9% no 2º tri). Esta queda acumulada no ano de 11,6% no PIB agropecuário tem como principal fator as geadas que afetaram principalmente a safrinha de milho e a escassez hídrica. A indústria ficou estagnada (0,0%). Este resultado pode ser explicado pela falta e pelo aumento do custo de matéria-prima que tem afetado o setor. O setor de serviços (1,1%) apresentou resultado positivo no terceiro trimestre. Entretanto, o setor que ainda está em processo de recuperação. Diante da incerteza com a variante Ômicron, o segmento pode ter outro revés ainda no 4º trimestre. O desemprenho ruim do 3º trimestre colocou a economia brasileira em recessão técnica, quando o PIB recua por dois trimestres seguidos. O IBGE também revisou a queda no 2º trimestre de 2021 de -0,1% para -0,4%. A taxa de investimento foi de 19,4% do PIB, acima do trimestre anterior (18,2%). A taxa de poupança foi de 18,6%, menor que no trimestre anterior, 20,6%. O avanço da vacinação traz a expectativa de melhora para o setor de comércio, e principalmente, serviços. Entretanto, outros problemas novos e antigos prejudicam uma retomada mais rápida da economia. Há cinco fatores de atenção: O setor agropecuário, que foi pouco afetado pela pandemia, agora sofre com os problemas climáticos, como a crise hídrica e as geadas que prejudicaram as principais culturas. A situação de escassez de chuvas obriga a utilização da bandeira vermelha nível II. Diferente de 2020, em 2021 a pressão da inflação é um sinal de alerta, retirando a margem de política monetária expansionista promovida em 2020. O boletim Focus indica que o mercado projeta a inflação de quase o dobro do teto da meta (10,15%). A situação fiscal preocupa com um rombo previsto de R$ 247 bilhões em 2021 e sem cenários de reformas estruturais. A nova variante do novo coronavírus, variante Ômicron, preocupa já que pode ser que as vacinas não sejam tão eficazes contra ela.
MINUTO DE ECONOMIA
CAGED MOSTRA CRIAÇÃO DE 253.083 EMPREGOS, ABAIXO DAS EXPECTATIVAS. REVISÃO DOS DADOS DE 2020 APROXIMAM O CAGED DA REALIDADE… Os dados do Caged divulgados hoje indicam a criação de 2 empregos formais em setembro, abaixo da projeção do mercado (270 mil) e da GO Associados (320 mil). O saldo de empregos formais acumulados desde o início de 2021 é de 2,64 milhões. A tendência é que o saldo no mercado formal feche o ano próximo a 3 milhões de vagas criadas. No mês de outubro a maior contribuição veio do setor de serviços (144,6 mil). Criação de empregos por setor Apesar do resultado positivo, chamou atenção a nova revisão dos dados de 2020, de criação de 142,7 mil vagas para destruição de 191,5 mil. Isto aproxima os dados do Caged da realidade, com um número negativo em 2020 e recuperação ao longo de 2021. Apesar da revisão em 2020, a forte recuperação do mercado de trabalho em 2021 é inequívoca e observada também na PNAD Contínua. A taxa de desemprego que chegou a 14,9% no 1º trimestre de 2021, fechou o 3º trimestre em 12,6% Avanço da vacinação e retomada econômica elimina diferença entre taxa de desemprego real e oficial de desemprego… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em setembro caiu de 13,2% para 12,6% A queda foi superior às expectativas do mercado e da GO Associados (12,9%). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços. A população fora da força de trabalho continua caindo, entre o trimestre encerrado em agosto e o encerrado em setembro, 1,8 milhão de pessoas voltaram a estar empregadas ou a procurar emprego. Além disso, a população ocupada chegou a quase 93 milhões de pessoas, pouco menos do que o nível pré-pandemia (93,7 milhões em fev/20). O fim de ano costuma causar uma redução na taxa de desemprego. Entretanto, a velocidade desta queda na retomada pós pandemia é muito positiva mesmo com uma atividade patinando no 3º trimestre. Na quinta o PIB será publicado e a projeção da GO Associados é de estabilidade. A taxa real de desemprego calculada pela GO Associados também mostra esta normalização do mercado de trabalhado, com uma queda de 18% para 12,9%. Neste cálculo o nível de participação da força de trabalho é mantido constante em relação à população acima de 14 anos com base nos dados de 2019/20. Os dados mostram claramente uma normalização do mercado de trabalho. Porém a variante Ômicron coloca em risco estes avanços. Diversos países, incluindo o Brasil, anunciaram fechamento de fronteiras para alguns países africanos e se discute na Europa novos fechamentos, o que aumenta a volatilidade dos mercados financeiros.
MINUTO DE ECONOMIA
Prévia da Inflação em novembro reforça percepção de continuidade do ciclo de alta da SELIC… O resultado do IPCA 15 reforça a percepção de que a inflação deverá fechar 2021 bem acima do teto da meta de 5,25%. O novo resultado acima do esperado indica que há grande chance do IPCA-15 fechar o ano acima dos 10%. A inflação elevada força o Banco Central a acelerar o aumento da taxa Selic, que atualmente está em 7,75% ao ano, mas a expectativa é que sofra um reajuste de pelo menos 1,5 p.p. na última reunião do Copom em 7 e 8 de dezembro. O IPCA 15 de novembro subiu 1,17% em comparação a outubro, bem acima da projeção de mercado (0,97%) e da GO Associados (0,91%). O resultado, que também foi a maior alta para o mês de novembro desde 2002, faz com que a inflação chegue a 10,73% em 12 meses e 9,57% no acumulado do ano. O grupo combustíveis (2,89%) foi mais uma vez a principal responsável pelo resultado. A gasolina que faz parte do grupo subiu 6,62% e acumula uma alta de 48% em 12 meses. No item habitação o botijão de gás foi o item que mais subiu (4,34%). A energia elétrica, cujo último reajuste na bandeira tarifária ocorreu em setembro, subiu menos agora, (0,93%). A alta da taxa de juros encarece o custo do dinheiro, inibindo parte da pressão de demanda na inflação. Mas não resolve o problema de oferta ocasionado pela crise hídrica e desorganização das cadeias produtivas ou a incerteza fiscal que continua pressionando o câmbio. Estes problemas devem perdurar até 2022, ano eleitoral, onde corte de gastos e rigidez fiscal encontram maior resistência política.
MINUTO DE ECONOMIA
Aprovar a PEC dos precatórios no Senado pode custar ainda mais caro para os cofres e para a credibilidade da política fiscal…
A PEC dos precatórios (PEC 23/2021) deve ser votada no Senado nesta semana. A resistência desta vez deve ser maior do que foi na Câmara. A PEC prevê a postergação do pagamento de precatórios de 2022. A proposta foi piorada com a mudança retroativa do cálculo da regra que permite a atualização dos gastos públicos pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior. A ideia é passar o período para janeiro a dezembro, atualizando retroativamente os valores do teto desde 2016. O espaço fiscal criado pela PEC dos Precatórios vem aumentando com a aceleração da inflação. Se as previsões de inflação se confirmarem, o valor a ser aberto no Orçamento de 2022 deve subir dos R$ 91,6 bilhões estimados em outubro para R$ 106,1 bilhões segundo o Ministério da Economia. O problema do adiamento do pagamento dos precatórios e da mudança na regra do cálculo do teto é que, apesar de dentro das regras e de teoricamente não romper o teto, o efeito prático é o de o governo expandir os gastos. Há uma proposta substitutiva que exclui o pagamento de parte dos precatórios do teto de gastos, em caráter excepcional. Neste caso, apenas o espaço ganho com a exclusão dos precatórios, cerca de R$89 bilhões, seria suficiente para financiar a totalidade dos custos do auxílio Brasil. O anúncio de medidas para elevar a popularidade do presidente em contradição com a responsabilidade fiscal comprometeram a credibilidade da política econômica. A Câmara dos Deputados também deve votar hoje a Medida Provisória que cria o auxílio Brasil (MP 1.061). Este programa social começou a ser pago em novembro com valor médio de R$ 217,18. Para elevar a R$400 o governo precisa aprovar justamente a PEC dos Precatórios.
MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal destaque da semana deve ser as negociações envolvendo a PEC dos Precatórios no Senado. A possibilidade de uma retirada completa dos precatórios do teto em 2022 leva a um temor de um maior descontrole fiscal com possíveis reajustes para servidores e da continuidade da indefinição em relação ao orçamento do próximo ano dado que a proposta teria que voltar à Câmara. A Medida Provisória que cria o Auxílio Brasil (MP 1.061/21) será votada no plenário da Câmara dos Deputados na próxima semana, de acordo com o presidente Arthur Lira (PP-AL). O relator é o deputado Marcelo Aro (PP-MG), que até o momento não apresentou seu parecer. A repercussão do dado do Prodes, divulgado ontem e que mostrou aumento de quase 22% no desmatamento em 2021 deve ser um dos principais assuntos da semana. O principal indicador será o IPCA-15, a ser publicado na quinta, dia 25. A GO Associados projeta uma variação de 0,91%. Na sexta serão publicados os dados do Caged para outubro. Apesar da desaceleração da economia no 3º trimestre o mercado formal de trabalho deve continuar a mostrar uma criação acima de 300 mil vagas. Ocorrerá na próxima sexta-feira leilão para a comercialização de mais de 55 milhões de barris de petróleo de propriedade da União dos campos de Búzios, Sapinhoá e Tupi e da Área de Desenvolvimento de Mero. Vencerá a empresa que oferecer o maior ágio. No cenário externo: A próxima semana é mais curta nos Estados Unidos com o feriado de Ação de Graças na quinta. Apesar disso, na quarta ocorrerá a divulgação da ata da última reunião do FOMC e o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE). Duas importantes divulgações para avaliação do cenário de juros e preços nos EUA. Além disso, a prévia dos Índices de Compras dos Gerentes (PMIs) dos países da Europa e EUA divulgados na terça darão indicativos sobre o momento da economia mundial. Os dados de atividade dos EUA em outubro surpreenderam positivamente. Investimento em infraestrutura portuária é fundamental para a recuperação e para a competitividade da economia brasileira… O governo federal leiloou hoje dois terminais portuários de armazenamento de combustíveis em Santos/SP e Imbituba/SC. A Transpetro, subsidiária da Petrobras, foi a única ofertante para arrematar o terminal STS08A, no porto de Santos, para uma concessão de 25 anos que já era operada pela empresa. Os investimentos previstos são de R$ 678,3 bilhões. O investimento no setor portuário é fundamental para competitividade da economia brasileira. Desmatamento da Amazônia cresce 21,97% em 2021. 8,7 vezes o município de São Paulo… O dado oficial de desmatamento da Amazônia foi divulgado no fim da tarde de ontem com 13.225 km². A área desmatada representa 8,7 vezes a área do município de São Paulo. O período compreende 1º de agosto de 2020 a 31 de julho de 2021, registrando crescimento de 21,97% em relação ao dado anterior, de 2019/20. Este é o pior resultado desde 2006, quando o país registrou 14.286 km² de área desmatada. Desmatamento da Amazônia Legal - Prodes O dado mostra o desafio em cumprir a meta anunciada pelo Brasil na COP26 de zerar o desmatamento ilegal até 2028. É o quarto ano seguido em que a área desmatada cresce. O desmatamento no período 2017-21 aumentou 90,6%.
MINUTO DE ECONOMIA
Desmatamento da Amazônia cresce 21,97% em 2021. 8,7 vezes o município de São Paulo… O dado oficial de desmatamento da Amazônia foi divulgado no fim da tarde de hoje com 13.225 km². A área desmatada representa 8,7 vezes a área do município de São Paulo. O período compreende 1º de agosto de 2020 a 31 de julho de 2021, registrando crescimento de 21,97% em relação ao dado anterior, de 2019/20. Este é o pior resultado desde 2006, quando o país registrou 14.286 km² de área desmatada. Desmatamento da Amazônia Legal – Prodes O dado mostra o desafio em cumprir a meta anunciada pelo Brasil na COP26 de zerar o desmatamento ilegal até 2028. É o quarto ano seguido em que a área desmatada cresce. O desmatamento no período 2017-21 aumentou 90,6%. Índice de Equidade Racial nas Empresas registra alguns avanços, mas sugere que há um longo caminho a ser percorrido… A Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial lançou hoje a segunda edição do Índice de Equidade Racial nas Empresas (IERE), elaborado em parceria com o Instituto DataZumbi e com a GO Associados. O IERE 2021 contou uma série de aprimoramentos com relação à edição de 2020, bem como um aumento expressivo no número de participantes: fizeram parte do índice neste ano 42 empresas associadas, frente a 23 participantes em 2020. Foram avaliados 6 pilares que são a base para a promoção da equidade racial nas empresas. As notas médias das empresas participantes, que podem variar de 0 a 10 por pilar, são apresentadas a seguir: O IERE 2021 mostra que embora a parcela de profissionais negro(as) em toda a empresa, na média, tenha aumentado de 29% para 29,6% entre as duas edições, a representatividade negra ainda é muito baixa quando se considera os cargos de liderança. Nos Conselhos de Administração e cargos de Diretoria, a parcela de negro(as) é ainda muito baixa: são 3,3% de homens negros e 0,8% de mulheres negras, na média das participantes. O Pilar de Recenseamento Empresarial representa o resultado prático das ações afirmativas implementadas pelas empresas em todos os demais pilares do índice: a nota global do conjunto de participantes este ano foi de 3,81 de um total de 10, o que evidencia que ainda há muito o que ser feito em termos de inclusão da população negra no setor privado brasileiro. O índice deste ano demonstra que houve avanços importantes em termos de ações afirmativas voltadas para a conscientização do tema, mas ações mais de médio e longo prazo, como aquelas do Pilar de Ascensão do IERE, ainda não têm sido devidamente exploradas pelas empresas. O relatório completo do IERE 2021 está disponível no site da Iniciativa.
MINUTO DE ECONOMIA
Pouco divulgada, a agenda de padronização das métricas ESG foi um resultado importante da COP 26… É natural que a padronização de relatórios estatísticos gere menos atenção da mídia do eu o anúncio de acordo de intenções entre os EUA e China e de metas de redução na emissão de metano. Mas a auditoria das metas de sustentabilidade tem efeito prático bem maior do que a maioria dos anúncios feitos em Glasgow. A Fundação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) anunciou durante a COP26 a formação do International Sustainability Standards Board (ISSB) que terá como objetivo consolidar métricas e parâmetros para medir o desempenho ESG das empresas. A implementação de políticas ESG demanda credibilidade e métricas transparentes de avaliação para saber quem realmente está cumprindo as políticas ESG. Tais métricas inibem o greenwashing uma prática onde a empresa anuncia políticas sustentáveis, mas que na prática são apenas de fachada. Atualmente existem diferentes métricas para avaliar políticas ESG, Três das mais conhecidas nos últimos anos foram SASB, IIRC e o GRI. Empresas listadas na bolsa de Nova York, por exemplo, são obrigadas a publicar o SASB. O Quadro mostra as características básicas de cada uma destas metodologias. Embora tais metodologias sejam criteriosas e tenham sido úteis, o mercado se ressente de maior uniformização dos relatórios e maior integração com as estatísticas financeiras habituais. Este trabalho de consolidação pode significar um salto na comparabilidade entre empresas de diferentes países como ocorreu no passado em relação às normas contábeis. O grupo de trabalho Technical Readiness Working Group (TRWG) fará esta consolidação das métricas através de oito produtos, sendo que os dois primeiros foram publicados durante a COP 26. O Quadro resume as principais entregas encomendadas ao grupo de trabalho criado com o objetivo de desenvolver agenda ambiciosa de integração dos números de ESG às práticas empresariais de reporte aos mercados. As métricas divulgadas pelo ISSB podem servir de base para avaliar e classificar as empresas, contribuindo ou dificultando acesso a investimentos, de acordo com a classificação ESG. A maior confiabilidade das estatísticas permite a avaliação de risco mais acurada e consequentemente menor custo na emissão de títulos verdes, bem como o desenvolvimento ainda mais rápido destes mercados.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação afeta os serviços de transporte e interrompe recuperação do setor em setembro. 3º trimestre pode confirmar nova recessão técnica… O volume de serviços recuou 0,6% em setembro comparado a agosto, bem abaixo das expectativas do mercado (+0,5%) e da GO Associados (+0,2%). Interrompeu uma sequência de altas que vinha desde a queda de março (-3,4%), causada pelo aperto das restrições sanitárias naquele mês. Dois fatores principais contribuíram para a queda: O segmento de serviços prestados às famílias cresceu apenas 1,3%. A recuperação deste setor, que ainda está mais de 16% abaixo do pré-pandemia estava sustentando os resultados positivos dos últimos meses. Houve forte queda (-1,9%) no setor de transportes. A inflação, que tem como destaque os combustíveis, e as sucessivas quedas de produção na indústria afetaram o transporte terrestre (-1%). Além disso, houve uma queda inesperada em transporte aéreo (-9%). A divulgação dos dados da PMS forma o cenário de setembro e do 3º trimestre das principais pesquisas setoriais divulgadas pelo IBGE e as perspectivas não são animadoras: no mês de setembro todos os indicadores setoriais indicam queda. A projeção da GO Associados para a prévia do PIB, a ser divulgada na terça, é de uma queda de 0,86%. O desempenho como um todo do 3º trimestre levanta questões também sobre uma possível recessão técnica. O PIB caiu 0,1% e tanto a indústria quanto o varejo apresentaram fortes quedas no 3º tri: uma nova queda levaria o país a um cenário de recessão técnica. Desempenho ruim no 3º tri pode levar país a entrar em recessão técnica O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal assunto da próxima semana será a discussão sobre o Projeto de Lei que prorroga a desoneração na folha de pagamento para 17 setores da economia. A expectativa é de que o PL seja votado na CCJ da Câmara e vá direto ao Senado dado que tramita em caráter conclusivo. A PEC dos precatórios deve começar a ser analisada no Senado. O relator será o líder do governo Fernando Bezerra (MDB-PE). A expectativa é de que a PEC seja aprovada no Senado até o fim do mês. O pagamento do Auxílio Brasil terá início na próxima quarta, 17. Caso a PEC dos Precatórios seja aprovada o calendário com valor de R$ 400 será cumprido a partir de dezembro. O indicador de destaque a ser divulgado é o IBC-BR de setembro, a ser divulgado na terça, 16. Após quedas na indústria, varejo e serviços a GO Associados estima uma queda de 0,86% na prévia do PIB. Por fim, na sexta dia 19 ocorrerá o leilão de arrendamento portuário envolvendo seis terminais que juntos somam cerca de R$ 1,2 bilhão em previsão de investimentos. O destaque fica para os dois terminais do Porto de Santos, STS08 e STS08A, com previsão de investimento de R$ 265,5 bi e R$ 791,8 bi respectivamente. No cenário externo: O principal destaque no cenário internacional será a repercussão dos resultados da COP 26 que deveria terminar hoje, mas provavelmente vai se estender no final de semana, Chamam atenção os dados de atividade da China para o mês de outubro, a serem divulgados na noite de domingo. A desaceleração da economia chinesa é um dos grandes pontos de atenção da economia mundial. Na manhã de terça será a vez dos dados de atividade de outubro dos EUA. Assim como no caso da China, os dados dos EUA vieram abaixo do esperado em agosto.
MINUTO DE ECONOMIA
Varejo tem nova queda e termina 3º trimestre com variação negativa… Após queda de 4,3% em agosto o varejo apresentou nova queda, de 1,3%, em setembro, resultado veio abaixo das expectativas do mercado (queda de 0,6%). O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresentou queda semelhante, de 1,1%. Com o resultado, o varejo fica abaixo do patamar pré-pandemia pela primeira vez desde março, em que ocorreu a segunda onda de fechamentos da economia. Apesar da queda, as vendas no varejo acumulam alta de 3,8% no ano. O comércio varejista ampliado apresenta alta de 3,9% nos 9 primeiros meses de 2021. Os resultados ruins em agosto e setembro ligam o sinal de alerta para as principais datas do comércio no ano: a Black Friday, que ocorre no próximo dia 26, e o Natal no próximo mês. Além disso, a inflação acima de dois dígitos e a elevação de juros, que deve fechar o ano a 9,25%, são outros fatores que podem prejudicar o desempenho do setor. Há dois motivos principais para este resultado: A inflação alta, principalmente de combustíveis, está afetando este segmento. É a terceira queda consecutiva na venda de combustíveis e lubrificantes; A diminuição de medidas de restrição de mobilidade faz com que ocorra uma troca entre comércio e serviço. Por exemplo, as compras em hipermercados e supermercados caíram pelo 3º mês consecutivo, as pessoas passaram a comer mais em restaurantes. Dos 10 subsetores que forma o Varejo Ampliado, sete voltaram a ficar abaixo do patamar pré-pandemia. Destaque negativo para combustíveis e lubrificantes (-10,6%), que sofre com o forte aumento dos preços; livros, jornais revistas e papelaria (-37,3%) e; equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (-18,7%). Variação percentual em relação ao pré-pandemia (Fev/20) Expectativas para safra 2021/22 mostram aumento na produção de grãos, o que pode ter impacto positivo na inflação… O anúncio do 2º Levantamento de Grãos para a safra 2021/22 feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicou um valor de 289,8 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 14,7% com relação à safra 2020/21. Destaque para a recuperação do cultivo de milho, que sofreu com as geadas e crise hídrica neste ano. As estimativas mostram uma produção de 116,7 milhões de toneladas, enquanto a safra de 2020/21 apresentou um volume de 87 milhões de toneladas, crescimento de 34,1%. A projeção para a soja também é positiva, com um aumento na área plantada, produtividade e produção. A Conab avaliou um volume de produção a mais de 4,6 milhões, totalizando 142 milhões de toneladas. O aumento na produção do próximo ano pode diminuir os preços destas commodities. De acordo com o Cepea, no dia 24/04 deste ano, a saca de soja chegou a custar R$183,02, maior valor desde 2006. Já o milho, dia 18/05 registrou R$103,23, maior recorde também.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação em 12 meses supera o dobro do teto da meta em outubro… O IPCA de outubro foi de 1,25%, acima da expectativa da GO Associados (1,10%) e do mercado (1,05%). O índice oficial de inflação no acumulado em 12 meses permaneceu acima de dois dígitos e acelerou no mês, de 10,25% para 10,67%, superior ao dobro do teto da meta de inflação para 2021, 5,25%. O resultado de outubro foi o maior para o mês desde 2002, quando o câmbio atingiu o maior valor em termos reais desde o início do plano Real, pelo efeito da vitória iminente do então candidato Lula. Em valores atualizados, o câmbio de outubro de 2002 teve a média de R$7,36, contra R$5,63 em outubro de 2021. O item transportes teve a maior variação (2,62%), a gasolina subiu (3,1%) seguindo as altas anunciadas pela Petrobrás ao longo de outubro. Um sinal positivo para os próximos meses é o preço do dólar que está diminuindo nesta primeira quinzena do mês, passando de R$ 5,64 para R$ 5,46. Este movimento pode fazer com que a Petrobrás reverta um pouco o processo de alta dos combustíveis. A gasolina acumula alta de 38,29% no ano e de 42,72% nos últimos 12 meses. Os alimentos também pressionaram a inflação (1,17%), alguns itens dispararam: frango em pedaços (4,34%), batata-inglesa (16,10%) tomate (26,01%). Preocupa também como a inflação está disseminada entre todos os grupos do índice. Dos nove conjuntos do IPCA apenas quatro apresentaram inflação menor que 1% no mês e menores que o teto da meta (5,25%) no acumulado do ano. Somados, estes grupos representam apenas 33,7% do índice. Este comportamento inflacionário reforça a percepção de que o Comitê de Política Monetária deverá continuar o ciclo de alta na última reunião do ano em 8 de dezembro.
MINUTO DE ECONOMIA
Persiste incerteza macro e ausência de debate micro em relação à PEC dos precatórios… A Câmara dos Deputados deve votar hoje a PEC dos precatórios em segundo turno. No primeiro turno teve aprovação apertada com 312 votos a favor, apenas quatro votos acima do mínimo necessário (308). A aprovação dependeu de votos de partidos de oposição, como PDT e PSB. Até a votação deve haver forte pressão sobre os parlamentares destes partidos para que mudem de posição. Se aprovada na Câmara, a PEC ainda deverá enfrentar dois turnos no Senado, onde o governo ainda não conseguiu avançar em questões importantes, como a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal, por exemplo. Vencida a batalha da PEC, o governo começa a batalha do orçamento, o prazo para aprovação da Lei Orçamentária Anual é 23 de dezembro. Segundo cálculos do Ministério da Economia, a PEC abre cerca de R$ 91,6 bi de espaço no teto de gastos: R$ 47 bi da mudança retroativa no cálculo do teto de gastos e R$ 44,6 pela limitação de pagamento de precatórios. Este valor deve ser usado para o pagamento do Auxílio Brasil. O auxílio Brasil foi criado pela Medida Provisória 1.061, em agosto e regulamentado pelo Decreto 10.852 publicado ontem à noite. O número de beneficiários deve passar de 14,7 milhões para 17 milhões até dezembro. O valor médio pago pelo novo programa será de R$217,18 contra R$190 do bolsa família. Este valor é o que está garantido até agora. Caso a PEC dos precatórios seja aprovada, o valor mínimo sobe para R$400 a partir de dezembro e até o fim de 2022. Entretanto, na versão regulamentada ontem o Auxílio é dividido em três benefícios principais: Benefício Primeira Infância: para famílias com crianças de até 3 anos incompletos. O benefício será de R$ 130, por criança nessa faixa etária. O limite será de cinco benefícios por família. Benefício Composição Familiar: para famílias que tenham gestantes, ou pessoas de 3 a 17 anos de idade, ou de 18 a 21 anos matriculados na educação básica. O valor do benefício será de R$ 65,00, por pessoa nas condições citadas. O limite será de cinco benefícios por família. Benefício de Superação da Extrema Pobreza: esse benefício é concedido se, mesmo após o cálculo dos outros benefícios do “núcleo básico”, a renda mensal per capita da família ainda estiver abaixo da linha de extrema pobreza. O valor da linha de extrema pobreza será de R$ 100 por pessoa e o benefício de superação dependerá de outros fatores. O valor mínimo é de R$ 25 por integrante. Além do núcleo básico, outros seis benefícios complementares também foram inclusos no Auxílio Brasil como incentivos a famílias com jovens que participem de competições escolares (Esportivas ou científicas), um voucher para famílias que não consigam vagas em creches públicas e incentivos também para beneficiários que comprovem ocupação, seja rural ou urbana. Tais mudanças parecem em princípio pertinentes, mas mereceriam análise de custo-benefício mais detalhada. Porém, tal debate substantivo não tem ganhado destaque em um debate polarizado e marcado por forte influência da conjuntura político-eleitoral.
MINUTO DE ECONOMIA
Concessões e privatizações no governo Bolsonaro somam mais de R$ 185 bi de outorga e R$ 155 de investimentos previstos… Apesar das dificuldades macroeconômicas, tem havido um salto no investimento em infraestrutura por parte do setor privado. Nos últimos três anos foram registrados R$ 185 bilhões de outorga e R$ 155 bilhões de investimento, recordes na história econômica do país. É verdade que são valores menores do que as promessas de campanha, mas representam um salto qualitativo. No início do governo Bolsonaro, a promessa feita pelo ministro Paulo Guedes era de alcançar R$1 trilhão. Entretanto, até o fim de 2022 a Eletrobrás deve ser a única grande privatização. Até o momento as privatizações estão concentradas apenas na venda de subsidiárias da Petrobrás, como a Tag (R$ 33,5 bi) e BR Distribuidora (R$ 11,5 bi). Se a área de privatizações vem em ritmo mais lento, a de concessões é um destaque positivo. O levantamento da GO Associados indica que foram levantados R$ 97,7 bilhões em outorgas das concessões federais até o momento. Somadas as concessões com modelagem feita pelo BNDES ou PPI, este número chega a R$ 123,2 bi, valor superior ao dobro do que foi pago com o auxílio emergencial em 2021, de R$60,5 bi. Leilões desde 2019 arrecadaram em outorga R$ 185,2 bi Mais importante do que o dinheiro que vai para os cofres públicos é o montante de investimentos previstos, de R$ 155,5 bilhões, algo fundamental para atenuar os gargalos da infraestrutura. Dois destaques dos processos recentes de concessões e privatizações: O volume de investimento do leilão do 5G (R$ 39,1 bi) que está acontecendo agora deixa as telecomunicações em uma posição de destaque; O setor de saneamento deve se tornar o principal segmento até o fim do ano, com o leilão do Bloco 3 da Cedae e dos blocos B e C em Alagoas. Os investimentos são mais do que necessários para o país superar o atraso histórico deste setor. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana…
No cenário doméstico:
O principal assunto da próxima semana será a votação em 2º turno da PEC dos precatórios. Após uma aprovação apertada em primeiro turno, com apenas cinco votos a mais do que o necessário para aprová-la. A expectativa é que a Câmara vote em segundo turno na terça-feira. Se alcançar os 308 votos, o projeto segue para o Senado. Na quarta, será anunciado o índice oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. A projeção da GO Associados é alta de 1,1%. Com o resultado a inflação deve continuar acima dos dois dígitos, a 10,4%. Na quinta, dia 11, será divulgada a Pesquisa Mensal do Comercio de setembro. Após uma forte queda (-3,1%) em agosto, o varejo deve mostrar recuperação. Na sexta, 12, será a vez dos números do setor de serviços que deve continuar a apresentar crescimento baseado na recuperação do segmento de serviços prestados às famílias. Dia 11, a Conab anuncia o 2º Levantamento da Safra de Grãos 2021/22. Também no dia 11 o IBGE divulgará o levantamento sistemático da produção agrícola do mês de outubro. A temporada de balanços continua na próxima semana concentrando diversos resultados significativos como os de bancos e de empresas do setor de saneamento No cenário externo:
No dia 12, sexta-feira, será o encerramento da COP 26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021. Com o FOMC anunciando que começará a diminuir o ritmo de compra de títulos públicos começam as apostas de que o Banco Central dos EUA terá que subir a taxa de juros antes do que inicialmente previsto. Nesse sentido na quarta, dia 10, será publicado o índice de preços ao consumidor (CPI). No acumulado de 12 meses até setembro o índice acumula 5,3%. Dados da economia chinesa também serão destaque: na noite de terça o CPI de outubro e na quarta a Produção Industrial. A economia chinesa desacelerou no 3º trimestre.
MINUTO DE ECONOMIA
Votação apertada da PEC dos Precatório em 1º turno indica dificuldade do governo para aprovar o drible no teto de gastos… A PEC dos Precatórios foi aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados por 312 votos a 144. A aprovação foi apertada com apenas quatro votos acima do mínimo necessário (308). A votação de segundo turno deve ocorrer hoje ou na próxima terça. Apesar desta primeira aprovação, o placar apertado liga alguns sinais de alerta: O placar apertado indica que, mesmo com a força tarefa, a adesão à proposta foi menor que a esperada; A aprovação dependeu de votos de partidos de oposição, como PDT e PSB. Deve haver forte pressão sobre os parlamentares destes partidos para que mudem de posição. O candidato à presidência Ciro Gomes, terceiro lugar na maioria das pesquisas eleitorais, anunciou a suspensão de sua candidatura, enquanto não houver reavaliação da posição desta parcela da bancada; Se a aprovação na Câmara está sendo difícil, no Senado a resistência deve ser maior dada a dificuldade de articulação do governo nesta Casa. Segundo cálculos do Ministério da Economia, a PEC abre cerca de R$ 91,6 bi de espaço no teto de gastos: R$ 47 bi da mudança retroativa no cálculo do teto de gastos e R$ 44,6 bi pela limitação de pagamento de precatórios. Este valor deve ser usado para o pagamento do Auxílio Brasil. A PEC teve efeito negativo sobre as expectativas fazendo com que o Banco Central tivesse que aumentar a taxa de juros em 1,5 p.p., prometendo outro ajuste de igual magnitude na reunião de dezembro. A expectativa original era de dois aumentos de 1 p.p.. Escassez de matéria prima e crise hídrica derrubam produção Industrial pelo terceiro mês consecutivo… A produção industrial caiu em agosto 0,4%, resultado pior do que a expectativa do mercado, (-0,3%) e melhor do que a projeção da GO Associados, de queda de 1,1%. Em relação a setembro de 2020 a queda foi de 3,9%, abaixo da expectativa do mercado e da GO Associados, de queda de 4,1%. A indústria após uma forte recuperação para a reposição de estoques sofreu em 2021 com a falta de matérias-primas. Desde o início do ano a indústria apresentou queda em sete dos nove meses. Esta queda tem se concentrado no setor de produção de bens de consumo duráveis, que caiu 26,5% em relação ao patamar de dezembro de 2020. A automobilística é a principal indústria que vem apresentando dificuldades com a falta de semicondutores e, mais recentemente, de magnésio. Apesar do desempenho negativo de quase todas as grandes categorias, o acumulado de 12 meses ainda é positivo em 6,4% e no ano de 7,5%. Desempenho da indústria acumulado em 12 meses até setembro de 2021 Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – IBGE. A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, para 2021 há alguns pontos de atenção, como o agravamento da crise hídrica, com impactos no custo da energia, o último reajuste nas contas de luz entrou em vigor justamente em setembro. Além da falta de insumos e a volatilidade do câmbio. A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas. O problema da falta de insumos não é uma exclusividade do Brasil, tratando-se de problema mundial. Adicionalmente, os estoques reduziram-se estruturalmente com a adoção do sistema just-in-time . A conjunção desses fatores com a pausa simultânea dos mercados internacionais imposta pela pandemia de Covid-19 gerou a tempestade perfeita para uma disrupção das cadeias globais de produção.
MINUTO DE ECONOMIA
Juros devem acabar o ano em 9,25%… O Banco Central publicou na manhã desta quarta-feira a ata da última reunião de política monetária do Copom. Na ata foi confirmado que houve discussões sobre aumentar ainda mais o ritmo de aumento na taxa de juros . Entretanto, considerando as expectativas para 2022 de inflação e juros, de 4,1% e 9,75% respectivamente, o Copom avaliou que o ideal seria uma elevação 1,5 p.p.. A ata confirmou a perspectiva de alta de 1,5 p.p. na próxima reunião, em 08 de dezembro, que fará a taxa chegar a 9,25%. A questão que permanece é quando o processo de alta nos juros terminará e qual será o nível da taxa de juros ao fim deste ciclo. A GO Associados acredita que a Selic continuará a aumentar até março de 2022, quando chegaria a 11,5%. Importante destacar que o aumento de 1,5 p.p. foi motivado pelos riscos de novos estímulos fiscais e “dribles ao teto”. A PEC dos Precatórios, que abre cerca de R$ 91,6 bilhões no teto para 2022, deve ser votada hoje em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Melhora fiscal existe, mas não é sustentável… Nas últimas semanas o grande risco do país voltou ao no centro das discussões a situação fiscal com a PEC dos Precatórios, que deve ser votada hoje. Segundo cálculos do Ministério da Economia a PEC abre cerca de R$ 91,6 bi de espaço no teto de gastos: R$ 47 bi da mudança retroativa no cálculo do teto de gastos e R$ 44,6 pela limitação de pagamento de precatórios. Este valor deve ser usado para o pagamento do Auxílio Brasil. A PEC teve efeito negativo sobre as expectativas fazendo com que o Banco Central tivesse que aumentar a taxa de juros em 1,5 p.p., prometendo outro ajuste de igual magnitude na reunião de dezembro. A expectativa original era de dois aumentos de 1 p.p.. A piora nas perspectivas conflita com os dados positivos na área fiscal: A arrecadação federal entre janeiro e setembro foi de R$ 1,349 trilhão, um crescimento de 22,3% em relação ao mesmo período. O crescimento real é de 11,52%, dado que a inflação acumulada em 12 meses medida pelo IPCA é de 10,78%. O aumento da arrecadação está refletido no resultado primário. Entre janeiro e setembro o déficit é de R$ 82,5 bilhões. Mesmo em um ano de pandemia e com diversos gastos extraordinários o déficit acumulado até setembro está mais próximo aos observados em 2018 e 2019 (81,8 bi e 72,5 bi, respectivamente) do que o de 2020 (677,4 bi). O mercado projeta um déficit primário de R$ 129 bi em 2021, bem abaixo da meta estabelecida, R$ 247,2 bi. Se incluirmos na conta também os governos estaduais e as estatais os resultados são ainda melhores: o resultado primário do setor público consolidado acumula superávit de R$ 14,1 bi em 2021! Com tantos dados positivos, como o mercado está tão pessimista com a situação fiscal do país? Há dúvidas quanto à sustentabilidade deste comportamento da receita e o risco de novas despesas permamnentes. A resposta está na sustentabilidade do aumento de arrecadação. Um estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado mediu a sensibilidade da arrecadação a aumentos no PIB. No curto prazo a elasticidade arrecadação-crescimento é superior a 1, quando há hiato no produto chega a 1,51 para a Receita Total. Porém, no longo prazo a arrecadação do país cresce menos que sua economia. Em um ano como 2021 em que o país crescerá próximo a 5%, é normal uma melhora na arrecadação, entretanto isso não é sustentável. O Brasil não está sendo mais ambicioso na questão ambiental. Mas sim correndo atrás da própria pedalada ambiental… Um dos primeiros anúncios da COP26 da parte do Brasil foi o anúncio de uma meta mais ambiciosa em relação a emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). No acordo de Paris, em 2015, o Brasil havia se comprometido a uma diminuição em 43% em relação às emissões de 2005, na época de 2,1 bilhões de toneladas. Entretanto, na última revisão realizada pelo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Ministério da Ciência e Tecnologia, esse número passou para 2,8 bilhões de toneladas. Ao passar a meta para um corte de 50% das emissões, na verdade o Brasil está aumentando a meta estipulada para 2030, de 1,2 bi de toneladas em 2015 para 1,4 bi de toneladas. Isto utilizando a mesma base de cálculo, a meta do Brasil foi anunciada sem a definição de qual seria a base do corte. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) o Observatório do Clima o país na verdade vem aumentando suas emissões. Em 2020 o Brasil aumentou em 9,5% chegando a 2,16 bi de toneladas de CO² equivalentes. No mundo foi observada uma queda de quase 7%. Outra meta apresentada pela delegação brasileira é a de neutralidade em carbono até 2050. Nesse sentido, a meta é ambiciosa e havia sido feita ano passado pelo Presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, há críticas sobre a falta de um plano de ação em como atingir tal meta. O Brasil tem potencial para liderar a questão ambiental no mundo e se tornar uma potência verde, entretanto faltam ações concretas para o atingimento de tal metas.
MINUTO DE ECONOMIA
Temor de rompimento do teto de gasto e alta inflação fazem o Copom aumentar em 1,5 p.p. a taxa básica de juros… O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 1,5 p.p. a taxa básica de juros. Que passou de 6,25% para 7,75% ao ano. Além disso, anunciou novo aumento de 1,5 p.p. na próxima reunião, a ser realizada em 08/12. A inflação acumulada em 12 meses em setembro já superou os dois dígitos com o impacto do reajuste da bandeira de escassez hídrica que passou de R$ 9,49 para R$ 14,20 e os sucessivos aumentos dos combustíveis. As atenções estão voltadas para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 4,4% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50% e próxima do teto de 5%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 4,5%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic O processo de alta de juros deve continuar em 2022. O comunicado indicou que os aumentos de juros devem avançar ainda mais no território contracionista. É provável que na primeira reunião de 2022 a taxa básica de juros ultrapasse os dois dígitos, chegando a 10,75%. O ciclo deve se encerrar apenas em março de 2022 com outro aumento, mas de apenas 0,75%. A Selic deve encerrar 2022 a 11,5%, representando seu maior valor julho de 2017. As reações da última semana que levaram o Copom a aumentar o ritmo do aumento dos juros mostram a importância de previsibilidade da política fiscal. A PEC dos Precatórios, que teve sua votação adiada para a próxima quarta, sinaliza exatamente o contrário: até o passado é incerto com o ajuste retroativo da regra que corrige o teto de gastos. Alternativas como a da PEC 182 parecem mais eficientes. Iniciativas de contenção de gastos da máquina pública mediante uma reforma administrativa profunda seriam muito importantes embora politicamente difíceis. IGP-M VOLTA A PATAMAR POSITIVO, MAS DESACELERAÇÃO DO ÍNDICE COMEÇA A FECHAR BOCA DE JACARÉ ENTRE IPCA E IGP-M… O IGP-M de outubro subiu 0,64%, pressionado pelo preço do diesel (6,61%) e pela queda menor no preço do minério de ferro, 8,47% contra 21,74% em setembro. O resultado veio acima das projeções de mercado (0,33%) e da GO Associados (0,16%) O IPA subiu 0,53% em outubro, o IPA acumula alta de 26,00% nos últimos 12 meses. O índice de preços ao produtor amplo (IPA) representa 60% do IGP-M, sendo o índice mais sensível a variação de preços das commodities e do câmbio. A alta menor do IGP-M e a disparada do IPCA fizeram a boca de jacaré que se formou ano passado entre IGP-M e IPCA começar a fechar. O IGP-M de outubro e o IPCA de setembro acumulam alta respectivamente de 21,73% e 10,25 nos últimos 12 meses. IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%) O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30%, registrou alta de 1,05%, acumulando 9,5% em 12 meses. PIB DOS EUA REFORÇA DESACELERAÇÃO NO MUNDO… Após a China ter indicado desaceleração em sua economia em sua última divulgação, com um crescimento de 4,9% no 3º trimestre (em relação ao 3ºtri/20) foi a vez dos Estados Unidos divulgar um dado abaixo do esperado. O PIB dos EUA cresceu 2% em taxa anualizada, na comparação com o 2º trimestre. Abaixo da expectativa de mercado, de 2,7%. Este crescimento anualizado corresponde a um crescimento de 0,5% segundo a forma que os números de crescimento são divulgados no Brasil, por exemplo. A quebra na cadeia global de produção é o principal motivo desta desaceleração: o consumo de bens duráveis caiu 26,2% em taxa anualizada. A indústria automobilística vem sofrendo com a escassez de semicondutores e há risco de escassez de magnésio nos próximos meses. Além de queda na produção, isso também vem afetando os preços. O CPI de setembro indica uma inflação de 5,4% nos últimos 12 meses.
MINUTO DE ECONOMIA
Forte recuperação no mercado de trabalho leva taxa real de desemprego a 18%, menor nível desde maio de 2020… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em agosto caiu de 13,7% para 13,2% A queda foi superior às expectativas do mercado e da GO Associados (13,5%). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços. A taxa de participação, que chegou a cair 7 p.p. no auge da pandemia continua o processo de recuperação, chegando a 58,6% em agosto. Este valor ainda abaixo do nível pré-pandemia, aproximadamente 61%. A taxa real de desemprego calculada pela GO Associados caiu novamente, de 19,1% para 18%. Em relação ao pré-pandemia, o número de pessoas ocupadas superou a casa de 90 milhões, o maior valor desde fevereiro de 2020. O espaço entre a taxa real de desemprego e a oficial continua a diminuir; desde o ponto mais crítico da pandemia, a população ocupada total aumentou 8,5 milhões de pessoas. Neste cálculo o nível de participação da força de trabalho é mantido constante em relação à população acima de 14 anos com base nos dados de 2019/20. O crescimento da força de trabalho reflete o crescimento populacional ponderado por uma taxa de participação “normal” no mercado de trabalho.
MINUTO DE ECONOMIA
INFLAÇÃO DE DOIS DÍGITOS CONTINUA A DITAR O TOM DA ECONOMIA… O IPCA 15 de outubro subiu 1,20% em comparação a setembro, bem acima da projeção de mercado (0,98%) e da GO Associados (1,01%). O resultado, que também foi a maior alta para o mês de setembro desde 1995, faz com que a inflação chegue a 10,34% em 12 meses. No ano o IPCA-15 acumula de 8,3%. O item combustíveis (2,03%) foi mais uma vez a principal responsável pelo resultado. A gasolina que faz parte do item acumula alta de 40,44% em 12 meses. A Petrobras anunciou mais um reajuste no preço da gasolina (7,04%) e no diesel (9,15%), fato que deve continuar pressionando a inflação nas próximas divulgações. No item habitação, o IPCA 15, que apurou os preços da segunda quinzena de setembro e da primeira de outubro, captou o reajuste da conta de luz, já que a bandeira vermelha 2 que custava R$9,49 a cada 100kWh consumidos em agosto e que passou a custar R$14,20 em setembro, na chamada bandeira de escassez hídrica. O resultado do IPCA 15 reforça a percepção de que a inflação deverá fechar 2021 bem acima do teto da meta de 5,25%. O dado de inflação sai um dia antes da decisão do Copom sobre a taxa básica de juros. O mercado acredita em um ajuste entre 1,25 p.p. e 1,5 p.p.. Entretanto, a GO Associados acredita que um ajuste de 1 p.p. seja mais adequado. Apesar de correta, a decisão de subir os juros deveria ter mais informações para ser bem calibrada. A alta da taxa de juros encarece o custo do dinheiro, inibindo parte da pressão de demanda na inflação. Mas não resolve o problema de oferta ocasionado pela crise hídrica ou a instabilidade política que pressiona o câmbio que também tem contribuído para a alta dos preços. Mais importante, é preciso ter uma base sólida de informações para determinar o aumento de juros. Estes problemas devem perdurar até 2022, ano eleitoral, onde corte de gastos e rigidez fiscal encontram maior resistência política. Hoje deverá ser votada a PEC dos precatórios, que abre espaço no orçamento para financiar o auxílio Brasil. O aumento do pessimismo fiscal piorou significativamente as projeções para 2021/22. Entretanto, ainda é prematuro dizer que o Brasil terá recessão em 2022. É preciso também considerar a força da retomada do setor de serviços em 2022 e impacto do Auxílio Brasil sobre a atividade. CAGED MOSTRA CRIAÇÃO DE 313.902 EMPREGOS. ABAIXO DAS EXPECTATIVAS, MAS COM CENÁRIO DE FORTE RECUPERAÇÃO… Os dados do Caged divulgados hoje indicam a criação de 313.902 empregos formais em setembro, abaixo da projeção do mercado (360 mil) e da GO Associados (325 mil). O saldo de empregos formais acumulados desde o início de 2021 é de 2,5 milhões. A tendência é que o saldo no mercado formal feche o ano próximo a 3 milhões de vagas criadas. No mês de setembro todos os setores apresentaram saldo líquido positivo na geração de empregos com a maior contribuição vindo do setor de serviços, com 143 mil vagas criadas. Indústria (+76 mil) e comércio (+60 mil) também tiveram resultados positivos. Criação de empregos por setor O cenário de forte recuperação no emprego formal aos poucos começa a ser vista também no mercado informal e nos dados da PNAD Contínua. A taxa de desemprego oficial, que encerrou o 2º trimestre no recorde de 14,7%, deve apresentar nova queda na divulgação de amanhã, para 13,5%.
MINUTO DE ECONOMIA
Governo construiu uma laje em cima do teto de gastos para aprovar o novo Auxílio Brasil… Após mais de um ano de expectativa, o governo deve anunciar o programa social que substituíra o Bolsa Família, o novo programa deverá ter os mesmos moldes do atual, com a diferença no valor médio que passa de R$180 para R$400. A ideia inicial do governo era de um aumento para R$300 no benefício médio. Na nova proposta, este valor deverá respeitar o teto de gastos. Os R$100 adicionais estão previstos para serem pagos apenas até o final de 2022, sendo um gasto não permanente, e assim o governo não precisaria criar uma contrapartida. O novo programa deverá atender 17 milhões de famílias, com gastos estimados em R$ 84 bilhões em 2022, sendo que R$30 bilhões estariam fora do teto. Apesar de estar dentro do teto, a solução para financiar o aumento inicial é a chamada PEC dos Precatórios, que posterga pagamento de precatórios para alocar o espaço no orçamento. O temor do descontrole fiscal em ano eleitoral, somado ao temor externo de desaceleração da economia mundial, fazem com que o Ibovespa registrasse queda de 3,28% e o dólar subisse cerca de 1,5%, fechando a R$ 5,59. A forte reação negativa parece ter contribuído para que o Ministério da Cidadania cancelasse a cerimônia de lançamento do Auxílio Brasil, que ocorreria ontem às 17 horas. Além de pressionar juros e dólar, a decisão de financiar o auxílio fora do teto pode causar baixas na equipe econômica. O secretário especial da Fazenda, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, disseram que desembarcariam do governo caso o Palácio do Planalto mantivesse a ideia de contabilizar parte dos gastos com o benefício fora do teto de gastos. Não há solução fácil diante de uma situação social dramática e contas fiscais frágeis. Algumas reformas, como a administrativa, deveriam ser o foco da equipe econômica para gerar espaço para novos gastos. Proposta de alteração do ICMS reduz o imposto agora, mas pode aumentá-lo em 2023… A proposta de fixar o preço do ICMS com base no preço médio dos últimos 24 meses deve ter um impacto positivo no primeiro momento. Na simulação realizada pela GO Associados, considerando o preço médio da gasolina em setembro de 2021, R$6,08, a diferença entre o ICMS médio de 27,7% aplicado hoje e um valor fixo estabelecido pela média de 24 meses entre dezembro de 2020 e janeiro de 2019, é de R$0,48. Considerando um reajuste dos preços com base no IPCA, a nova proposta atenua choques intensos no novo modelo do ICMS, o que não significa que o ICMS no novo formato será sempre vantajoso para o consumidor. Essa alta pode ter um impacto em 2023, quando a média de preços dos últimos dois anos considerar todo o ano de 2021. Isso pode significar um ICMS fixo próximo do valor da nova fórmula de cálculo Comparativo entre as duas modalidades de ICMS considerando um aumento anual equivalente ao aumento projetado para o IPCA na última pesquisa Focus divulgada em 18/10/20211 Considerando uma queda de 5% ao ano no preço da gasolina a partir de 2022. O valor do ICMS da nova proposta fica mais desvantajosa a partir de 2023. Comparativo entre as duas modalidades de ICMS considerando uma queda de 5% ao ano no preço da gasolina a partir de 20222 A maior pressão sobre o preço dos combustíveis hoje, vem do preço internacional do petróleo e do câmbio que não são endereçados no projeto aprovado na Câmara. É inútil também cobrar uma solução dos administradores da Petrobras, que tem a obrigação fiduciária de buscar os melhores resultados possíveis para os seus acionistas. Estes são alcançados pela Paridade ao Preço Internacional, precificação que é usada hoje em dia. Entretanto, não só é legítima, mas obrigatória, a intervenção do Estado na defesa do consumidor, diante da situação quase monopolista da Petrobrás. O Poder Público, através de uma regulação, deve construir uma equação de preços que, ao mesmo tempo em que mantenha um elo com o cenário internacional, diminua a volatilidade dos preços praticados. Isso é essencial para que a Petrobrás deixe de ser uma fonte permanente de crises. Interação entre meio ambiente e defesa da concorrência ganha destaque no debate internacional… A Conferência Anual 2021 da International Competition Network (“ICN”), organização que reúne as agências nacionais de regulação da concorrência foi realizada virtualmente na última semana. A interação entre sustentabilidade e a defesa da concorrência foi objeto de um Projeto Especial (“PE”) para o evento, elaborado pela autoridade de competição húngara (“GVH”), anfitriã do evento. Foi realizada uma pesquisa com as agências concorrenciais dos diversos países e especialistas do setor privado a respeito do papel das leis antitruste e de regulação da concorrência na promoção do desenvolvimento sustentável, abrangendo os anos de 2015 a 2021. Para 98% dos NGAs consultados a aplicação das leis da concorrência tem um papel essencial, ainda que complementar, a desempenhar nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Apesar de considerações sobre bem-estar e sustentabilidade já estarem presentes no arcabouço regulatório dos países, sua aplicação efetiva ainda é limitada: entre 2015 e 2021, houve 41 casos com um componente de desenvolvimento sustentável, sendo que em apenas 13 deles a sustentabilidade era o tema principal. Em apenas sete casos houve a adoção de proibições e remédios competitivos relacionados a preocupações de desenvolvimento sustentável. Por outro lado, tanto as agências quanto os especialistas esperam que o número de análises concorrenciais em que considerações de sustentabilidade estejam presentes aumente nos próximos anos: 38% esperam ver aumento nos casos relacionados a competição e sustentabilidade e 12% não tem essa expectativa. Nota-se que 50% das agências não responderam a essa pergunta na pesquisa. Portanto, daquelas que responderam, 77% esperam ver aumento nos casos. Em relação aos especialistas, 78% deles esperam que o desenvolvimento sustentável seja um dos principais temas nas questões concorrenciais no futuro. Os setores de energia, transporte e gestão de resíduos são os mais frequentes nos casos concorrenciais envolvendo sustentabilidade. Agricultura e o setor de linha branca também apresentam casos envolvendo o desenvolvimento sustentável.
Boletim Focus:
novo aumento na projeção do IPCA e queda na expectativa de crescimento para o triênio 2021/2023 são analisados pela GO Associados Especialistas abordam o impacto da desaceleração no crescimento econômico no Brasil e no mundo, com destaque para o impacto dos números divulgados pela China, além do aumento de preço nos alimentos.
Em seu Relatório Executivo desta semana, divulgado nesta segunda-feira, 18 de outubro, a GO Associados analisa o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Na live semanal em seu canal no Youtube , Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, e os consultores da GO, Luccas Saqueto e Lucas Godoi, receberam o especialista em agronegócio Maurício Sampaio. Lucas Godoi, consultor da GO Associados, destacou os aspectos econômicos mais importantes como o novo aumento na projeção do IPCA de 8,59% para 8,69% e as projeções de crescimento para o triênio 2021/2023 que caíram. Foram quedas pequenas de 5,04% para 5,01% em 2021, de 1,54% para 1,5% em 2022 e de 2,2% para 2,1% em 2023. “Os números refletem a desaceleração que observamos no Brasil e na economia mundial”, ressaltou Lucas. O PIB da China divulgado ontem mostrou um crescimento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado, mas apresenta uma forte desaceleração comparado ao segundo trimestre, que foi de 7,9%, ficando abaixo da expectativa do mercado, que era 5,1%. “Maurício Sampaio colocou muito bem a questão do encarecimento da produção de ovos. O relatório executivo está bastante denso e muito interessante para leitura”, concluiu Gesner. Inflação e preço dos alimentos Maurício Sampaio abordou o aumento expressivo no preço dos ovos, lembrando que o impacto afeta principalmente as pessoas de baixa renda, destacando que o preço elevado da carne vermelha apresentou o mais baixo consumo dos últimos 26 anos, e que o ovo se tornou uma fonte de proteína mais em conta para a população. Maurício explicou que os custos da produção de ovos sofreram um forte impacto nos últimos 60 dias, causados pela elevação dos preços de insumos como milho e farelos, o que ocasionou em uma diminuição expressiva do plantel de galinhas poedeiras. Para comprar uma saca de milho eram necessários vender 15 caixas de ovos, agora são necessárias 18 caixas para comprar a mesma quantidade de milho. Dessa forma, pequenos produtores estão saindo do mercado, impactando nos preçs. Política Luccas Saqueto comentou sobre a mudança na forma de cálculo do ICMS dos combustíveis, aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada e alertou que no Senado o projeto de lei deve sofrer muita resistência para ser aprovado, uma vez que afeta a arrecadação dos estados. O valor será calculado por uma média dos últimos dois, o que poderá ser um problema daqui dois anos, quando a média vai usar os preços atuais. Nos últimos 12 meses a gasolina ficou quase 40% mais cara e o etanol 64%. Lucas Godoi fez um resumo dos projetos de lei mais importantes que serão votados no Senado e na Câmara nesta semana. A PL 1539/2021 da senadora Katia Abreu que adianta para 2025 a meta de redução de emissão de gases de efeito estufa e o fim do desmatamento ilegal do Brasil. Tem também a PEC dos precatórios que deve ser votada na quinta-feira. Outro destaque é o relatório da CPI da Covid, que deve ser lido nessa semana.
MINUTO DE ECONOMIA
Prévia do PIB indica desaceleração na recuperação da economia… O IBC-Br, indicador antecedente do PIB divulgado pelo Banco Central caiu 0,15% em agosto contra julho. O resultado veio pior do que projeção do mercado (-0,05%). O resultado mantém a projeção de 4,9% para o PIB de 2020. O crescimento acumulado em 12 meses é de 3,99%. O crescimento do IBC-Br de janeiro a agosto é de 6,41%. Enquanto o setor de serviços continua se recuperando no pós-pandemia, a indústria acumula seguidas quedas e está 2,86% abaixo do pré-pandemia. Variação em relação ao pré-pandemia (%) Até o final do ano a expectativa é de continuidade da reabertura da economia, com impactos em alguns segmentos do setor de serviços como os ligados a turismo, que ainda estão abaixo do nível pré-pandemia. Porém, há pontos de atenção: A inflação tem avançado e preocupado não só o Brasil, mas o resto do mundo também; A quebra nas cadeias de suprimentos globais e o aumento no custo de energia está afetando a indústria, que está apresentando uma recuperação em W, com uma nova queda em 2021. Possível desaceleração do crescimento mundial, sobretudo da China, prejudicaria as exportações brasileiras; A instabilidade política e o risco fiscal em um ano pré-eleitoral inibem o investimento; A crise hídrica pode frear o crescimento agropecuário e industrial; O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: Em uma semana com poucos indicadores econômicos domésticos, os principais assuntos devem ocorrer no Congresso. A PEC dos precatórios (PEC 23/21) deve ser votada na próxima quinta-feira. A proposta é negativa para a percepção de risco fiscal e tem o potencial de aumentar juros e depreciar o Real, caso aprovada. Outra proposta que deverá ser assunto é a mudança na fórmula de cobrança do ICMS de combustíveis, que passará a ser analisada no Senado. O Comitê Nacional de Secretários da Fazenda dos Estados e Distrito Federal (Comsefaz) estima perdas de R$ 24 bilhões para os fiscos estaduais com a aprovação da medida. A proposta deve encontrar dificuldades no Senado, dada a maior representatividade de estados do Norte e Nordeste, onde a receita do ICMS-Combustíveis é mais importante. Chamará atenção a declaração de Jair Bolsonaro de que pedirá o fim da bandeira de escassez hídrica para novembro dada a melhora na situação dos reservatórios. Importante destacar que, apesar da melhora no regime de chuvas, a nova bandeira foi implementada para cobrir os custos da contratação de energia termoelétrica. É improvável que a bandeira mude no próximo mês. O leilão de privatização da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) ocorrerá na próxima sexta. O lance mínimo será de R$ 927,8 milhões. Será o terceiro leilão de privatização no estado neste ano. A temporada de balanços no Brasil começa na próxima semana, mas de forma ainda tímida. Os principais resultados começarão a ser divulgados apenas a partir de segunda da outra semana, dia 25. No cenário internacional: Na noite de domingo a China publicará os dados de atividade referentes a setembro, além do PIB para o 3º trimestre. O dado capturará o início do impacto de dois importantes riscos para a economia chinesa: (i) a crise da Evergrande; (ii) a escassez de energia. A expectativa é de que os dados confirmem a desaceleração da economia chinesa. Nos EUA o principal dado a ser divulgado é o de produção industrial para setembro. Entretanto, o que deve movimentar o mercado é a temporada de balanços que teve início nesta semana.
MINUTO DE ECONOMIA
Vacinação acelerada ajuda recuperação de serviços…. O volume de serviços cresceu 0,5% em agosto comparado a julho, em linha com as expectativas do mercado, de 0,5% e acima da expectativa da GO Associados (0,2%). É a quinta alta consecutiva após a queda de março (-3,4%), causada pelo aperto das restrições sanitárias naquele mês. Os serviços prestados às famílias apresentaram alta de 4,1%. O setor inclui bares, restaurantes e outras atividades que sofreram durante o período de maior restrição. Apesar disso, o segmento ainda está 17,36% abaixo do nível pré-pandemia (Fev/20). Há espaço para crescimento nos próximos meses com a retomada das atividades presenciais. Se confirmado o calendário de vacinação e mantida a eficiência da vacina diante das novas cepas, eventos importantes para o setor de serviços, como as festas de Ano Novo e o Carnaval, devem em princípio ocorrer, o que deve ajudar bastante o setor de turismo, que ainda está 20,76% abaixo do nível pré-pandemia, segundo o Índice de Atividades Turísticas do IBGE. A recuperação do setor depende do controle da pandemia e da flexibilização das restrições de mobilidade. Um ponto de atenção para todos os setores da economia, é a inflação. A retomada do setor de serviços pode mais lenta com uma aceleração dos preços. Principalmente se o aumento de preços for em gastos essenciais como na conta de luz e alimentação. Mudança no ICMS dos combustíveis diminui a pressão nos preços agora, mas pode reaquecer discussão em 2023… O aumento recente dos combustíveis tem pressionado o governo. A gasolina ficou 39,6% mais cara nos últimos 12 meses e o etanol 64,7% no mesmo período. Em partes a solução encontrada foi culpar o Imposto sobre o Consumo de Mercadorias e Serviços (ICMS), de responsabilidade estadual. O ICMS é em média 27,7% do preço da gasolina por exemplo. A proposta aprovada na Câmara dos Deputados estabelece um valor fixo calculado com base nos preços dos combustíveis dos dois anos anteriores. O valor calculado será reajustado anualmente. A proposta foi encaminhada para o Senado, onde a resistência a projetos de impacto na receita dos estados deve ser maior. Embora uma possível redução de impostos seja bem-vinda, neste caso poderá ocorrer um problema maior daqui dois anos, quando a média de preços para calcular o valor fixo do ICMS levará em conta os preços atuais. Ou seja, caso o preço do petróleo internacional ou o câmbio recuem neste próximo período, a redução pode não chegar à bomba graças a esta mudança no cálculo. A maior pressão sobre o preço dos combustíveis hoje, vem do preço internacional do petróleo e do câmbio. E não há nenhuma solução para esses problemas no projeto aprovado na Câmara. É inútil também cobrar uma solução dos administradores da Petrobras, que tem a obrigação fiduciária de buscar os melhores resultados possíveis para os seus acionistas. Estes são alcançados pelo Paridade ao Preço Internacional, precificação que é usada hoje em dia. Entretanto, não só é legítima, mas obrigatória, a intervenção do Estado na defesa do consumidor, diante de um monopólio como o observado. O Poder Público, através de uma regulação, deve construir uma equação de preços que, ao mesmo tempo em que mantenha um elo com o cenário internacional, e diminua a volatilidade dos preços praticados. Isso é essencial para que a Petrobrás deixe de ser uma fonte permanente de crises.
MINUTO DE ECONOMIA
Concessão dos serviços de saneamento do Bloco 3 no Rio de Janeiro conclui um dos maiores projetos socioambientais da atualidade… O Bloco 3 está com um novo edital em consulta pública. As audiências públicas ocorrem hoje e no dia 15 de outubro. O investimento previsto é de R$ 4,6 bi em 35 anos. Exercício com a matriz insumo produto do IBGE a partir das informações de investimento do projeto mostraram fortes efeitos positivos sobre a economia. O volume de R$ 4,6 bi em investimentos deve gerar um impacto de R$ 16 bilhões na produção, R$ 2,2 bilhões de massa salarial e, mais importante, 122 mil empregos ao longo dos 35 anos de concessão. Os indicadores de água e esgoto do Rio de Janeiro, não condizem com a importância do estado e ilustram uma situação mais geral do Brasil de atraso vexatório no saneamento. A rede de água tratada ainda não está completamente universalizada, 45,9% da população não tem coleta de esgoto, 50,9% do esgoto gerado não é tratado e o índice de perdas chega a 37,8%. Em 2020, o Rio de Janeiro realizou a concessão dos serviços de água e esgoto em quatro blocos. Três deles foram arrematados com outorga de R$ 22,7 bilhões, tendo um deles, o Bloco 3 ficado sem vencedor. Prevê-se o leilão do Bloco 3 para o dia 29 de dezembro de 2021. Os investimentos previstos somam aproximadamente R$ 27 bilhões nos três blocos que foram arrematados, valor que passa a ser responsabilidade da iniciativa privada. Dada a situação fiscal do estado e a necessidade de investimento em outras áreas, como saúde e educação essa desoneração do orçamento estadual é fundamental. Uma proposta para atenuar o problema dos preços dos combustíveis… Luiz Marinho1 Os preços praticados pela Petrobras sofreram, nos últimos anos, questionamentos de duas naturezas. Antes que a política de Preços de Paridade de Importação (PPI) fosse estabelecida, os acionistas da Petrobras que questionavam os administradores por não buscarem a maximização dos resultados. Após o PPI, o questionamento se dá por parte dos consumidores, e neste caso, com desdobramentos sociais relevantes. É importante estabelecer um campo comum para o debate entre os que defendem e os que não concordam com a PPI. Pode-se começar por um princípio e uma constatação: As economias de mercado não podem conviver com monopólios. Quando estes não podem ser eliminados, devem ser regulados. A estrutura de produção de derivados da Petrobras constitui um monopólio “de fato”. Alguns outros elementos são importantes: O processo de venda das refinarias em curso e consequente criação de um mercado concorrencial leva algum tempo. Isso supondo, como argumentam alguns, que ao fim tenhamos apenas um conjunto de monopólios regionais. Alguma conexão entre os preços do mercado interno e a realidade mundial é desejável, sob pena de induzir ineficiências, se muito baixos, ou diminuir a competitividade do conjunto da economia, se muito elevados. O Brasil é importador de derivados e continuará sendo no horizonte que se pode antever. O PPI é o maior nível de preço que pode ser imaginado, pois acima disso as importações ocupariam fatia ainda maior do mercado. Ainda assim, fixou-se a falsa percepção de que a PPI é a única forma de reconhecer a realidade dos preços internacionais de derivados, para prática no mercado interno. Existem, no entanto outras formulações, para além da paridade de importação, que permitem de alguma forma o ajuste dos preços internos à realidade geopolítica que precifica os derivados do óleo no mundo. Comparação direta com mercados relevantes: um bom exemplo é a fórmula de preços de derivados adotada no governo FHC, após a promulgação da Lei do Petróleo. Na ocasião, sem perder a conexão com a parametrização internacional, não se impunha ao consumidor pagar o preço equivalente à importação pelos derivados no Brasil. O mecanismo era o da comparação direta com um mercado de referência relevante. Por exemplo, o preço da gasolina poderia ser aquele praticado no Golfo dos EUA, o diesel seria balizado pela Europa. A NAFTA seguia o preço ARA, e assim por diante. “Cost Plus”: esta foi a base para o CNP (Conselho Nacional do Petróleo) e o DNC definirem, sem crises, e sem falir a Petrobras, os preços dos derivados no Brasil durante décadas. Merece ser analisada a precificação mantendo como ponto de partida do preço do petróleo de referência (por exemplo, a paridade de exportação do óleo) e fixando-se a margem em função de algum parâmetro internacional de custos do refino. É inútil cobrar uma solução dos administradores da Petrobras, que tem a obrigação fiduciária de buscar os melhores resultados possíveis para os seus acionistas. Estes são alcançados pelo PPI. Entretanto, não só é legítima, mas obrigatória, a intervenção do Estado na defesa do consumidor, diante de um monopólio. O controle externo por órgãos de governo precisa ser implantado enquanto o regime monopolista durar. Quando a sociedade julgar que passou a existir um mercado capaz de equilibrar interesses de ofertantes e consumidores, os controles podem- e devem – ser abolidos. É possível, na linha proposta, construir uma equação virtuosa com os seguintes elementos: Os preços dos combustíveis não estarem descolados da realidade internacional, evitando distorções da demanda que colocariam o país na contramão dos esforços para a racionalização do uso da energia ou, na outra direção, reduzindo sua competitividade. A política de preços, se socialmente aceitável, reduzirá o risco do negócio de refino. A indicação de venda das refinarias, e assim o pretendido fim do monopólio, ficará facilitada, permitindo que os candidatos a compra estimem os fluxos de caixa futuros e, portanto, façam ofertas. O Governo deixará de ter na Petrobras uma fonte permanente de crises. Ao contrário, alavancará o fato de o país ser um grande produtor de petróleo como um vetor para o desenvolvimento econômico. Luiz Marinho
Engenheiro químico e consultor associado da ChemVision
MINUTO DE ECONOMIA
Bandeira de emergência hídrica na conta de luz faz IPCA chegar a dois dígitos… O IPCA de setembro foi de 1,16%, um pouco acima da expectativa da GO Associados (1,13%), mas abaixo da expectativa de mercado (1,25%). O índice oficial de inflação no acumulado em 12 meses passou de 9,68% para 10,25%, superando os dois dígitos pela primeira vez desde fevereiro de 2016. O resultado de setembro foi o maior para o mês desde 1994. O resultado era esperado principalmente pelo impacto da bandeira de escassez hídrica. O item energia elétrica apresentou alta de 6,47%. Além da mudança de bandeira, houve reajustes tarifários em Belém, Vitória e São Luís. Outro destaque no grupo habitação foi a taxa de água e esgoto, que subiu 0,37%. Ocorreram reajustes em Recife, de 11,93%, válido desde 19 de agosto, e de 9,07% em uma das concessionárias de Porto Alegre, em vigor desde 14 de agosto. Em Belo Horizonte (-1,77%), houve redução por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas, ocorrida em 1º de agosto. Os combustíveis também contribuíram para o índice elevado, subindo 2,43%. A gasolina (2,32%) e o etanol (3,79%) apresentaram as maiores altas do grupo. O resultado abaixo do esperado pelo mercado deve confirmar as expectativas de que o Banco Central continue a subir a Selic no ritmo atual, de 1 p.p. por reunião. Desta maneira a taxa básica de juros terminaria o ano em 8,25%. O Top 15 itens que mais subiram de preço apresenta uma dominância de alimentos (10 dos 15 itens) e efeito da alta dos combustíveis (4 dos 15 itens). O que vai mexer com as expectativas nesta semana… No cenário doméstico: O preço dos combustíveis deve continuar a ser um dos principais temas de discussão: na quarta (13), Arthur Lira deve submeter à votação a proposta que altera o ICMS dos combustíveis. Ainda não foi apresentado o projeto que irá a votação, mas, de acordo com o presidente da Câmara, o valor do imposto seria calculado a partir da variação do preço dos combustíveis nos dois anos anteriores. Além disso, a Petrobrás anunciou novo aumento de preços no gás, de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg e na gasolina, de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro. O Presidente da Comissão Especial da PEC dos Precatórios da Câmara adiou a votação de parecer para a próxima semana. A análise da IFI do substitutivo do relator Hugo Motta (Republicanos-PB) indica que a proposta muda a regra do teto de gastos e pode aumentar a percepção de risco fiscal, caso seja aprovada. Na quinta será divulgada a Pesquisa Mensal de Serviços do mês de agosto. Mesmo com as fortes quedas observadas na indústria e varejo, a GO Associados projeta um crescimento de 0,2% em relação ao dado de julho. Na sexta a divulgação da prévia do PIB de agosto deve indicar queda de 0,9% segundo projeção da GO Associados. Os gargalos na indústria e o impacto da inflação no varejo são alguns dos componentes responsáveis pelos resultados ruins no mês. Na quinta, dia 14, ocorrerá a privatização na B3 da Celg Transmissão, empresa de transmissão de energia do estado de Goiás. O lance mínimo será de R$1,097 bilhão. A B3 abrirá normalmente no dia 11 de outubro, enquanto no dia 12, feriado, não haverá pregão. No cenário internacional: A crise energética, que é foco de preocupação também nos EUA, Europa e China, deve continuar a ser um dos principais focos de atenção. Hoje a China ordenou que as minas de carvão do país aumentem a capacidade de produção anual. Entre janeiro e outubro o país asiático aumentou seu consumo de energia em 13,8%, mas a produção só aumentou 11,3%. O Senado dos EUA ontem afastou o perigo do primeiro default da história do país ao aprovar um projeto de lei que permite aumentar o teto de endividamento do país até dezembro. Na quarta, dia 13, ocorrerá a divulgação da Ata da última reunião de política monetária do FOMC e a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de setembro para os EUA. O índice acumula 5,3% nos últimos 12 meses. Neste mesmo dia também a China divulgará o dado de inflação de setembro.
MINUTO DE ECONOMIA
Safra de grãos deve aumentar em 2022, contribuindo para amenizar o impacto sobre a inflação… A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje a projeção para a safra 2021/22 de grãos. A estimativa é de um volume de 288,61 milhões de toneladas, 14,2% maior que a safra anterior. As safras de soja e de milho representam 90% da produção de grãos. O aumento na produção está diretamente relacionado ao crescimento da área em 3,6% e da produtividade em 10,2% na comparação com a safra de 2020/21. Comparação entre Safra 2020/21 e 2021/22 (Mil Ton.) Fonte: Conab. Há uma grande expectativa com relação às lavouras de milho, visto que, a segunda safra deste ano foi atingida pelas geadas e crise hídrica. A safra 2021/22 de milho deve atingir 116,3 milhões de toneladas, 33,7% maior do que a de 20/21, refletindo um crescimento tanto na produtividade quanto na área plantada. Com relação à soja, o Brasil deve continuar sendo o maior produtor mundial do produto em 2022, seguido dos EUA e da Argentina. A Conab projeta um aumento de 2,5% na produção comparado à safra anterior, atingindo 140,7 milhões de toneladas. Há uma previsão de área plantada de 39 milhões de hectares. Alguns fatores podem justificar o incremento de 2,5% de área: preços internacionais elevados em 2021; câmbio atrativo; e expectativa do aumento de exportações em 2022.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação alta e revisão do dado de julho derrubam as vendas no varejo de agosto… O volume de vendas do varejo caiu 3,1% em agosto. A maior queda para um mês de agosto na série histórica. A expectativa do mercado era de alta de 0,7% e da GO Associados de 0,9%. Três motivos para esta forte queda: A revisão do dado de julho, que passou de alta de 1,2% para alta de 2,7%. Algumas compras que ocorreriam em agosto, foram adiantadas para julho; A inflação alta, principalmente de combustíveis, está afetando este segmento. É a terceira queda consecutiva na venda de combustíveis e lubrificantes; A diminuição de medidas de restrição de mobilidade faz com que ocorra uma troca entre comércio e serviço. Por exemplo, as compras em hipermercados e supermercados caíram pelo 3º mês consecutivo, as pessoas passaram a comer mais em restaurantes. Apesar da queda, as vendas no varejo acumulam alta de 5,1% no ano. O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresenta alta de 9,8% nos 8 primeiros meses de 2021. A reabertura e a retomada das atividades presenciais podem contribuir para que o resultado das vendas no varejo seja positivo. A expectativa é que a data mais importante para o setor no ano, o Natal, ocorra com a pandemia já controlada. Entretanto, o desemprego que está cedendo de forma lenta e a inflação próxima de dois dígitos são fatores que afetam o consumo em geral e arriscam essa boa perspectiva. Vendas no varejo dos três últimos meses (%) Senado aprova novo marco das ferrovias, um projeto importante para destravar investimentos no setor e melhorar a infraestrutura… Conforme informado no Minuto de Economia da última sexta-feira, o Senado aprovou ontem a noite o novo marco legal das ferrovias (PLS 261/18), de autoria do Senador José Serra (PSDB/SP). A proposta inova ao permitir a construção de ferrovias sob o regime de autorização. O Executivo tomou iniciativa na mesma direção através da MP 1.065/21. A medida será essencial para aumentar o uso do modal ferroviário, hoje apenas 21% da carga é transportada via trem. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, eram esperados sete pedidos de autorização, com investimentos de R$ 30 bilhões com o novo marco das ferrovias. Entretanto, desde o dia 1º de setembro já foram protocolados 14 pedidos, somando investimentos de R$ 80 bilhões. O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados. A expectativa é que o PLS 261/18 seja votado em detrimento da MP 1.065/21 que deve perder o efeito após o prazo de 120 dias. Nobel de Física premia trabalho com aplicação na discussão sobre mudança climática… O prêmio Nobel de Física divulgado ontem premiou dois pesquisadores que contribuíram para a pesquisa em sistemas complexos, tendo como uma de suas aplicações mais conhecidas o clima da Terra. Syukuro Manabe, de Princenton, liderou o desenvolvimento de modelos físicos do clima da Terra na década de sessenta. Na década de setenta Klaus Hasselman, do Instituto Max Planck de Meteorologia, desenvolveu métodos para identificar “impressões digitais” que as atividades humanas deixam no clima. Os métodos desenvolvidos por Hasselman são usados para provar a relação entre o aumento da temperatura na atmosfera e as emissões de CO² associadas à atividade humana.
MINUTO DE ECONOMIA
Escassez de matéria prima e crise hídrica derrubam produção Industrial pelo terceiro mês consecutivo… Produção industrial caiu em agosto 0,7%, resultado melhor do que a expectativa de queda do mercado, de 1,8%, e pior do que a projeção da GO Associados, de queda de 0,47%. O único setor que cresceu entre julho e agosto foi o de bens de capital (1,4%). A indústria após uma forte recuperação para a reposição de estoques sofreu em 2021 com a falta de matérias-primas. Desde janeiro de 2021 a indústria apresentou queda em seis dos sete meses. O índice de agosto teve queda de 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2020. Na comparação com o pré-pandemia, a queda oi de 2,86%. Desempenho da indústria agosto/julho 2021 A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, para 2021 há alguns pontos de atenção, como o agravamento da crise hídrica, com impactos no custo da energia, além da falta de insumos e a volatilidade do câmbio. A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas. O problema da falta de insumos não é uma exclusividade do Brasil, tratando-se de problema mundial. Adicionalmente, os estoques reduziram-se estruturalmente com a adoção do sistema just-in-time . A conjunção desses fatores com a pausa simultânea dos mercados internacionais imposta pela pandemia de Covid-19 gerou a tempestade perfeita para uma disrupção das cadeias globais de produção. O gráfico do desempenho da indústria em relação ao patamar estabelecido no pré-pandemia (fevereiro de 2020) é claro: a indústria, que apresentou forte recuperação no segundo semestre de 2020, vem sendo um dos pontos negativos da atividade em 2021. A produção de consumos duráveis é o principal ponto negativo, estando 21,8% abaixo do patamar pré-pandemia. A produção de bens de capital, por outro lado, vem tendo bom desempenho em 2021, estando 15,76% acima do patamar pré-pandemia. Variação (%) em relação ao patamar pré-pandemia
MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas nesta semana… No cenário doméstico: O principal foco da próxima semana será a divulgação do IPCA do mês de setembro, na sexta-feira. A projeção da GO Associados é de 1,13%, o resultado fará a inflação passar de 10% no acumulado dos últimos 12 meses. Um dos principais vilões da inflação, o preço dos combustíveis, deve continuar sendo assunto na próxima semana. Diversas medidas estão sendo discutidas, como por exemplo, a criação de um fundo estabilizador dos preços, que teria como fonte os dividendos recebidos pela União da Petrobrás e um projeto de lei que fixaria o ICMS dos combustíveis nacionalmente. Esta segunda medida tem potencial de prejudicar as finanças estaduais, que são dependentes desta arrecadação. O plenário do Senado deve votar na próxima terça o novo marco das ferrovias (PLS 261/2018), de autoria do Senador José Serra (PSDB-SP). A revolução na infraestrutura passa pelo novo Marco das Ferrovias. A CPI da Covid deverá ter a última semana de depoimentos. A perspectiva é de que o relatório seja finalizado após o feriado do dia 12 de outubro e seja votado no dia 20. O primeiro dado de atividade para o mês de agosto será divulgado na terça, dia 5. A indústria continua a sofrer com problemas da falta de insumos. Após duas quedas consecutivas, a projeção da GO Associados é de que o resultado de agosto mostre estabilidade (0%) em relação a julho. Os dados do varejo serão publicados na quarta, 6. A estimativa da GO Associados é de um crescimento de 0,9% comparado a julho. A importância do aumento da mobilidade para a evolução do comércio e setor de serviços Dia 7, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá anunciar o 1º Levantamento da Safra de Grãos de 2021/22 com estimativas sobre área plantada, produtividade e produção das lavouras. Também no dia 7, o IBGE divulgará o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente ao mês de setembro com informações sobre as principais culturas economicamente importantes para o país. Os dados são sobre a área plantada e colhida, quantidade produzida e rendimento médio. No cenário internacional: O principal foco de atenção deve ser a situação fiscal no EUA. A Secretária do Tesouro Janet Yellen alertou no início da semana que, caso não seja aprovada uma elevação do limite da dívida, este limite deve ser alcançado em 18 de outubro, o que poderia gerar o primeiro default da história do país. Um projeto de lei que suspenderia o teto até dezembro de 2022 foi aprovado na Câmara, mas ainda deve passar pelo Senado. Outro assunto que merece atenção é o projeto de infraestrutura do governo Biden, que está parado. O projeto pode avançar na próxima semana. Além disso, os dados de mercado de trabalho devem chamar atenção. Na quarta será divulgada o saldo líquido de empregos privados enquanto na sexta será divulgada a taxa oficial de desemprego nos EUA, que está em 5,2%. A China comemorará o feriado do Dia Nacional, que começou hoje e continuará até a próxima quinta.
MINUTO DE ECONOMIA
Avanço da vacinação e retomada do setor de serviços faz com que taxa de desemprego caia a 13,7%… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em julho caiu de 14,1% no 2º trimestre para 13,7% A queda foi superior às expectativas da GO Associados (13,8%). A queda na taxa de desemprego reflete a retomada da atividade econômica, principalmente do setor de serviços. Apesar disso, a taxa de subutilização (desemprego+desalento+suobcupação) segue elevada, registrando 28,0%. A taxa de participação, que chegou a cair 7 p.p. no auge da pandemia, continua o processo de recuperação chegando a 58,2% em julho. Ainda abaixo do nível pré-pandemia, aproximadamente 61%. A taxa real de desemprego calculada pela GO Associados caiu um ponto percentual, de 20,2% no trimestre encerrado em junho, para 19,1%. Ainda assim, são cerca de 5,5 milhões de pessoas ocupadas a menos em relação ao patamar pré-pandemia. O espaço entre a taxa real de desemprego e a oficial continua a diminuir; desde o ponto mais crítico da pandemia, a população ocupada total aumentou 7,6 milhões de pessoas. Neste cálculo o nível de participação da força de trabalho é mantido constante em relação à população acima de 14 anos com base nos dados de 2019. Pessoas na força de trabalho O crescimento da força de trabalho reflete o crescimento populacional ponderado por uma taxa de participação “normal” no mercado de trabalho. Banco Central aumenta para 8,5% a projeção de inflação para 2021 e admite inflação acima do centro da meta para 2022… O Banco Central revisou de 5,8% para 8,5% a projeção de inflação para 2021 no Relatório Trimestral de Inflação. O número é bem acima do teto, de 5,25% e do centro da meta, 3,75%. Um exercício feito nesta edição do Relatório do Banco Central compara a atual projeção para o IPCA de 2021 com a de dezembro de 2020, de 3,4% para entender os itens que contribuíram para esta mudança nas expectativas. Apenas dois itens, combustíveis (+2,3 p.p.) e a energia elétrica (+1 p.p) foram responsáveis por mais de 60% no aumento da expectativa da autoridade monetária. O Banco Central admite que a inflação ficará acima do centro da meta em 2022, projetando 3,7% para o IPCA (a meta é 3,5%). Entretanto, a projeção é menor em relação ao Boletim Focus, de 4,12%. A GO Associados projeta o IPCA a 4,5% em 2022. Em relação à atividade, a projeção para 2022 é otimista, de 2,1% de crescimento. A mediana do mercado indica crescimento de 1,57%. Para 2021 houve um pequeno aumento, de 4,6% para 4,7%, mas com grandes mudanças na composição deste crescimento: a indústria (de 6,6% para 4,7%) e agropecuária (de 2,5% para 2%) perderam o protagonismo e o setor de serviços (de 3,8% para 4,7%) vê uma melhora na perspectiva com base no avanço da vacinação e aumento da mobilidade.
MINUTO DE ECONOMIA
APESAR DA DEFLAÇÃO NO IGP-M, PROBLEMA DA INFLAÇÃO CONTINUA PREOCUPANDO, MAS CHOQUE DE TARIFA DE IMPORTAÇÃO SERIA UM ERRO… O índice oficial de inflação, o IPCA, registrou 9,68% em 12 meses, muito acima da meta de 3,75% para 2021. Um choque de redução de tarifas de importação conforme proposta do ministro Paulo Guedes não parece adequado. A política comercial deve ser usada com base em planejamento de médio e longo prazo acompanhando a redução do Custo Brasil. Mudanças repentinas apenas acentuam o clima de insegurança jurídica e instabilidade de regras, inibindo o investimento. CAGED REVELA GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS ACIMA DAS EXPECTATIVAS EM AGOSTO … Dados do CAGED revelam saldo positivo de 372.265 mil empregos formais em agosto, acima da projeção da GO Associados (285 mil) e do mercado (272 mil). O saldo de empregos formais acumulados desde o início de 2021 é de 2,2 milhões. O mercado de trabalho formal apresenta um saldo positivo também considerando o início da pandemia em março de 2020. O saldo positivo do Caged é de 1,9 milhões de empregos. Saldo, demissões e admissões desde o início da pandemia (milhões) Ainda assim, a taxa de desemprego oficial (que considera o mercado de trabalho formal e informal) indica 14,1 milhões de desempregados. No mês de agosto todos os setores apresentaram saldo líquido positivo na geração de empregos com a maior contribuição vindo do setor de serviços, com 180 mil vagas criadas, enquanto o comércio criou 77 mil vagas. O bom resultado destes setores é importante, dado os maus resultados destes segmentos no auge da pandemia. Criação de empregos por setor DEFLAÇÃO NO IGP -M: BOCA DE JACARÉ ENTRE IPCA E IGP-M COMEÇA A FECHAR… O IGP-M de setembro caiu 0,64%, queda maior do que a mediana das expectativas do mercado (-0,45%) e do que a da GO Associados (-0,3%). O principal responsável pela deflação no IGP-M foi a queda no preço do minério de ferro. Em setembro a queda foi de 21,74%, se não fosse esta queda o indicador teria apresentado alta de 1,21%. O índice de preços ao produtor amplo (IPA) representa 60% do IGP-M, por isso o índice é mais sensível a variação de preços das commodities e do câmbio. O IPA caiu 1,21% em setembro, apesar de ainda acumular 30,54% nos últimos 12 meses. A desaceleração do IGP-M e a disparada do IPCA fizeram a boca de jacaré que se formou ano passado entre IGP-M e IPCA começar a fechar. IGP-M de setembro e o IPCA de agosto acumulam alta respectivamente de 24,86% e 9,68% nos últimos 12 meses. IPCA e IGP-M acumulado em 12 meses (%) O Índice de Preços ao Consumidor, que tem peso de 30%, registrou alta de 1,19%, acumulando 9,2% em 12 meses. O principal responsável foi o item “tarifa de eletricidade residencial”, cuja taxa passou de 3,26% em agosto para 5,75% em setembro. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,56%.
MINUTO DE ECONOMIA
COPOM CONSIDEROU AUMENTO SUPERIOR A 1 P.P NA TAXA BÁSICA DE JUROS NA ÚLTIMA REUNIÃO… O Banco Central publicou na manhã desta terça-feira a ata da última reunião de política monetária do Copom. O documento confirma que o comitê discutiu aumentar o ritmo de aumento na taxa de juros. Entretanto, considerando as expectativas para 2022 de inflação e juros, de 4,12% e 8,5% respectivamente, o Copom avaliou que a política monetária com aumento de 1 p.p. será contracionista o suficiente neste momento. Além disso, o peso de itens com altas e baixas muito intensas nas projeções de inflação, como o petróleo por exemplo, e a situação complexa de normalização pós-pandêmica são outros motivos para o Copom manter o ritmo atual. A ata confirmou a perspectiva de alta de 1 p.p. na próxima reunião, em 27 de outubro. A GO Associados projeta outro aumento na reunião de dezembro, fazendo a taxa básica de juros chegar a 8,25% no fim do ano. Apesar da manutenção do ritmo de alta, o Banco Central admite que há um viés altista nas projeções de inflação, o que se observa pelo Boletim Focus: a expectativa para o IPCA de 2021 sobe há 25 semanas consecutivas. Para 2022 a projeção aumentou nas últimas 10 semanas. Este viés está ligado principalmente ao risco fiscal. Isto ocorre mesmo com a melhora dos dados, com o aumento da arrecadação sendo o principal fator. O risco de novos estímulos fiscais e “dribles ao teto” continua a ser uma das principais preocupações do Banco Central.
MINUTO DE ECONOMIA
INFLAÇÃO DE DOIS DÍGITOS… O IPCA 15 de setembro subiu 1,14% em comparação a agosto. A maior alta para o mês de setembro desde a criação do Plano Real. Com a deterioração do cenário base para a inflação, a GO Associados revisou a projeção do IPCA para 2021 de 7,8% para 8,22% em 2021. Com o resultado de setembro, a inflação acumulada em 12 meses superou os dois dígitos, chegando a 10,05%. O teto da meta de inflação para 2021 é 5,25%. O item combustíveis (3,00%) foi o principal responsável pelo resultado, a gasolina que faz parte do item acumula alta de 39,05% em 12 meses. No item habitação, o IPCA 15, que apurou os preços da segunda quinzena de agosto e da primeira de setembro, captou parte do reajuste da conta de luz, já que a bandeira vermelha 2 que custava R$9,49 a cada 100kWh consumidos em agosto, passou a custar R$14,20 em setembro, na chamada bandeira de escassez hídrica. O resultado do IPCA 15 reforça a percepção e as projeções de que a inflação deverá fechar 2021 bem acima do teto da meta de 5,25%. O reajuste de 1 p.p. na taxa Selic e a perspectiva de um reajuste de mais 2 p.p. ainda em 2021 também indicam que o Banco Central também está com o sinal de alerta para um possível descontrole dos preços. Porém, apesar de correta, a decisão de subir os juros não tem o poder de conter, por si só, o ritmo de aumento de preços. A alta da taxa de juros encarece o custo do dinheiro, inibindo parte da pressão de demanda na inflação. Mas, não resolve, o problema de oferta problema da crise hídrica ou a instabilidade política que pressiona o câmbio que também tem contribuído para a alta dos preços. Parte do problema deve perdurar até 2022, um ano eleitoral, onde corte de gastos e rigidez fiscal encontram maior resistência política. A alta dos preços é equivalente a um carro em movimento; se estiver a 80 km/h e o motorista quiser freá-lo serão necessários 57 metros de pista até conseguir parar completamente; por sua vez, um veículo a 100km/h precisa de 83 metros. Com a inflação ocorre algo parecido, quanto mais os preços aceleram, mais difícil e demorado o ajuste necessário. O que vai mexer com as expectativas nesta semana… No cenário doméstico: O plenário do Senado deve votar na próxima quarta-feira o novo marco das ferrovias (PLS 261/2018), de autoria do Senador José Serra. Em 31 de agosto o governo editou a MP 1.065, com teor semelhante ao projeto, e que está em vigor até ser votada pelo Congresso Nacional. Se o projeto do Senador Serra for aprovado, é provável que a MP seja devolvida. No dia 30 será divulgada a PNAD contínua referente ao mês de julho pelo IBGE. A taxa de desemprego no trimestre de março a maio foi de 14,6%. A projeção da GO Associados é que este indicador deva chegar a 13,8% até o fim deste ano. Outro assunto que deverá ser pautado no Congresso são os precatórios. Os presidentes da Câmara e do Senado chegaram a um acordo com a equipe econômica do governo. E na próxima semana, devem pautar com os líderes partidários uma solução que abra espaço para aprovar a postergação do pagamento de precatórios, permitindo a aprovação do orçamento necessário para criação do Auxílio Brasil. Avançou na Câmara dos Deputados a reforma administrativa, que foi aprovada na Comissão especial e agora segue para o plenário. A expectativa é que seja votada no plenário na próxima semana. Se aprovado, o projeto segue para o Senado. A votação da desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores da economia também deve ocorrer na semana que vem. A proposta permite que as empresas façam a substituição da contribuição previdenciária por uma alíquota sobre a receita bruta. No mesmo dia, o IGP-M de setembro também será anunciado. Pela desaceleração do minério de ferro, a expectativa da GO Associados é de uma queda de 0,3%. Na quarta-feira está previsto o depoimento do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, na CPI da pandemia. O empresário é um dos maiores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Quarta-feira, o Índice de Preços do Produtor (IPP) relativo às indústrias extrativistas e de transformação,com relação ao mês de agosto vai ser publicado. O IPP em julho foi de 1,94%, maior variação dos últimos três meses. No cenário internacional: A tensão com os desdobramentos da crise da Evergrande deve continuar na próxima semana. Apesar da declaração de que horaria os pagamentos em Yuans (¥), ainda restam dúvidas sobre o pagamento de US$ 83 milhões em juros da dívida da empresa à credores estrangeiros. Após o vencimento da parcela que ocorreu na última quinta-feira, a empresa tem 30 dias para realizar o pagamento antes que seja considerado um calote. No dia 30, será anunciado a taxa de desemprego de setembro na Alemanha. No mês anterior, a taxa foi de 5,5%, resultado abaixo das expectativas do mercado (5,6%). No mesmo dia, a Zona do Euro também divulgará a taxa de desemprego do mês de agosto. Em julho, houve uma queda de 7,6% contra o mesmo período do ano de 2020. Analisando os meses anteriores deste ano, é esperado que a taxa continue neste mesmo patamar. Anatel deverá divulgar edital do leilão do 5G, o maior leilão de radiofrequência do Brasil… Segundo a Anatel, o leilão pode arrecadar R$ 45 bilhões, quase o dobro do que foi arrecadado no leilão da CEDAE. As frequências leiloadas devem aumentar significativamente a qualidade e a velocidade da internet.
MINUTO DE ECONOMIA
EVERGRANDE NÃO É LEHMAN BROTHERS, MAS PREOCUPA…. A situação da Evergrande não deverá contaminar o sistema financeiro global, como ocorreu em 2008 com a quebra do Banco Lehman Brothers, nos EUA. Entretanto, a situação pode significar um crescimento menor da segunda maior economia do mundo e do maior parceiro comercial do Brasil. O risco imediato de um calote da Evergrande diminuiu e trouxe melhora aos mercados internacionais. A empresa disse que fará um pagamento de 232 milhões de yuans (US$ 35,9 milhões) da dívida denominada em yuans com vencimento hoje. Embora não tenha declarado se vai pagar US$ 83,53 milhões em juros sobre um título em dólar com vencimento no mesmo dia, há um período de carência de 30 dias caso esse prazo não seja cumprido. Apesar do alívio momentâneo, o tema deve continuar a ser uma das principais preocupações nas próximas semanas. O Grupo Evergrande deve cerca de US$ 300 bi, quase a mesma quantidade do que o Brasil possui em reservas cambiais (US$ 338 bi). O temor é de que um calote da Evergrande possa desestabilizar o sistema financeiro chinês. Entretanto, a crise da Evergrande indica que os desafios que ficaram em segundo plano durante a pandemia não estão resolvidos. Os instintos de sobrevivência do mercado estão aguçados. Se antes da pandemia, um surto de doença como a Covid 19 ou um sinal de alerta de uma empresa não significasse preocupações imediatas, agora, ao menor sinal de fumaça, o mercado já antevê um grande incêndio. A Evergrande teve forte crescimento no início deste século baseado em investimentos a juros baixos e forte grau de alavancagem. Entretanto, a adoção no início da política chamada de “Três Linhas Vermelhas” atingiu a empresa outras endividadas do setor imobiliário. Lideranças chinesas entoam o discurso de que “casas são construídas para viver, não para especular”. De um modo geral, as “Três Linhas Vermelhas” determinam: máximo de 70% de passivos em relação aos ativos; dívida líquida limitada a 100% do patrimônio líquido; liquidez superior às obrigações de curto prazo. SELIC FOI PARA 6,25% E DEVE ATINGIR 8,25% EM DEZEMBRO. O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 1 p.p. a taxa básica de juros. Que passou de 5,25% para 6,25% ao ano. Além disso, anunciou novo aumento de 1.p.p. na próxima reunião, a ser realizada em 27/10. A expectativa do Boletim Focus e da GO Associados é de que a Selic termine o ano em 8,25%. Haveria, portanto, outros dois aumentos de 1 p.p. nas reuniões restantes, que ocorrem em 27/10 e 8/12. A inflação acumulada em 12 meses em setembro deve superar os dois dígitos com o impacto do reajuste da bandeira de escassez hídrica que passou de R$ 9,49 para R$14,20. As atenções começam a se voltar para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 4,1% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 4,5% contra um teto de 5%. O processo de alta de juros deve continuar em 2022. A expectativa é de um aumento residual na primeira reunião de 2022, com a taxa básica passando de 8,25% para 8,5%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic Para setor agro, as taxas de juros do Plano Safra são reflexos do comportamento da taxa Selic. Em 2020, os juros do Pronaf eram 2,75% a 4% a.a. Neste ano, estão entre 3% e 4,5%. O aumento da taxa Selic pode prejudicar agricultores afetados com a seca e as geadas, dificultando o acesso ao crédito rural.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação próxima de dois dígitos deve fazer Copom elevar a taxa de juros para 6,25%. Comunicado do FED deve indicar próximos passos da política monetária… Hoje ocorrem decisões de política monetária tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. Na reunião do FOMC não são esperadas mudanças imediatas. Entretanto, é possível que se defina um cronograma para a diminuição no ritmo na compra de ativos pela autoridade monetária, que está atualmente na ordem de US$ 120 bilhões por mês. Além disso, a perspectiva de aumento na taxa de juros, que na última reunião ocorreria apenas a partir de 2023 segundo a maioria dos membros, pode ser estabelecida para o próximo ano, respondendo a inflação do país, que está em 5,3% nos últimos 12 meses encerrados em agosto segundo o CPI. No Brasil a expectativa é de que se confirme o indicado na última ata: um novo aumento da ordem de 1 p.p. fazendo a taxa básica de juros chegar a 6,25%. A inflação acumulada em 12 meses em setembro deve superar os dois dígitos com o impacto do reajuste da bandeira de escassez hídrica que passou de R$ 9,49 para R$14,20. Para a reunião que acontece hoje, a projeção da GO Associados e a do mercado é a de que o Copom aumente em 1p.p. a taxa de juros, passando de 5,25% para 6,25%. A projeção do Boletim Focus é de que a Selic termine o ano em 8,25%. Haveria, portanto, com outros dois aumentos de 1 p.p. nas reuniões restantes, que ocorrem em 26/27 de outubro e 7/8 de dezembro. A inflação de 2021 estourará o teto da meta e as atenções se voltam para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 4,1% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 4,5% contra um teto de 5%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic Alguns pontos de atenção para a evolução da inflação nos próximos meses: A continuidade da crise hídrica, que pode pressionar o IPCA em 2022 e ameaça a produção de bens industriais, caso racionamentos venham a ocorrer; O risco político e fiscal, que afeta fortemente a taxa de câmbio. A questão dos precatórios, e a perspectiva de forte polarização nas eleições do próximo ano; A evolução da pandemia. Com a retomada das atividades presenciais, a tendência é de aceleração da recuperação econômica e pressão na inflação de serviços; Os preços internacionais das commodities agrícolas, que podem sofrer com eventos climáticos extremos, como as geadas no Brasil e as secas nos EUA; A aversão ao risco do sistema financeiro diante da expectativa de default da Evergrande.
MINUTO DE ECONOMIA
BOLSONARO NA ONU FOI DENTRO DO ESPERADO Discurso de Bolsonaro na ONU não fugiu do esperado e não mexeu com o mercado. A exemplo de outras manifestações do Brasil na ONU, vários dos temas giraram em torno de debates domésticos. O presidente fez um balanço de seu governo chamando atenção para as privatizações e recuperação da economia. Deu ênfase ao avanço do programa de parceria público privadas, a revitalização do setor ferroviário, o investimento em saneamento básico, entre outros temas. No plano internacional, a questão ambiental ganhou destaque, mantendo a linha que já havia defendido na Cúpula do Clima em abril. Mencionou a regulamentação internacional do mercado de crédito de carbono, que deve ser um dos assuntos da COP-26, bem como a redução do desmatamento em agosto. Chamou atenção corretamente para o potencial do Brasil na economia verde, citando o desenvolvimento de energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, tratamento de resíduos e turismo. Apesar do tom moderado, defendeu ideias caras à mobilização bolsonarista como a defesa do “tratamento precoce” e a oposição a “passaportes vacinais”. Diante de um quadro adverso para o governo Bolsonaro na economia e na política, o discurso continuou em um tom mais conciliador prevalece até agora desde a Carta à Nação de 9 de setembro. EVERGRANDE É MENOS UM PROBLEMA EM SI DO QUE A REALIZAÇÃO DE QUE NÃO HAVERÁ O DIA DA VITÓRIA Durante vários meses o mercado esperou a chegada do Dia da Vitória. A exemplo daquilo que ocorreu logo após a rendição dos nazistas, multidões saíram às ruas para celebrar o fim da II Guerra. Logo após a I Guerra e a letalidade da Gripe Espanhola, os anos vinte trouxeram grande prosperidade, especialmente nos EUA. Talvez tais lembranças estivessem no imaginário dos mercados ao aguardar a volta exuberante da economia mundial após a vitória contra o vírus. No entanto, a realidade dos mercados (e dos sistemas sanitários) têm se revelado bem mais complexa. As bolsas de todo mundo tiveram fortes quedas nesta segunda com o temor de calote de uma gigante incorporadora chinesa, a Evergrande. O Grupo Evergrande deve cerca de US$ 300 bi e investidores temem que este evento possa desestabilizar o sistema financeiro chinês. A crise da Evergrande reflete um clima mais geral de apreensão. Diversos fatores contribuem para isto: O temor com a variante delta e com novas medidas sanitárias restritivas; A perspectiva de diminuição de estímulos por parte do FED. É esperada a sinalização de um cronograma na reunião que ocorre amanhã; A desaceleração da economia chinesa. Os dados de atividade estão vindo abaixo do esperado; Desorganização das cadeias produtivas globais, que está prejudicando o desempenho da indústria e aumento no valor de insumos. A Evergrande teve forte crescimento no início deste século baseado em investimentos a juros baixos e forte grau de alavancagem. Entretanto, a adoção no início da política chamada de “Três Linhas Vermelhas” atingiu em cheio gigantes endividados do setor imobiliário. Lideranças chinesas entoavam o discurso de que “casas são construídas para viver, não para especular”. De um modo geral, as “Três Linhas Vermelhas” determinam: máximo de 70% de passivos em relação aos ativos; dívida líquida limitada a 100% do patrimônio líquido; liquidez superior às obrigações de curto prazo. Além do temor em relação ao sistema financeiro, a crise abre os olhos sobre uma possível bolha imobiliária chinesa. EVENTOS CLIMÁTICOS FAZEM COM QUE SAFRA DE CAFÉ PROJETADA PELA CONAB SEJA 25,7% MENOR DO QUE A DO ANO ANTERIOR… A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou no 3º Levantamento da Safra de café uma produção total de café de 46,9 milhões de sacas, uma diminuição de 25,7% em relação a safra anterior, além de uma redução de área e produtividade de 4,4% e 22,38%, respectivamente. Essa redução na produção se dá, principalmente, pelo forte período de estiagem e pelas geadas. Além disso, as lavouras de café sofrem um efeito chamado bienalidade e, neste ano a bienalidade é negativa, ou seja, a produção apresenta uma queda. Apesar da queda da safra de café total, o café conilon apresentou um recorde na sua produção de 16,1 milhões de sacas, um aumento de 12,8%. O café conilon é mais resistente ao frio quando comparado com a planta do café arábica.
MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas nesta semana… No cenário doméstico: O evento mais importante da semana será a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta, 22. Na última semana foi especulado um aumento superior a 1 p.p. nesta reunião, entretanto, o Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirmou que o Banco Central não vai “mudar o plano de voo a cada dado”. Assim, é esperado que a taxa básica de juros passe de 5,25 para 6,25%. A Assembleia Geral da ONU ocorrerá na próxima semana. O discurso de Jair Bolsonaro está previsto para às 9 horas de terça-feira. Atenção especial deve ser dada às mudanças climáticas dado o problema de imagem do Brasil nesta área. Na sexta-feira será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) referente ao mês de setembro deste ano. A projeção da GO Associados é de 1,13%. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que na próxima semana será obtida uma solução para o problema dos precatórios. A questão se tornou tema pela possibilidade de inviabilizar um novo programa social. Para financiar este programa ainda em 2021 ontem foi assinado um decreto elevando a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras até o fim do ano. A expectativa do governo é de uma arrecadação adicional de R$ 2,14 bi. Segundo o Presidente da Câmara Arthur Lira o relatório da reforma administrativa deve ser votado na comissão especial na terça-feira e estará pronto para ir a plenário na quarta-feira. Dia 21, terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgará o 3º Levantamento da Safra de Café 2021, a partir das 9h. Este Boletim será importante para análise da lavoura pós geadas, visto que, o último Boletim foi lançado em maio deste ano. No cenário internacional: O principal ponto de atenção no mercado internacional continua a ser a economia chinesa. Os dados de atividade de agosto vieram abaixo do esperado e a segunda maior incorporadora do mercado imobiliário da China, a Evergrande está em crise e próxima de dar calote a seus devedores, o que pode gerar um efeito cascata prejudicial a economia chinesa e mundial. O mercado financeiro chinês estará fechado na segunda e na terça para comemoração do festival de Outono. Outro ponto de atenção será a reunião do FOMC, na quarta. Há a expectativa de que ocorra a definição do início e do ritmo da diminuição de compras de títulos por parte do Banco Central do EUA. Além da decisão do FOMC, o Bank of England também terá reunião de política monetária na quinta, 23. Na quinta também ocorrerá a divulgação das prévias do Índice de Compras dos Gerentes (PMIs) de setembro para EUA e Europa. Atenção para o desempenho das economias desenvolvidas com o avanço da variante Delta.
MINUTO DE ECONOMIA
Prévia do PIB confirma ritmo da recuperação, mas variante delta e risco político e fiscal continuam pontos de atenção… O IBC-Br, indicador antecedente do PIB divulgado pelo Banco Central, 0,6% em julho contra junho. O resultado veio acima da projeção do mercado (0,4%) e um pouco abaixo da projeção da GO Associados 0,7%. O resultado mantém a projeção de expansão de 4,9% para o PIB de 2020. O crescimento acumulado em 12 meses é de 3,26%. 100=jan/2002 Para o segundo semestre, a expectativa é de continuidade da reabertura da economia, com impactos principalmente no setor de serviços. Em julho, por exemplo, o índice de mobilidade cresceu cerca de 7% na média móvel de 30 dias em relação a junho. Segmentos como o turismo e os serviços prestados às famílias devem contribuir para um resultado positivo, conforme divulgado ontem na Pesquisa Mensal dos serviços, que indicou um crescimento acima das expectativas para julho. Porém, há pontos relevantes de atenção: O agravamento da crise hídrica pode frear o crescimento agropecuário e industrial; O avanço da variante Delta pode gerar novas restrições, como tem ocorrido em países desenvolvidos; A instabilidade política e o risco fiscal em um ano pré-eleitoral inibem o investimento; Possível desaceleração do crescimento mundial, sobretudo da China, prejudicaria as exportações brasileiras.
MINUTO DE ECONOMIA
Vacinação acelerada ajuda recuperação de serviços. Mas é bom olhar para o mundo e não baixar a guarda… O volume de serviços cresceu 1,1% em julho comparado a junho, acima das expectativas do mercado, de 1,0% e da GO Associados, 0,6%. É a quarta alta consecutiva após a queda de março (-3,4%), causada pelo aperto das restrições sanitárias naquele mês. Os serviços prestados às famílias apresentaram alta de 3,8%. O setor inclui bares, restaurantes e outras atividades que sofreram durante o período de maior restrição. Entretanto, apesar da recuperação, o setor de serviços prestados às famílias ainda está 23,2% abaixo do nível pré-pandemia. O desempenho é heterogêneo entre os setores. Volume de serviços entre fevereiro de 2020 e julho de 2021 (%) Com a retomada das atividades presenciais, deverá ocorrer alguma substituição do consumo de produtos (varejo) por serviços. Por exemplo, o supermercado perde espaço para os restaurantes, bares, cinemas e eventos. A recuperação do setor depende do controle da pandemia e da flexibilização das restrições de mobilidade. Considerando o calendário de vacinação, a maior parte dos estados brasileiros deverá vacinar a população adulta com pelo menos uma dose da vacina até o fim deste mês. O avanço da vacinação impactou fortemente os índices de mobilidade em julho. A média móvel de 30 dias em relação ao patamar pré-pandemia cresceu 7 p.p.. Em agosto a mobilidade cresceu menos, o que deve desacelerar o crescimento de setores como o de serviços. Se confirmado o calendário de vacinação e mantida a eficiência da vacina diante das novas cepas, eventos importantes para o setor de serviços, como o Ano Novo e o Carnaval, devem em princípio ocorrer e ajudar o segmento a retomar as atividades completamente. Eventos presenciais importantes estão ocorrendo com o avanço da vacinação. No setor agro, por exemplo, está ocorrendo o maior festival rural do Mato Grosso do Sul, a Expoagro Digital (14 a 17/09) que terá parte do evento presencial e outra digital, com ofertas de R$1 bilhão de linhas de créditos para financiamentos para produtores rurais. No entanto, o avanço da variante Delta pelo Brasil é um ponto de atenção. Neste momento, observam-se países com elevadas taxas de imunização tendo que voltar a restringir suas atividades devido às altas nos números de casos. Nos EUA, o uso de máscaras voltou a ser exigido até mesmo aos plenamente vacinados. No Reino Unido, foram fixadas novas restrições nos últimos meses. Por fim, Israel, o país mais avançado na vacinação com 80% de sua população imunizada, avalia a retomada de lockdowns para conter a nova onda de infecções.
MINUTO DE ECONOMIA
Comércio cresce 1,2% em julho refletindo aumento da mobilidade… O volume de vendas do varejo cresceu 1,2% em julho. A expectativa do mercado era de alta de 0,7% e da GO Associados de 0,4%. As vendas no varejo cresceram 5,9% no acumulado de 12 meses. O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresentou uma alta acumulada de 8,4%. O comércio foi um dos responsáveis por atenuar a queda no PIB em 2020, com uma rápida adaptação e migração para vendas online. A recuperação da mobilidade em 2021 pode causar um efeito positivo, principalmente em alguns setores, como o de tecido e vestuário que no início do ano estava 20% abaixo do nível pré-pandemia e agora está cerca de 6%. Em julho cresceu 2,8%. Segundo dados do Google Mobility , a mobilidade do varejo, supermercados e farmácias vem apresentando forte recuperação desde meados de abril. Entre o fim de junho e o fim de julho a média móvel de 30 dias cresceu 7 p.p. O aumento de mobilidade deve ser particularmente importante para o setor de serviços. O dado do setor para o mês de julho será publicado na próxima terça (14). A projeção da GO Associados é de crescimento de 0,6%. A reabertura e a retomada das atividades presenciais podem contribuir para que o resultado das vendas no varejo seja positivo. A expectativa é que a data mais importante para o setor no ano, o Natal, ocorra com a pandemia já controlada. Entretanto, o desemprego persistente e a inflação próxima de dois dígitos são fatores de atenção. Vendas no varejo de julho (%) O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: Embora a carta divulgada pelo Presidente Bolsonaro tenha desanuviado o ambiente, na próxima semana o clima político deve continuar a ser o principal ponto de atenção. Na Câmara dos Deputados a reforma administrativa deverá ser apreciada pela Comissão Especial da PEC nos dias 14 e 15. Deve avançar a segunda etapa da reforma tributária, com a unificação de impostos (PIS e Cofins) em um novo imposto, a CBS (Contribuição de Bens e Serviços). Importante observar se o grau de tensão política freará a velocidade das reformas na Câmara. O Senado deve retomar o trabalho na terça. São previstos dois dos depoimentos mais aguardados para a CPI, o de Marcos Tolentino da Silva e de Marconny Albernaz de Faria. Os dois depoimentos têm ligação com o caso de compra da vacina Covaxin. A questão dos precatórios será ponto de atenção. Esta despesa, que saltou de cerca de R$ 40 bi de acordo com a média histórica para R$ 90 bi em 2022, existem dois caminhos de resolução até o momento: (i) acordo com CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para que em 2022 sejam pagos apenas R$ 39,2 bi de precatórios; e (ii) a PEC 23/21 que autoriza o parcelamento de precatórios. aqueles com valor acima de 60 mil salários-mínimos, ou R$ 66 milhões atualmente, poderão ser quitados com entrada de 15% e nove parcelas anuais. A questão dos precatórios é o principal entrave para a reformulação do Bolsa Família planejada pelo governo Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre a tese do marco temporal após o relator, Edson Fachin, votar pela derrubada da tese. O julgamento será retomado com o voto do ministro Nunes Marques. Na quarta, 15, o Banco Central divulgará o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). A projeção da GO Associados é de uma alta de 0,7% na comparação mensal. Na terça-feira, dia 14, será publicado a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho. Em junho os serviços atingiram o maior nível em cinco anos. Com o avanço da vacinação e aumento da mobilidade, o setor de serviços deve continuar a crescer. No dia 16, quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá divulgar o 9º Levantamento Hortigranjeiro Prohort 2021. O Boletim analisa a venda das principais hortaliças e frutas que apresentam uma maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento e que possuem maior peso no cálculo do IPCA. No cenário internacional: Na terça-feira será divulgado a inflação ao consumidor do mês de agosto para os EUA. O CPI acumula alta de 5,4% em 12 meses. Na noite do mesmo dia, a China anuncia os dados de atividade para o mês de agosto. Em julho, os dados de varejo e indústria vieram abaixo do esperado, levantando preocupações sobre uma possível desaceleração da economia chinesa. Por fim, na quinta, será a vez dos EUA divulgar os dados de atividade para agosto. Em julho, o varejo caiu 1,1% tendo como principal destaque o desempenho ruim do setor de automóveis. Quinta-feira, dia 15, os EUA divulgarão a Produção Industrial do mês de agosto. Em julho, o desempenho foi melhor do que o previsto por analistas.
MINUTO DE ECONOMIA
Alta dos combustíveis faz inflação chegar próximo de dois dígitos… O IPCA de agosto registrou alta de 0,87%, acima da expectativa da GO Associados (0,74%) e do mercado (0,71%), constituindo a maior variação para agosto desde 2000. No acumulado de 12 meses até julho, o IPCA variou 9,68%. A inflação acumulada em 2021 até julho foi de 5,86%, superando, em apenas oito meses, a meta para 2021 (5,25%). A GO Associados atualizou sua projeção do IPCA para 2021, de 7,3% para 7,6%. Concorreram para a mudança a perspectiva de um câmbio em patamar mais alto pelo restante do ano e a confirmação da bandeira de escassez hídrica. O grupo transportes foi responsável pela maior alta (1,46%). O preço dos combustíveis chegou a 2,96%. O item alimentação e bebidas apresentou a segunda maior alta, 1,39%. A alimentação em domicílio, 1,63%, foi impulsionada pelo preço dos alimentos, como batata-inglesa, 19,91% e café moído, 7,51%. Já a alimentação fora do domicílio, 0,76%, deve contribuir ainda mais para a inflação nos próximos meses, dada a retomada de atividades em bares e restaurantes. O grupo habitação, e em especial a conta de luz, tiveram um impacto menor em agosto. Entretanto, isso não deve ocorrer em setembro, quando passa a vigorar a bandeira de escassez hídrica, 14,20 a cada 100kWh, a GO Associados estima que o impacto da mudança de bandeira tarifária será de aproximadamente 0,4 p.p.. Ainda no setor de habitação, o gás de cozinha (2,40%) e o gás encanado (2,70%) também contribuíram para o resultado da inflação. O governo federal editou uma Medida Provisória em março que zerou os impostos federais (PIS/Confins) sobre o botijão de gás. No entanto, tal providência não foi suficiente para a redução do preço do botijão, já que outros fatores são mais importantes, como o câmbio e o preço do petróleo no mercado internacional. O preço do gás é formado com base no mercado internacional e, portanto, sofre pressão do dólar, que tem ficado acima dos R$5 em razão da instabilidade política no Brasil. No acumulado de 12 meses o preço do botijão de gás disparou 31,70%, mais de três vezes acima do índice de inflação. Preço médio e composição do preço do botijão de gás no Brasil O câmbio é atualmente o principal fator de pressão para alguns itens da inflação, como o gás de cozinha e os combustíveis. Outros fatores, como a crise hídrica e a retomada do setor de serviços também pressionam o ritmo de aumento dos preços. Os seguintes itens podem influenciar a inflação dos próximos meses: o avanço da vacinação, que incentiva a retomada dos serviços; a instabilidade política, que pressiona o câmbio; e As geadas e o frio extremo em regiões produtoras de alimentos, somadas com a crise hídrica podem prejudicar a produção e pressionar os preços. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou hoje o 11º levantamento de grãos da safra 2020/2021. A projeção do volume de produção de grãos é de 254 milhões de toneladas, uma redução de 6,8 milhões de toneladas com relação ao levantamento de julho e de 3 milhões comparado a safra de 2019/2020. Um novo risco inflacionário é o movimento dos caminhoneiros, cuja força e abrangência ainda são incertos. Em 2018 a greve dos caminhoneiros, que ocorreu no fim de maio, causou um salto nos preços captado no IPCA de junho. A projeção do IPCA de junho era de 0,22% em abril daquele ano contra um resultado de 1,26%. O impacto da atividade medida pelo PIB foi mais permanente: a mediana das projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 era 2,8% contra um resultado de apenas 1,8%.
MINUTO DE ECONOMIA
7 de setembro piora as expectativas econômicas e turva o cenário para 2022… O feriado de 7 de setembro foi marcado por manifestações expressivas em apoio ao Presidente Bolsonaro. O caráter massivo e pacífico do evento representou uma demonstração de força do presidente. O problema residiu no teor do discurso que subiu muito além do razoável o tom de confronto com o Supremo Tribunal Federal, principalmente contra o ministro Alexandre de Moraes. A leitura do mercado é de que isso é ruim para a economia, aumentando a incerteza e dificultando ainda mais o andamento das reformas e de projetos importantes. A questão dos precatórios, em especial, deve ser inviabilizada com o aumento da tensão política. Nas últimas semanas estava sendo discutido um acordo sobre o pagamento de R$ 89,1 bilhões de precatórios no próximo ano, de forma a viabilizar o aumento do benefício médio do Programa Bolsa Família. Além da questão dos precatórias, outras reformas estruturantes como a tributária e a administrativa devem enfrentar uma tramitação mais difícil. Isto afasta investidores, principalmente internacionais. Não por acaso no momento em que este Minuto de Economia é escrito, a bolsa cai quase 3%, a 114 mil pontos, e o dólar apresenta alta de mais de 2,5%, superando a barreira dos R$ 5,30. Estes movimentos podem se intensificar caso não ocorra um arrefecimento das tensões. O dólar mais alto, em especial, tem efeitos em diversos preços da economia, principalmente sobre o preço da gasolina, um dos pontos de conflito entre o Presidente e governadores. O prazo apertado até as eleições torna difícil a abertura de um processo de impeachment. Entretanto, aumentou a pressão o que torna o presidente ainda mais dependente de sua base parlamentar.
MINUTO DE ECONOMIA
Consórcio liderado pela Equatorial vence leilão de concessão de saneamento do Amapá. Investimentos previstos são de R$ 3 bi… A empresa Equatorial Participações e Investimentos venceu, nesta quinta-feira (02/09) o leilão de concessão dos serviços de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto e gestão comercial dos usuários nas áreas urbanas dos 16 municípios do Amapá. A companhia apresentou um valor de desconto de tarifa de 20% e um valor de outorga de R$ 930,8 milhões, representando um ágio de mais de 1.760%. Além desse montante, o edital diz que a empresa terá que fazer um pagamento adicional ao Estado, equivalente ao ágio oferecido. O valor extra chega a R$ 880 milhões, já que a outorga mínima era R$ 50 milhões. O investimento previsto é de R$ 3 bilhões ao longo do contrato. O leilão foi o primeiro no setor a realizar uma concessão plena em todo o estado. O Quadro 1 apresenta os lances das demais participantes. Foi a primeira vez que o critério de decisão levou em consideração dois aspectos conjugados: tanto o desconto sobre a tarifa (que deveria obedecer a um máximo de 20%) bem como um valor mínimo de outorga (de R$ 50 milhões). O Consórcio Saneamento Amapá foi desclassificado por apresentar um valor de outorga de R$ 800.000,00. Quadro 1: Participantes e valores apresentados O projeto de concessão, pelo prazo de 35 anos, atenderá 742 mil pessoas, o que corresponde a 89% da população do Estado. De acordo com o edital, as seguintes as metas de universalização de cobertura devem serem cumpridas pelo operador privado: água: de 38% para 99% da população da área do projeto, entre o 4º e o 11º ano da concessão, dependendo do município; esgoto: de 7% para 90% da população da área do projeto, entre o 16º e o 17º ano da concessão, dependendo do município. Em junho deste ano, a Equatorial venceu o leilão de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). A privatização da companhia controlada pelo governo do Amapá também foi conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a participação dos ministérios de Minas e Energia e da Economia. A CEA foi arrematada pelo valor simbólico aproximado de R$ 50 mil, mas a Equatorial ficou encarregada de realizar um aporte de capital de R$ 400 milhões, bem como de realizar investimentos da ordem de R$ 500 milhões nos primeiros cinco anos da concessão.
MINUTO DE ECONOMIA
Escassez de matéria prima e da crise hídrica derrubam produção Industrial pelo segundo mês consecutivo… • A Produção industrial caiu em julho 1,3%, resultado melhor do que a expectativa de queda do mercado, 1,8% e pior do que a projeção da GO Associados, queda de 0,47%. O único setor que cresceu entre junho e maio foi o de bens de capital (1,4%). • A indústria após uma forte recuperação para a reposição de estoques sofre em 2021 com a falta de matérias-primas. O índice de julho é 2% menor do que o pré-pandemia e 5% maior em comparação a janeiro de 2021. • Dentre as grandes categorias econômicas apenas bens de capital (0,3%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,2%) apresentaram crescimento. Desempenho da indústria julho/junho 2021 Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – IBGE. A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, para 2021 há alguns pontos de atenção, como o agravamento da crise hídrica, com impactos no custo da energia, além da falta de insumos e a volatilidade do câmbio.
• A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas para a indústria.
• O problema da falta de insumos não é uma exclusividade do Brasil. Trata-se de um problema mundial. O risco inerente às cadeias globais de produção cresce exponencialmente com a sua complexidade, que tem aumentado sensivelmente. Adicionalmente, os estoques reduziram-se estruturalmente com a adoção do sistema just-in-time.
• A conjunção desses fatores com a pausa simultânea dos mercados internacionais imposta pela pandemia de Covid-19 gerou a tempestade perfeita para uma disrupção das cadeias globais de produção.
• A indústria junto ao setor agro, lideraram a retomada do crescimento, após o impacto dos primeiros meses de pandemia. Na atualidade, a desorganização das cadeias produtivas e os problemas climáticos, indicam que estes setores devem sofrer mais do que o setor de comércio e serviços. Reforma tributária é bem-vinda, desde que seja bem-feita… • A Câmara dos Deputados aprovou, por 398 a 77, a reforma no Imposto de Renda, que faz parte da estratégia do governo de aprovar uma ampla reforma tributária em partes.
• Para as pessoas físicas, o projeto aumenta a margem de isenção de R$1,9 mil para R$2,5 mil, além de aumentar as outras faixas do IR também.
• A expectativa do governo é de um aumento de 10,7 para 16,3 milhões de pessoas isentas de pagar o IR.
• Para as empresas, o principal destaque no projeto é a redução de 15% para 8% na alíquota e um corte de 1 p.p. na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).
• A contrapartida para os impactos na arrecadação vem da criação de um imposto sobre lucros e dividendos para as empresas que faturam acima de R$4,8 milhões e o fim da dedutibilidade dos Juros sobre Capital Próprio (JCP).
• Outras contrapartidas são a isenção de IR sobre auxílio-moradia de agentes públicos; o fim do crédito presumido aos produtores e importadores de medicamentos; a redução para zero das alíquotas de determinados produtos químicos e farmacêuticos; e a desoneração para termelétricas a gás natural e carvão mineral.
• O projeto, que agora segue para o Senado, deve enfrentar resistência, há uma estimativa de perdas de arrecadação de impostos dos estados e municípios. As perdas foram estimadas em R$11 bilhões (R$9,5 bilhões para os estados e 1,5 bilhões para os municípios).
• A reforma tributária é bem-vinda, mas deve ser feita considerando os impactos de na arrecadação em um momento de situação fiscal delicada. Medidas populistas, podem prejudicar a economia e os efeitos positivos podem ser minimizados pelos impactos negativos de medidas que não sejam consistentes com uma reforma mais ampla e simplificadora da estrutura tributária.
MINUTO DE ECONOMIA
Frustração com o PIB reflete problemas de demanda e oferta: economia deve crescer menos de 5% em 2021… A queda do PIB no 2º trimestre de 2021 de -0,1% em relação ao 1º trimestre de 2021 veio pior do que a projeção da GO Associados, 0,3% e do mercado, de 0,2%. O resultado foi puxado pelo desempenho do agronegócio, apresentando uma maior queda, (-2,8%) e da indústria (-0,2%). O resultado da agricultura pode ser explicado por problemas com geadas e escassez hídrica que afetam as principais culturas, como café, milho e cana-de-açúcar. No caso da indústria, o resultado pode ser explicado pela falta e pelo aumento do custo de matéria-prima que tem afetado o setor. O desemprenho ruim do 2º tri. abre a possibilidade de que o país entre em recessão técnica, quando o PIB recua por dois trimestres seguidos. O cenário do 3º trimestre é desafiador, com a crise hídrica sendo um risco tanto para a agricultura quanto para a indústria através do aumento do custo da energia. O setor de serviços (0,7%) apresentou resultado positivo, entretanto, é o único setor que ainda está em processo de recuperação. O resultado do 2º tri/21 foi 0,9% menor do que o do 4º tri/19. A taxa de investimento foi de 18,2% do PIB, abaixo do trimestre anterior (19,4%). A taxa de poupança foi de 20,6%. Apesar da queda, mesmo se os próximos dois trimestres do ano forem de crescimento zero, o carregamento estatístico fará com que o PIB de 2021 ainda seja próximo 5%. A GO Associados revisou de 5,5% para 4,9% a projeção de crescimento do PIB em 2021 com base nos novos resultados. Com o resultado, a economia permanece próxima ao patamar pré-pandemia. Mas cerca de 3% abaixo do maior valor da série iniciada em 1995, que ocorreu no primeiro trimestre de 2014. Nestes sete anos entre o pico do PIB e a divulgação de hoje enquanto a Agropecuária cresceu 18,3%, a Indústria caiu 10,1%. O setor de serviços, por sua vez, caiu 1,8%. O avanço da vacinação traz a expectativa de melhora para o setor de comércio, e principalmente, serviços. Entretanto, outros problemas novos e antigos prejudicam uma retomada mais rápida da economia. Há cinco fatores de atenção: O setor agropecuário, que foi pouco afetado pela pandemia, agora sofre com os problemas climáticos, como a crise hídrica e as geadas que prejudicaram as principais culturas. A situação de escassez de chuvas obriga a utilização da bandeira vermelha nível II e agora a taxa de escassez hídrica e não exclui um cenário mais crítico de crise hídrica e com reflexo sobre a inflação. Diferente de 2020, em 2021 a pressão da inflação é um sinal de alerta, retirando a margem de política monetária expansionista promovida em 2020. O boletim Focus indica que o mercado projeta a inflação acima do teto da meta (7,27%). A situação fiscal preocupa com um rombo previsto de R$ 247 bilhões em 2021 e sem cenários de reformas estruturais. A instabilidade política também é um ponto de atenção. O confronto entre os poderes da República alimenta incertezas e tem impactos negativos no câmbio, afastando os investidores.
MINUTO DE ECONOMIA
Avanço da vacinação faz com que o mercado de trabalho consiga absorver quem está voltando a procurar emprego e derruba a taxa no primeiro trimestre para 14,1%… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em junho caiu para 14,6%, ante 14,1% em maio. A queda foi superior às expectativas do mercado (14,4%) e da GO Associados (14,5%). Essa queda se dá, principalmente, pelo aumento da ocupação gerado por atividades relacionadas à alojamento e alimentação (9,1%), serviços domésticos (4%), construção (5,7%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%). O ritmo de crescimento de pessoas ocupadas cresceu 2,5% enquanto a queda da população fora da força de trabalho foi menor, 2,1%. A taxa de subutilização (desemprego+desalento+suocupação) segue elevada, registrando 28,3%. A taxa de participação, que chegou a cair 7 p.p. no auge da pandemia, continua o processo de recuperação chegando a 57,7% no 2º trimestre. Ainda distante do nível pré-pandemia, aproximadamente 61%. A taxa real de desemprego calculada pela GO Associados caiu um ponto percentual, de 21,2% no trimestre encerrado em maio, para 20,2%. Neste cálculo o nível de participação da força de trabalho é mantido constante em relação à população acima de 14 anos com base nos dados de 2019. Dessa forma, o crescimento da força de trabalho reflete o crescimento populacional ponderado por uma taxa de participação “normal” no mercado de trabalho. Taxa real de desemprego é maior do que o número oficial Reajuste na conta de luz terá impacto de 0,48 pontos percentuais no IPCA… A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve anunciar em breve um aumento na bandeira vermelha II. A recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico à Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), criada para tratar da crise hídrica, é que a bandeira vermelha II passe de R$9,49 para R$14,20 a cada 100 kWh consumidos. Isso teria um impacto adicional sobre a inflação de 0,48 p.p. Segundo o IPCA, a energia elétrica aumentou 9,41% no acumulado de 2021. Nos últimos 12 meses a alta é ainda maior, de 20,1%. O novo reajuste na bandeira vermelha 2 teria um impacto de 11,3% no valor da conta de luz e de 0,48 p.p. no índice oficial de inflação. O IPCA acumulado em 12 meses, 8,99%, está acima do teto da meta de inflação, 5,25%, e quase o triplo do centro da meta (3,75%). Para atenuar os impactos da crise hídrica atual e evitar crises futuras é preciso que o governo adote medidas de curto, médio e longo prazo. A GO Associados propõe a adoção de dez medidas que podem contribuir para isto:
MINUTO AGRO
Brasil deve continuar sendo o maior produtor mundial de soja em 2022… O mercado brasileiro de soja continua a mostrar sua tendência de crescimento. Com relação a safra passada, 2020/21 mostrou um aumento de área de 4,3%, de produtividade 4,5% e de produção 8,9% em relação a safra anterior. Ou seja, 38,5 milhões de ha plantados, 3,5 ton/ha de produtivade e 136 milhões de toneladas produzidas. Segundo a Conab, projeta-se para safra 2021/22 um aumento de área plantada para 39,91 milhões de ha plantados, um acréscimo de 3,6%. As justificativas para esse aumento estão em função do câmbio atrativo, boa rentabilidade em 2021 e expectativas positivas para 2022, além dos preços internacionais elevados em 2021. A respeito da produtividade, apesar de ser estimado um pequeno aumento de 0,29% com relação a safra 2020/21, considera-se este percentual de extrema importância em virtude de toda tecnologia aplicada no campo. Com isso, a estimativa de produção para a safra de 2021/22 é de 141,26 milhões de toneladas, um aumento de 3,9% com relação a safra passada. As estimativas de produção realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não diferem tanto das feitas pela Conab. O Departamento projeta uma produção de soja para o Brasil de 144 milhões de toneladas para safra 2021/22, destacando o país como principal produtor mundial de soja, seguido dos EUA. Com relação a produção mundial, o USDA prevê um aumento de 6,04% para a safra 2021/22, totalizando 385,52 milhões de toneladas. Ainda, tem-se a China como maior importadora global de soja, responsável por 64% de todas as importações mundiais. Em segundo lugar vem a União Europeia com 9,22% das importações mundiais.
MINUTO DE ECONOMIA
O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal evento da próxima semana será a divulgação do PIB do segundo trimestre, na quarta-feira, dia 1 de setembro. A projeção da GO Associados é de crescimento de 0,27%. Para 2021, a projeção é 5,5%. Na próxima semana deve ser publicada a diretriz para o programa de incentivo a redução de consumo dos grandes consumidores de energia elétrica. E hoje a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve anunciar um reajuste na bandeira vermelha dois das contas de luz, o valor adicional que hoje é de R$9,49 deve passar para até R$20. O prazo para o governo apresentar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) é 31 de agosto. A expectativa é de que o governo apresente na LOA o projeto de substituição do bolsa família, chamado de Auxílio Brasil. A polêmica em torno do projeto é saber de onde virá o dinheiro para financiar o aumento do benefício pago as famílias, que hoje é de R$189 e o governo deseja subir para R$300. Os gastos com o Bolsa Família são em média de R$30 bilhões; a expectativa é de que o reajuste signifique um aumento para algo em torno de R$56 bilhões. A tensão entre os poderes da República pode ter um novo capítulo, com a expectativa de uma reunião entre os líderes do Congresso, o Presidente da República e o Presidente do STF. É possível que a reforma administrativa avance. O Presidente Arthur Lira (Progressistas-AL) desistiu de pautar a reforma do imposto de renda e deve centrar esforços na reforma administrativa. O deputado Arthur Maia (DEM-BA) deve entregar seu relatório à Comissão Especial da proposta na próxima semana. A taxa de desemprego de junho deverá ser divulgada na terça-feira, dia 31. A projeção da GO Associados é de uma pequena queda para 14,5% contra 14,6% apurado no trimestre encerrado em maio. A produção industrial de julho será divulgada na quinta-feira. O resultado do primeiro indicador antecedente do segundo trimestre deve ser de queda de 0,47%, segundo a projeção da GO Associados. Isto é parcialmente explicado por uma dificuldade da indústria para ter acesso as matérias-primas. O IGP-M de agosto será divulgado na segunda, dia 30. A projeção da GO Associados é de uma alta de 0,60%, uma desaceleração em relação ao apurado em julho, 0,78%. No cenário internacional: O principal assunto do cenário internacional deve continuar a atrair atenção a postura do FED em relação a inflação. Em sua fala em Jackson Hole, o Presidente J. Powell não anunciou uma redução no ritmo de compras de títulos pelo FED, além de ressaltar que uma futura redução não é sinal de elevação da taxa de juros. O mercado reagiu bem a este discurso, com as bolsas nacionais e internacionais acelerando a alta e o dólar caindo. O prazo para retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão é 31 de agosto. Após o atentado no aeroporto de Cabul, que resultou em 60 mortes, entre elas soldados dos EUA. O atentado reivindicado pelo Estado Islâmico, deve aumentar a pressão e as críticas à condução da retirada das tropas pelo governo Joe Biden. Os dados de emprego dos EUA para o mês de agosto serão divulgados na próxima semana. Os números do setor privado serão divulgados na quarta, dia 1º enquanto a taxa de desemprego será divulgada na sexta, dia 3. Importante indicador para os próximos passos da política monetária. A taxa de desemprego, que chegou a 14,7% no início da pandemia, está em 5,2%. O patamar pré-pandemia era próximo de 4%. O Índice de Compras dos Gerentes (PMI) de agosto será divulgado na segunda à noite para a China. Para os demais países o PMI industrial será divulgado na quarta enquanto o de serviços na sexta.
MINUTO DE ECONOMIA
CAGED revela geração de empregos formais acima das expectativas e indica geração de 1,84 milhões de empregos formais até julho… Dados do CAGED revelam saldo positivo de 318.580 mil empregos formais em julho, em linha com a projeção da GO Associados (+300 mil) e acima das expectativas do mercado (+285 mil). O saldo de empregos formais acumulados desde o início da pandemia (março de 2020) chegou a 1,81 milhões. No mês de junho todos os setores apresentaram saldo líquido positivo com a maior contribuição vindo do setor de serviços, com 127 mil vagas criadas, enquanto o comércio criou 74 mil vagas. O bom resultado desses setores é particularmente importante, dado que eles apresentaram os piores resultados no auge da pandemia. Governo tem sido lento em transmitir para a sociedade a gravidade da situação hídrica… A crise hídrica, através das bandeiras de energia, tem sido uma das principais vilãs da inflação. A energia elétrica foi o item de maior impacto no IPCA-15 divulgado ontem, responsável por 0,23 p.p. da variação de 0,89% no mês de agosto. A reação do governo tem sido lenta. Nesta semana foi anunciado um plano destinado a grandes consumidores que prevê a redução da demanda em horários de pico, reduzindo riscos de apagões. A edição desta medida demorou. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico foi criado em 28/06, mas precisaria ser mais atuante e conscientizar a população da necessidade iminente de adotar medidas extraordinárias. No mínimo, é preciso alertar a sociedade para a necessidade de planos contingentes. O Ministro de Minas e Energia aventou a possibilidade de estimular a redução do consumo para os pequenos consumidores via metas de redução, porém, tal medida ainda não foi detalhada. Um ponto de atenção sobre a meta de redução é o impacto de tal medida para as distribuidoras de energia, que em situações como esta devem ingressar com pedido de reequilíbrio contratual, gerando impactos sobre as contas de energia no futuro. Segundo o IPCA, a energia elétrica aumentou 9,41% no acumulado de 2021. Nos últimos 12 meses a alta é ainda maior, de 20,1%. A atual crise hídrica é pior que as duas crises anteriores se considerarmos a relação entre energia reservada e carga demandada, como mostra o gráfico. Carga de energia hidrelétrica, controlada pela demanda, tem situação mais crítica do que em 2001 A situação é crítica, mas há dois fatores atenuantes: Há uma maior integração entre os subsistemas. Assim, possíveis sobras de energia, na região Nordeste por exemplo, podem atender a demanda da região Sudeste. A matriz energética brasileira é menos dependente da geração hidrelétrica (89,6% em 2001 x 69,9% em 2021). Tanto a energia térmica (6% x 17,4%), quanto a eólica (0% x 9,2%) ganharam importância nas últimas duas décadas. O equacionamento entre demanda e oferta está ocorrendo principalmente via preço, com o acionamento de termoelétricas com custos maiores. A mudança nas bandeiras entre abril e julho contribuiu em 1,46 p.p. na inflação do ano. Este forte ajuste nas bandeiras não foi suficiente para cobrir os custos do acionamento das termelétricas. Segundo a ANEEL, a conta de luz pode subir de 10,73% a 16,68% em 2022. Isto tem forte impacto na inflação. Mesmo o cenário mais otimista da ANEEL representa uma elevação de 1,77 p.p. no IPCA de 2022. Outra possibilidade levantada é a de novo reajuste na bandeira vermelha II, que passaria dos atuais R$ 9,49/100kWh para algo entre R$ 15 e R$ 20. Uma bandeira vermelha II em R$ 15 a cada 100 kWh representaria uma pressão adicional de 0,56 p.p. na inflação.
MINUTO DE ECONOMIA
Governo é lento em tomar decisões, e custo da crise hídrica a consumidores está aumentando… A crise hídrica, através das bandeiras de energia, tem sido uma das principais vilãs da inflação. A energia elétrica foi o item de maior impacto no IPCA-15 divulgado hoje, responsável por 0,23 p.p. da variação de 0,89% no mês de agosto. Segundo o IPCA, a energia elétrica aumentou 9,41% no acumulado de 2021. Nos últimos 12 meses a alta é ainda maior, de 20,1%. A atual crise hídrica é pior que as duas crises anteriores se considerarmos a relação entre energia reservada e carga demandada, como mostra o gráfico. Carga de energia hidrelétrica, controlada pela demanda, tem situação mais crítica do que em 2001 A situação é crítica, mas há dois fatores atenuantes: Há uma maior integração entre os subsistemas. Assim, possíveis sobras de energia, na região Nordeste por exemplo, podem atender a demanda da região Sudeste. A matriz energética brasileira é menos dependente da geração hidrelétrica (89,6% em 2001 x 69,9% em 2021). Tanto a energia térmica (6% x 17,4%), quanto a eólica (0% x 9,2%) ganharam importância nas últimas duas décadas. A reação do governo tem sido lenta. Nesta semana foi anunciado um plano destinado a grandes consumidores que prevê a redução da demanda em horários de pico, reduzindo riscos de apagões. A edição desta medida demorou. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico foi criado em 28/06, mas precisaria ser mais atuante. No mínimo, é preciso alertar a sociedade para a necessidade de planos contingentes. O equacionamento entre demanda e oferta está ocorrendo principalmente via preço, com o acionamento de termoelétricas com custos maiores. A mudança nas bandeiras entre abril e julho contribuiu em 1,46 p.p. na inflação do ano. Este forte ajuste nas bandeiras não foi suficiente para cobrir os custos do acionamento das termelétricas. Segundo a ANEEL, a conta de luz pode subir de 10,73% a 16,68% em 2022. Isto tem forte impacto na inflação. Mesmo o cenário mais otimista da ANEEL representa uma elevação de 1,77 p.p. no IPCA de 2022. Outra possibilidade levantada é a de novo reajuste na bandeira vermelha II, que passaria dos atuais R$ 9,49/100kWh para algo entre R$ 15 e R$ 20. Uma bandeira vermelha II em R$ 15 a cada 100 kWh representaria uma pressão adicional de 0,56 p.p. na inflação. Por fim, a crise hídrica também teve fortes impactos na agricultura. A Conab projeta diminuição de 15,53% na safra de milho 2020/21 causadas pela crise hídrica e pelas geadas que ocorreram nestes últimos meses. Crise hídrica impacta a agricultura também (Milho):
MINUTO DE ECONOMIA
Governo abre nova frente para atenuar os impactos da crise hídrica e o risco de apagão… O Ministério de Minas e Energia publicou a portaria normativa nº22 que estabelece diretrizes para a oferta de redução voluntária de demanda de energia elétrica (RVD). O objetivo é que grandes consumidores de energia, como alguns segmentos industriais, apresentem um plano de redução do consumo de energia elétrica em horários de pico, para reduzir a possibilidade de apagão. A portaria estabelece que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) publique diretrizes para que as empresas apresentem os planos de racionamento. O plano de racionamento tem como contrapartida uma redução de tarifas para as empresas que aderirem. Para os consumidores comuns a expectativa é que não ocorra racionamentos e que o desincentivo ao consumo ocorra via preço e siga tendo impactos consideráveis na inflação. O IPCA acumulado em 12 meses está em 8,99%, acima do teto da meta para 2021, 5,25%. 10 estaduais de saneamento não atendem requisitos para continuar operando…. A legislação sobre saneamento avançou no Brasil desde a aprovação do novo marco legal do setor (lei 14.026/20). A implementação do novo marco ocorre em um momento em que o saneamento segue em destaque. A partir de então o desafio passou a ser implementar a lei e resolver os enormes problemas do Brasil na área. Após a aprovação do novo marco foram publicados decretos para regulamentar partes especificas do novo marco como o Decreto de regionalização dos serviços (Decreto 10.588/20) e o decreto de capacidade econômico-financeira (Decreto 10.710/21). No caso da capacidade econômico-financeira, estudo da GO Associados com 22 estatais estaduais, avaliou que dez não cumprem os quesitos mínimos. Segundo levantamento da GO Associados, 24 estados já possuem propostas de regionalização. A perspectiva de superação dos problemas causados pela pandemia deu lugar as secas que causaram impactos grandes na conta de luz e na inflação, além da escassez de água para consumo em algumas regiões, como na região metropolitana de Curitiba, por exemplo. A iniciativa privada demonstrou grande interesse em investir no setor, como por exemplo no leilão da CEDAE. São esperados até o final de 2021 mais quatro leilões modelados pelo BNDES, dentre eles, o do Amapá, que acontecerá no dia 2 do próximo mês. Os demais grandes leilões previstos para os próximos meses são: Rio Grande do Sul (41 municípios), Porto Alegre e Bloco 3 da CEDAE.
MINUTO AGRO
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima queda na produção de cana-de-açúcar para safra 2021/22… O segundo Levantamento da safra 2021/22 de cana-de-açúcar leva em conta as oscilações climáticas que ocorreram nos meses de junho e julho deste ano, registrando baixas temperaturas e ocorrências de geadas. Logo, a previsão de produção apresentou um decréscimo com relação a passada de 9,5%, totalizando 592 milhões de toneladas. As estimativas de produtividade também apresentaram uma redução nesta temporada, com uma grande variação na região sudeste, principalmente, nas estimativas de rendimento médio em São Paulo. Com relação aos produtos derivados da cana-de-açúcar, a estimativa de produção é de 16,02 bilhões de litros de etanol hidratado, ou seja, 21,6% menor comparado com a safra 2020/21. Já o açúcar também apresentou uma redução de 10,5%, apresentando uma estimativa de 36,9 milhões de toneladas para a safra 2021/22. Desde a primeira geada registrada no Brasil, os preços desses produtos vem apresentando variações positivas. O etanol hidratado variou 10,95% e o açúcar 11,71%.
MINUTO DE ECONOMIA
Das três situações críticas do ponto de vista da escassez hídrica, 2021 é a pior… A conta de luz deve ficar mais cara em 2022 e subir até 16,68%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A projeção foi feita pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência, Davi Antunes Lima, durante audiência pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, na segunda-feira (16). Porém, a Aneel estuda algumas medidas para diminuir o impacto financeiro aos consumidores. Caso consigam colocar essas medidas em prática, o aumento na conta seria de 10,73% em 2022. Carga de energia hidrelétrica, controlada pela demanda, tem situação mais crítica que 2001 O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: As preocupações com a crise entre os poderes, a aceleração da inflação e o descontrole fiscal devem continuar a ser o foco da próxima semana. O Ibovespa acumula queda de cerca de 7% no mês, zerando os ganhos do ano. O dólar, cotado a R$ 5,27 no início da semana, é negociado a R$ 5,44. O Presidente Jair Bolsonaro ainda pretende entregar pedidos de impeachment de dois ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Apesar de mais um passo na escalada da crise entre os poderes, estes pedidos não têm chance de prosperar. Em relação a inflação, na próxima semana será divulgado o IPCA-15 do mês de agosto na quarta, dia 25. A crise hídrica deve continuar a ser assunto não apenas em 2021. A Aneel projeta uma alta de 16,7% nas tarifas de energia em 2022. Isto porque os valores pagos pelos consumidores por meio das bandeiras tarifárias não serão suficientes para custear os gastos com as usinas térmicas, alternativa empregada pelo governo para evitar um apagão. No cenário internacional: No cenário internacional o encontro de presidentes de Banco Centrais, o Jackson Hole meeting tem início no fim da próxima semana. Após a última ata do FOMC atenção para a fala de J. Powell, que deve ocorrer no sábado. Na manhã de segunda serão divulgadas as prévias dos Índices de Compras dos Gerentes (PMIs) para o mês de agosto. Importante observar o efeito da nova onda de infecções de Covid-19, ocasionadas pela variante Delta, sobre a atividade. Na sexta será divulgado o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) de julho. É um dos principais índices para a análise do FED e está em 4% nos últimos 12 meses, o dobro da meta (2%).
MINUTO DE ECONOMIA
Riscos políticos e fiscais e um cenário externo menos favorável pressionam o dólar, apesar de aumento nos juros…
Prever para onde vai o dólar é uma das tarefas mais difíceis para os economistas. Apesar do desenvolvimento de décadas de teoria econômica, modelos altamente sofisticados, na média, têm dificuldade em superar a mais simples das previsões: de que a taxa de câmbio hoje será igual à de ontem. Em que pese essa imprevisibilidade, a teoria ajuda a identificar as causas e a projetar cenários baseados em fundamentos econômicos para a taxa de câmbio. Um dos principais fundamentos é a diferença entre as taxas de juros praticadas nos diferentes países. No caso do Brasil, se a taxa Selic se eleva enquanto os Fed funds dos EUA permanecem estáveis, espera-se uma valorização do real frente ao dólar. Mas a teoria e a prática no Brasil são coisas que costumam não concordar. Desde o final de junho, o dólar saiu do patamar dos R$/US$5,00, se estabilizou em torno dos 5,20 e ontem atingiu 5,38. Isso aconteceu a despeito das consecutivas altas da Selic, que passou de 3,50% a 5,25% no período, enquanto a taxa de juros dos EUA se manteve fixa em 0%. Esse movimento recente do dólar, contrariando os fundamentos econômicos, se deve sobretudo aos riscos políticos e fiscais que se fortaleceram no Brasil. Por um lado, há uma crise constante entre os poderes da República. Por outro, as indefinições sobre o pagamento dos precatórios e as sinalizações de maiores despesas no ano que vem elevaram o risco de rompimento – formal ou informal – do teto de gastos. O resultado foi uma alta do dólar, apesar da melhora dos fundamentos econômicos para o real. Ontem, um novo elemento externo fez o dólar se fortalecer frente às outras moedas, inclusive o real. A divulgação da ata da última reunião de política monetária do FOMC indicou uma redução da compra de ativos financeiros já neste ano, antes do esperado pelo mercado. Os membros do Comitê norte-americano avaliaram que o nível de emprego já havia realizado considerável progresso, e que deveria alcançar um patamar compatível com a redução dos estímulos monetários até o final do ano. Hoje, houve mais uma confirmação nesse sentido. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego na última semana se reduziram de 377 mil para 348 mil, abaixo das expectativas de 364 mil. Diante de uma normalização da política monetária nos EUA mais próxima, os fundamentos econômicos para o real ficam menos favoráveis. Como resultado, o real continua perdendo valor. O valor do dólar saltou dos R$5,38 do fechamento de ontem para R$ 5,45 na abertura de hoje. A exemplo de outras culturas, safra de cana também deve contrair em função de eventos climáticos…
Eventos climáticos continuam afetando a safra. Tal fato deve dificultar o desafio de reduzir a taxa de inflação para níveis compatíveis ao regime de metas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje o 2º Levantamento da Safra 2021/22 de Cana-de-açúcar, com informações coletadas de julho a agosto de 2021. De acordo com o Boletim, a estimativa é que sejam colhidas 592.031,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um decréscimo comparado à safra 2020/21 em função das grandes estiagens e baixas temperaturas ao longo do ciclo. A respeito da área colhida, estima-se em torno de 8.243,1 milhões de hectares, uma redução de 4,3% comparada com a safra 2020/21. Essa diminuição se dá pela concorrência com as demais culturas anuais, principalmente soja e milho, que são cultivos mais vantajosos. A estimativa projetada pela Conab é de um aumento de 38.529 milhões de hectares de áreas de soja e 19.823,9 milhões de hectares de áreas de milho, ou seja, um crescimento de 4,3 e 7%, respectivamente, com relação à safra 2020/21. [É importante mencionar que não só a lavoura de cana-de-açúcar sofreu com as oscilações climáticas, mas também o algodão, com uma projeção de produção de 2.340,6, apresentando uma queda de 22% comparado a safra anterior e o milho com uma redução de 15,5% em relação à safra 2019/20, com uma produção de 86.650,1 milhões de toneladas.
MINUTO DE ECONOMIA
Nem Einstein conseguiria entender o cipoal tributário brasileiro… O físico alemão Albert Einstein, considerado o pai da teoria da relatividade e vencedor do prêmio Nobel de física em 1921, disse a um amigo que o ajudava a declarar seu imposto: “A coisa mais difícil de entender no mundo é o imposto de renda”. No caso do sistema tributário brasileiro, a situação é ainda pior do que a observada por A. Einstein. É um sistema que cria diversas distorções no sistema produtivo e benesses para determinados grupos. Segundo o Ranking de Competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2019, que conta com 141 países, o Brasil está com a 136º pior nota no critério “efeito distorcivo de impostos e subsídios sobre a competição”. Melhorar a classificação do Brasil demanda uma profunda reforma que torne o sistema mais simples, mais justo e que incentive uma maior competição no mercado. A reforma do Imposto de Renda é uma oportunidade de resolver estes problemas. Entretanto, as constantes mudanças no texto e a falta de consenso mostram a complexidade do tema. O Presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (Progressistas/AL), tenta pautar a reforma no do Imposto de Renda sem sucesso desde a semana passada. Uma das partes menos polêmicas da proposta é o aumento na taxa de isenção do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF), de cerca de R$ 1.900 mensais para R$ 2.500. As outras faixas tiveram um reajuste médio de 13%. As polêmicas começam com a proposta de diminuição do IRPJ, atualmente em 15%, para 6,5%. Em relação ao adicional de 10% para lucros acima de R$ 20 mil por mês, ou seja, para as empresas de maior porte, o percentual permanece inalterado. A CSLL passa de 9% para 7,5%. Sobre esta mudança, estados e municípios alegam que a redução desses tributos vai impactar os repasses para os fundos de participação, que perderão R$ 16,5 bilhões, sendo R$ 8,6 bi a menos para o FPE e R$ 7,9 bi a menos para o FPM. Esse conflito de interesses com estados e municípios tem sido o principal entrave ao prosseguimento da reforma. O entendimento é de que as mudanças blindam os recursos federais, mas atingem de forma desproporcional os entes subnacionais. A proposta também reinstitui a tributação de lucros e dividendos. Esta é uma das propostas que mais sofreram alterações desde o início da tramitação. Houve a inclusão de isenções a empresas do Simples (com faturamento de até R$ 4,8 milhões anuais) e às que optam pelo regime de lucro presumido (com limitação de faturamento até R$ 4,8 milhões). Ainda, foi liberada a cobrança para os casos de empresas que distribuem os lucros dentro do grupo econômico e para coligadas. Outra mudança em relação ao texto original é a manutenção de isenção a rendimento de Fundos Imobiliários (FIIs). Na proposta original era estabelecida uma cobrança de 15%. A criação de tantas exceções tem feito a proposta perder seu espírito original, de reduzir as distorções ao sistema produtivo e tornar o sistema tributário mais justo. O texto final, caso venha a ser aprovado, terá que conciliar uma vasta gama de interesses difusos. Em um cenário de fragilidade do governo, novas derrotas do texto original e em outras matérias utilizadas como barganha devem ser impostas.
MINUTO DE ECONOMIA
Redução das restrições sanitárias faz consumidores trocarem o comércio pelos serviços… O volume de serviços cresceu 1,7% em junho comparado a maio, acima das expectativas do mercado, de 0,2% e da GO Associados, -0,1%. É a terceira alta consecutiva após a queda de março (-3,4%), causada pelo aperto das restrições sanitárias naquele mês. Com estas altas o setor amplia o distanciamento frente ao nível pré-pandemia, ficando 2,4% acima de fevereiro de 2020 e alcança o patamar mais elevado desde maio de 2016. Entretanto, o desempenho é heterogêneo entre os setores. Serviços prestados às famílias ainda estão 22,82% abaixo do pré-pandemia, mostrando espaço para crescimento nos próximos meses com o avanço da vacinação. Com a retomada das atividades presenciais, deverá ocorrer alguma substituição do consumo de produtos (varejo) por serviços. Por exemplo, o supermercado perde espaço para os restaurantes, cinemas e eventos. A recuperação do setor depende do controle da pandemia e da flexibilização das restrições de mobilidade. Considerando o calendário de vacinação, a maior parte dos estados brasileiros deverá vacinar a população adulta com pelo menos uma dose da vacina até setembro. Se confirmado o calendário de vacinação e mantida a eficiência da vacina diante das novas cepas, eventos importantes para o setor de serviços, como o Ano Novo e o Carnaval, devem ocorrer e ajudar o setor a retomar as atividades completamente. No entanto, o avanço da variante Delta pelo Brasil é um ponto de atenção. Neste momento, observam-se países com elevadas taxas de imunização tendo que voltar a restringir suas atividades devido às altas nos números de casos. Nos EUA, o uso de máscaras voltou a ser exigido até mesmo aos plenamente vacinados. No Reino Unido, oram fixadas novas restrições nos últimos meses. Por fim, Israel, o país mais avançado na vacinação com 80% de sua população imunizada, avalia a retomada de lockdowns para conter a nova onda de infecções.
MINUTO AGRO
USDA lança relatório de agosto com novas estimativas para safra 2021/22… A produção mundial da safra 2021/22 de soja foi reduzida pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para 383,63 milhões de toneladas, sobre a estimativa de 385,22 milhões de toneladas no relatório anterior de oferta e demanda. No mesmo âmbito, as estimativas caíram para os EUA, variando de 119,88 para 118,08 milhões de toneladas. As estimativas para o Brasil mantiveram-se as mesmas. A respeito da safra de milho, as estimativas de produção mundial eram de 1.194.8 bilhão de toneladas em julho e passou para 1.186,12 bilhão de toneladas. Da mesma forma que a soja, os EUA apresentaram uma redução na produção de milho passando de 385,21 milhões de toneladas, conforme o relatório de julho, para 374,67 milhões em agosto. As estimativas para o Brasil e para a Argentina, outro produtor de milho, permaneceram as mesmas de julho. Conab lança seu 11º Levantamento de grãos, safra 2020/21… De acordo com a Conab, a estimativa para o volume de produção de grãos é de 254 milhões de toneladas, ou seja, uma redução de 6,8 milhões de toneladas comparado ao relatório anterior e 3 milhões de toneladas comparado a safra 2019/20. A soja apresentou um aumento tanto de área, produtividade e produção. Com relação a safra anterior, apresentou um aumento de 8,92%, produção recorde. O trigo apresentou uma variação na produção de 37,8%. Os demais cultivos, principalmente o milho, apresentaram variações negativas na sua produção. A queda do milho se dá, principalmente, pelas mudanças climáticas que afetaram o país neste ano.
MINUTO DE ECONOMIA
Prévia do PIB confirma recuperação puxada pelo retorno de atividades presenciais… O IBC-Br, indicador antecedente do PIB divulgado pelo Banco Central, subiu 1,14% em junho contra maio. O resultado foi superior as expectativas do mercado, de 0,5%. O resultado do IBC-Br indica que haverá um crescimento de 0,27% do PIB no segundo trimestre de 2021 em relação primeiro. Com isso, a GO Associados mantem a projeção do PIB para 2021 em 5,5% para 2021. Apesar do resultado ruim do varejo em junho (queda mensal de 1,7%), houve um crescimento relativamente disseminado da economia no 2º trimestre, puxado pela flexibilização das atividades. Apenas a indústria, que enfrenta problemas com falta de matéria prima, não cresceu. Para o segundo semestre, a expectativa é de continuidade da reabertura da economia, com impactos principalmente no setor de serviços. Segmentos como o turismo e os serviços prestados às famílias devem contribuir para um resultado positivo. Porém, há relevantes pontos de atenção que podem atrapalhar o desempenho da economia nos próximos meses: O agravamento da crise hídrica pode frear o crescimento agropecuário e industrial; O avanço da variante Delta pode gerar novas restrições, como tem ocorrido em países desenvolvidos; A escalada da instabilidade política e do risco fiscal em um ano pré-eleitoral inibem o investimento; Possível desaceleração do crescimento mundial, sobretudo da China, prejudicaria as exportações brasileiras. O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: Um dos principais assuntos da próxima semana deve continuar a ser a Reforma do Imposto de Renda, que pode ser votada na próxima terça (17). O relatório vem mudando constantemente nas últimas semanas, tornando difícil qualquer análise. Entretanto, é um tema de difícil aprovação. A PEC dos precatórios proposta pelo governo nesta semana deve continuar a ter forte repercussão. De acordo com análise da Instituição Fiscal Independente, a PEC dos precatórios representa alta no risco fiscal, o que aumentará o custo médio da dívida pública e obrigará um maior aumento de juros por parte do Banco Central. Ainda no Congresso, o segundo turno da Reforma Política deve ser votado no início da próxima semana. Entre as principais mudanças está o retorno das coligações para eleições proporcionais. Em relação à CPI da Covid, o principal destaque será a acareação entre o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e do deputado Luís Miranda na quarta (18). Lorenzoni chegou a dizer que Miranda apresentou uma invoice falsa relacionada à vacina indiana. Outro risco importante a ser monitorado é o da crise hídrica. Ainda é baixa a probabilidade de racionamento ou apagão neste ano. Entretanto, será preciso uma boa estação chuvosa no Centro-Sul entre outubro e abril para que estes problemas não voltem com mais força em 2022. No cenário internacional: O principal evento será a divulgação dos dados de varejo e indústria de julho para a China, na noite de domingo (15). Na terça (17) será a vez dos EUA divulgarem estes dados de atividade, também para o mês de julho. Na quarta será divulgada a ata da última reunião do FOMC, enquanto na terça o presidente do FED, J. Powell, discursa. O tom do discurso e das atas deve continuar a de ser o mesmo dos últimos meses, afastando a possibilidade de aumento da taxa de juros nas próximas reuniões. Por fim, na quarta, serão divulgados os dados de inflação para o mês de julho na Zona do Euro e Reino Unido.
MINUTO DE ECONOMIA
Crise hídrica faz inflação em 12 meses chegar a quase 9%; Pacote de estímulo nos EUA aponta para pressão inflacionária no mundo... No acumulado de 12 meses até julho, o IPCA variou 8,99%, acima do teto da meta para 2021 (5,25%). O IPCA de julho registrou alta de 0,96%, um pouco acima da expectativa do mercado (0,93%) e baixo da projeção da GO Associados. A inflação acumulada em 2021 até julho foi de 4,76%, acima do centro da meta estabelecida para o ano todo (3,75%). O grupo habitação foi responsável pela maior alta (3,10%). O preço da energia elétrica subiu 7,95%, acelerando em relação ao mês anterior (5,95%). Desde maio, os reajustes na bandeira tarifária têm tido grande impacto na inflação. Para o mês de agosto, apesar da expectativa de novo reajuste na bandeira vermelha 2, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve em R$ 9,49 a cada 100kWh. Ainda no setor de habitação, o gás de cozinha (4,17%) e o gás encanado (0,48%) também contribuíram para o resultado da inflação. A manutenção da bandeira tarifária no mesmo patamar em agosto deve atenuar os efeitos da crise hídrica na inflação desse mês. Por outro lado, alguns fatores podem ter papel central na inflação dos próximos meses: o avanço da vacinação, que deve incentivar a retomada dos serviços; a instabilidade política, que pode pressionar o câmbio; e As geadas e o frio extremo em regiões produtoras de alimentos, somadas com a crise hídrica podem prejudicar a produção e pressionar os preços. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou hoje o 11º levantamento de grãos da safra 2020/2021. A projeção do volume de produção de grãos é de 254 milhões de toneladas, uma redução de 6,8 milhões de toneladas com relação ao levantamento de julho e de 3 milhões comparado a safra de 2019/2020. Algumas coisas que caíram durante a pandemia estão aumentando de preço com o avanço da vacinação. Um exemplo neste sentido são as passagens aéreas que subiram 35,22% em julho contra junho. Na contramão das altas estão alguns alimentos importantes para os brasileiros, como a cebola (-13,51%), a batata-inglesa (-12,03%) e o arroz (-2,35%). Ata do Copom indica que deverá haver outro reajuste de 1 p.p. na próxima reunião... A ata publicada hoje alertou para o crescimento do risco de inflação nos EUA, no cenário externo. A propósito, o Senado dos EUA aprovou hoje um pacote de US$ 1 trilhão para estímulo à infraestrutura, reforçando expectativas de pressão sobre a inflação daquele país. No Brasil, o destaque é a inflação, com especial atenção para os preços de serviços, que seguem acelerando. Para a próxima reunião, em 21 de setembro, o reajuste deverá ser de mais 1 p.p. e as altas devem continuar ininterruptamente até que a Selic atinja um patamar “acima do neutro”, um patamar a partir do qual a inflação seja desestimulada. O cenário tomado como base para a decisão (IPCA em 6,5% em 2021 e 3,5% em 2022, com Selic em 7% em 2021 e em 2022) se tornou cada vez menos provável. A GO Associados revisou para 7,5% a projeção da taxa Selic para 2021 e 8,5% em 2022. Com relação ao IPCA, a expectativa é de 7,0% em 2021 e de 4,5% em 2022. Um dos principais pontos de atenção destacados pelo Copom é o risco fiscal, que cresceu nas últimas semanas com as propostas do governo de parcelamento dos precatórios e possíveis contornos ao teto de gastos. A proximidade de um ano eleitoral indica que a instabilidade pode ser ainda maior. Tal risco é acentuado pelas crescentes tensões políticas. A instabilidade entre os Poderes, por exemplo, interrompe a valorização do Real diante do Dólar, apesar do aumento no diferencial de taxa de juros causado.
MINUTO AGRO
Após registro de Peste Suína Africana (PSA) nas Américas, Brasil reforça medidas de vigilância… De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a doença foi diagnosticada na República Dominicana no dia 29 de julho deste ano. Com isso, o governo brasileiro reforçou medidas de vigilância em portos e aeroportos para que obedeçam a proibição do ingresso de produtos que representam riscos para a agropecuária. No dia 30 deste mês, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) lançou o Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos com o objetivo de detectar casos precoces de PSA, através de inspeções em estabelecimentos de criação, investigação em casos suspeitos, inspeção em abatedouros e vigilância sorológica. Exportações e preços da carne frango crescem no mês de julho… As exportações da carne de frango somaram 424,4 mil toneladas, 16,4% superior comparado ao mesmo período do ano passado, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), totalizando uma receita de 739,2 milhões de dólares. O principal país importador foi a China, com 63,1 mil toneladas. Com relação ao preço, o quilo do frango resfriado apresentou um aumento no mês de julho de 6,39%. Conforme o Cepea, seu preço continuou crescendo, registrando no dia 05/08 o valor de R$8,10. Esse crescimento se dá pelo aumento das exportações e pelo aumento do preço do milho.
MINUTO DE ECONOMIA
Clima e retomada de serviços pressionam a inflação… O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 1 p.p. a taxa básica de juros. A decisão veio em linha com a projeção da GO Associados. A taxa Selic passou de 4,25% para 5,25% ao ano. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic O comunicado do Copom chamou atenção para a persistência da inflação, indicada pela alta dos preços de serviços nas últimas medidas do IPCA. O Comitê vê cada vez menos a alta acelerada do IPCA como um problema de curto prazo. Além da crise hídrica, que impactou a conta de energia elétrica, há uma pressão dos preços das commodities agrícolas, cuja produção vem sofrendo com eventos climáticos extremos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que, até o dia 06 de agosto, haverá baixas temperaturas com risco de geada nas regiões entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Isso deve comprometer as lavouras de trigo e a segunda safra de milho. O impacto das geadas deve encarecer os preços dos alimentos in natura, principalmente de proteína animal, pelo menos no curto prazo. Este pico já deve ser observado no mês de agosto. As lavouras de milho estão sendo afetadas desde a primeira geada que ocorreu em junho deste ano. O impacto na proteína animal ocorreu porque o grão é base para ração. Preço da Saca de milho (60kg) praticamente dobrou entre 2020 e 2021… Outro fator de atenção reside nos ruídos da conjuntura política e apreensão com as contas fiscais, que podem ter impactos principalmente no câmbio, repercutindo nos preços dos importados.
MINUTO DE ECONOMIA
Inflação alta deve fazer Copom elevar a taxa de juros para 5,25%… A última reunião do Copom, em 16 de junho, deliberou pelo aumento de 0,75 p.p. na taxa de juros, que passou de 3,50% para 4,25%. A ata da reunião indicava que para o próximo encontro, que acontece hoje, o Copom irá novamente subir a taxa de juros em pelos menos 0,75 p.p.. Naquela reunião já foi cogitado um aumento maior, de 1 p.p. O cenário que fomentou o debate sobre uma alta maior dos juros já considerava a inflação acima do teto da meta (5,25%) em 2021. Para a reunião que acontece hoje, a projeção da GO Associados é a de que o Copom aumente em 1p.p. a taxa de juros, passando de 4,25% para 5,25%. O mercado de opções do Copom estabelece uma probabilidade de 79% para este aumento, contra um aumento de 1,25 p.p. (11%) e a de um aumento de 0,75 p.p. (8%). A projeção do Boletim Focus e da GO Associados é a de que a Selic termine o ano em 7%. Até o final do ano ainda restariam mais três reuniões do Copom em setembro, outubro e dezembro. Este cenário de maior inflação para 2021 está contaminando as expectativas do IPCA para 2022, em 3,81% no último Focus, acima do centro da meta, de 3,50%. Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic Alguns pontos de atenção para a evolução da inflação nos próximos meses: O agravamento da crise hídrica, que tende a pressionar ainda mais a conta de luz e ameaça a produção de bens industriais, caso racionamentos venham a ocorrer. O risco político e fiscal, que afeta fortemente a taxa de câmbio e pode reverter a valorização recente (de próximo dos R$ 6,00 por dólar para cerca de R$ 5,10). A evolução da pandemia. Com a retomada das atividades presenciais, a tendência é de aceleração da recuperação econômica e pressão na inflação de serviços, cujos preços são mais rígidos à baixa. Os preços internacionais das commodities agrícolas, que podem sofrer com eventos climáticos extremos, como as geadas no Brasil e as secas nos EUA.
MINUTO DE ECONOMIA
Produção Industrial do primeiro semestre cresce 12,9% em relação ao mesmo período de 2020, apesar da escassez de matéria prima e da crise hídrica … Produção industrial ficou estável em junho, resultado bem abaixo da expectativa do mercado (1,7%). O único setor que cresceu entre junho e maio foi o de bens de capital (1,4%). No primeiro semestre, assim como no acumulado em 12 meses, todos os setores apresentaram alta. Em ambos os períodos o destaque foi o segmento de bens de capital, que cresceu 45,6% na 1ª metade do ano em relação ao mesmo período de 2020 e 14,1% nos últimos 12 meses. Desempenho da indústria em junho e no primeiro semestre de 2021 A indústria teve uma recuperação rápida após o grande tombo entre março e abril de 2020. Entretanto, para 2021 há alguns pontos de atenção, como o agravamento da crise hídrica, com impactos no custo da energia, além da falta de insumos e a volatilidade do câmbio. Produção Industrial (100=fev/20)e principais problemas apontados pelas indústrias(%) De acordo com a Sondagem Industrial de junho da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o problema de falta ou alto custo de matéria-prima passou a ser o mais relevante para o setor desde meados do 3º tri de 2020. A alta do preço das commodities no mercado internacional foi potencializada pela alta do Dólar em relação ao Real. Os impactos dessas variáveis para o custo ao produtor também têm sido apontados como um dos grandes problemas para a indústria. O problema da falta de insumos não é uma exclusividade do Brasil. Trata-se de um problema mundial. O risco inerente às cadeias globais de produção cresce exponencialmente com a sua complexidade, que tem aumentado sensivelmente. Adicionalmente, os estoques reduziram-se estruturalmente com a adoção do sistema just-in-time . A conjunção desses fatores com a pausa simultânea dos mercados internacionais imposta pela pandemia de Covid-19 gerou a tempestade perfeita para uma disrupção das cadeias globais de produção. Um dos exemplos é a falta de semicondutores, que tem paralisado as linhas de montagem de automóveis em todo o mundo, sem uma perspectiva de resolução no curto prazo. Ontem no Brasil, a Fiat suspendeu novamente um turno de trabalho em uma das linhas da fábrica de Betim (MG), por dez dias. A Volkswagen retomou as atividades em Taubaté (SP) apenas parcialmente, e a GM deverá adotar o mesmo procedimento em Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP). A produção de veículos automotores recuou 3,8% em junho e acumula queda de 18,45% no ano.
MINUTO DE ECONOMIA
Aumento de pessoas procurando emprego mantém taxa de desemprego estável. Taxa real cai indicando melhora no mercado de trabalho… A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em maio caiu para 14,6%, ante 14,7% em abril. A queda foi ligeiramente inferior às expectativas do mercado e da GO Associados que projetavam 14,5%. No mesmo trimestre de 2020 a taxa era de 12,9%. Este menor ritmo na recuperação se deve à reação da taxa de participação. Após seis meses de estabilidade na faixa de 56,8%, a proporção de brasileiros em idade ativa que estão empregados ou buscam ativamente um emprego subiu para 57,2%, o que contribui para uma taxa de desemprego maior. O relaxamento das restrições e o avanço da vacinação fazem com que mais pessoas resolvam voltar a buscar emprego. Entre abril e maio deste ano, 801 mil pessoas voltaram para a força de trabalho. No entanto, em relação a janeiro de 2020, ainda há 4,5 milhões de pessoas a menos. A taxa de subutilização (desemprego + desalento + subocupação) segue bastante elevada, registrando 29,3%. São mais de 33 milhões de pessoas subocupadas. A taxa real de desemprego calculada pela GO Associados, que crescia desde o fim do ano passado, caiu significativamente, de 19,1% para 18,3%. Neste cálculo o nível de participação da força de trabalho é mantido constante em relação à população acima de 14 anos com base nos dados de 2019. Dessa forma, o crescimento da força de trabalho reflete o crescimento populacional ponderado por uma taxa de participação “normal” no mercado de trabalho. Taxa real de desemprego é maior do que o número oficial O que vai mexer com as expectativas na próxima semana… No cenário doméstico: O principal destaque da próxima semana será a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta (4). A projeção da GO Associados é de que a taxa básica de juros passe a 5,25%, com um aumento de 1 p.p.. Destaque também será o retorno do Congresso na terça (3). Este 2º semestre será de particular importância para a discussão de importantes reformas, como a administrativa e a tributária, dado que 2022 será ano eleitoral. Há expectativa para a votação na próxima semana do projeto que altera a tributação da renda. A CPI da Covid também será retomada na próxima semana. Importante lembrar que a CPI teve sua duração máxima prorrogada para dia 5 de novembro. Na terça, dia 3, ocorrerá a divulgação da Produção Industrial Mensal de junho. No 1º semestre o desempenho da indústria foi irregular com três meses de queda entre fevereiro e abril. A principal causa é a quebra de algumas cadeias globais e a consequente falta de matéria-prima. No cenário internacional: No cenário internacional o destaque será a divulgação da taxa de desemprego dos EUA na sexta, dia 6. Em fevereiro de 2020, a taxa era de 3,5% enquanto o último dado, de junho, indicava desemprego em 5,9%. Este dado é especialmente importante, dado que o FOMC coloca como condicionante para a mudança da atual política monetária o retorno da taxa a patamares pré-pandemia. A inflação já acumula 3,99% nos últimos 12 meses até junho, praticamente o dobro da meta, de 2%. No início da semana o destaque será a divulgação dos Índices de Compras dos Gerentes (PMI) do mês de julho para EUA, China e Europa. Por fim, na quinta ocorre a reunião de política monetária do Bank of England.